Localiza e Grendene divulgam balanços; BTG de olho em inadimplentes, 3 recomendações e mais 7 notícias

Confira os destaques corporativos desta sexta-feira (21)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sexta-feira é movimentada no noticiário corporativo, com o início da temporada de resultados com a divulgação dos números da Localiza e Grendene, elevação de recomendação da Gol pelo Santander, possível reajuste de preços da Usiminas e Petrobras confirmando que quer vender fatia da Guarani. Confira os destaques desta sexta:

Localiza (RENT3)
Inaugurando a temporada de resultados, a empresa de locação de veículos e gestão de frotas Localiza  anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 103,9 milhões de reais no terceiro trimestre, 1 por cento superior ao resultado de igual etapa de 2015. A companhia atribuiu o resultado a um aumento do Ebitda, redução de despesas financeiras e menores pagamentos de impostos.

O resultado operacional da companhia, medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização), foi de 252,1 milhões de reais, aumento de 5,6 por cento sobre um ano antes. A margem Ebitda, porém, caiu 2 pontos percentuais, para 22,4 por cento, refletindo parcialmente a queda das tarifas praticadas pela companhia no aluguel de veículos.

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O número de diárias de aluguel de carros cresceu 25,2 por cento ano a ano, para 4,846 milhões. Com isso, as receitas do setor avançaram 14,3 por cento, mesmo com a tarifa média caindo 9,6 por cento no período. “A redução na tarifa média deveu-se principalmente ao forte crescimento em segmentos com menor tarifa”, explicou a companhia no relatório.

Já em gestão de frotas, a receita líquida subiu 6,1 por cento, com crescimento no número de diárias e da diária média, devido a eficiência operacional e queda na taxa futura de juros repassada para os preços, disse a empresa. A receita líquida consolidada do período somou 1,123 bilhão de reais, aumento de 14,8 por cento no comparativo anual.

O BTG Pactual destacou que os números operacionais foram em linha, enquanto o lucro por ação foi uma surpresa positiva, 7% acima do esperado pelo mercado. Os analistas seguem com recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 47,00 em doze meses.

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O Bradesco BBI também aponta resultados em linha. Contudo, a precificação agressiva de preços e aumento nas despesas de depreciação resultaram em uma nova contração do ROIC. “É muito cedo para dizer se a Localiza está favorecendo o crescimento ante a rentabilidade. Se esta mudança de mentalidade se confirmar, nosso preço-alvo poderia cair 7%”, apontam os analistas.

 Grendene (GRND3)
A Grendene  registrou lucro líquido de R$ 150,9 milhões no terceiro trimestre de 2016, o que representa uma crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em nove meses o lucro líquido da empresa somou R$ 387,5 milhões, alta de 6,8% ante o mesmo intervalo de 2015.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 14,8% entre julho e setembro ante igual trimestre do ano passado, para R$ 121,6 milhões. No acumulado de nove meses, o Ebitda chegou a R$ 287,6 milhões, com queda de 11,1% ante igual etapa do ano anterior.

A receita líquida da Grendene totalizou R$ 536,4 milhões no terceiro trimestre, um recuo de 12,7% ante o apurado um ano antes. No acumulado de nove meses, a receita líquida da companhia somou R$ 1,419 bilhão, uma queda de 7% ante igual etapa de 2015.

Petrobras (PETR3;PETR4)
Destaque para duas notícias importantes para a Petrobras. A estatal confirmou em comunicado que iniciou negociações com a Tereos para a venda de fatia da Guarani e que está em processo de contratação com o Itaú BBA.

Nesta semana, a Bloomberg informou, citando fontes, que a petroleira estaria em busca de um comprador para 45,9% da empresa de cana-de-açúcar. A principal candidata é a Tereos International, companhia brasileira que já possui 54,1% da Guarani, disseram as pessoas. 

Em segundo lugar, na virada do mês, o governo espera entregar ao setor privado uma primeira versão do que deve ser a nova política de conteúdo nacional para a indústria de óleo e gás, ressalta o jornal O Estado de S. Paulo.

A ideia é concluir a nova regulamentação até o início de dezembro, para ser aprovada em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). As regras serão aplicadas aos leilões programados para 2017: a 4ª rodada de campos marginais terrestres, estimada para março, a 14.ª rodada de concessões de blocos exploratórios e a 2.ª rodada do pré-sal, as duas últimas esperadas para o terceiro trimestre. 

Gol (GOLL4)
A Gol teve recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander. A mudança de recomendação se deve à esperada expansão da margem em 2017, “o que deve implicar um forte impulso”, segundo relatório de analistas. “Estamos revisando nossas estimativas para incorporar a melhora do cenário macro no Brasil”, segundo o relatório, que cita a apreciação de 24% do real ante o dólar no acumulado do ano. A recente valorização do real é um “divisor de águas para Gol, já que a dívida líquida ajustada está diminuindo 12% em 2016 e a margem Ebit está crescendo 7 pontos percentuais”, segundo o relatório, que menciona que cerca de 90% da dívida ajustada e cerca de 50% dos custos são em dólares americanos. O banco prevê alta de 8,6% de margem Ebit em 2017 (alta de 3,4 p.p. na comparação anual), o que implica a Gol ser negociada no final de 2017 a um EV/Ebitdar de 7,6 vezes. O banco também elevou recomendação da Latam Airlines de manutenção para compra.

Já o Deutsche Bank, que possui recomendação de manutenção para os papéis, elevou o preço-alvo dos ADRs de US$ 17,00 para US$ 24,00.

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5)
A Fibria teve cobertura iniciada com recomendação equalweight e Suzano com overweight pelo Brasil Plural.

Vale (VALE3;VALE5)
Segundo o Estadão, a 
Samarco, joint venture entre Vale e BHP Billiton, estuda a construção de mais três diques para contenção de rejeitos de minério de ferro ao longo do Rio Gualaxo do Norte, curso d’água que a lama da barragem de Fundão percorreu após se romper, em novembro do ano passado. As estruturas serviriam para reter a lama depositada no rio e para impedir que os rejeitos chegassem até a Bacia do Rio Doce.

A Samarco estuda a construção de mais três diques para contenção de rejeitos de minério de ferro ao longo do Rio Gualaxo do Norte, curso d’água que a lama da barragem de Fundão percorreu após se romper, em novembro do ano passado. As estruturas serviriam para reter a lama depositada no rio e para impedir que os rejeitos chegassem até a Bacia do Rio Doce.

Prumo (PRML3)
A Prumo assinou termos de compromisso com RB e Euro para Porto do Açu. A subsidiária Porto do Açu Operações assinou Termos de Compromisso com RB Capital Commercial Properties e com Euro Consult Engenharia para desenvolvimento de instalações no Complexo Industrial do Porto do Açu, segundo comunicado.

O termo com RB Capital estabelece principais condições para desenvolvimento conjunto de um Condomínio Logístico e Industrial “composto por pátios e galpões, modulares e built to suit, que já contarão com infraestrutura básica e que se beneficiarão dos serviços compartilhados do Condomínio, tais como portaria, segurança, limpeza, dentre outros”. “Para a implementação do empreendimento, a Porto do Açu disponibilizará uma área de 465.000 m² e a RB Capital será integralmente responsável por sua construção, com investimento de cerca de R$ 220 milhões”

Usiminas (USIM5)
A Usiminas vai reajustar produtos laminados planos em 5%, segundo o Valor Econômico. A linha de produtos laminados planos será reajustada a partir do dia 28, segundo o jornal. De acordo com a publicação, a CSN também vai elevar preços em 5% a partir de 1 de novembro; já a Gerdau ainda não definiu uma data.

Lojas Americanas (LAME4)
A Lojas Americanas aprovou emitir R$ 300 milhões em debêntures. A emissão é em série única e os recursos serão usados para alongamento do perfil da dívida. O prazo é de 3 anos. A remuneração será definida em bookbuilding, limitada a 114,50% do DI.

BTG Pactual (BBTG11)
O BTG Pactual planeja contratar cerca de 56 pessoas e investir R$ 1 bilhão do capital próprio em crédito inadimplente de empresas ao longo do próximo ano, diz Alexandre Câmara, chefe da área de special situations, em entrevista na sede do grupo, em São Paulo.

As compras acontecerão por toda a América Latina, mas majoritariamente no Brasil. O BTG está apostando em empréstimos com pagamentos em atraso em meio ao aumento das taxas de inadimplência no Brasil, que chegaram a 3,1% para empresas, do R$ 1,575 trilhão em créditos totais corporativos em agosto, de acordo com o BC. “Agora é a hora de investir em empréstimos inadimplentes de empresas enfrentando dificuldades temporárias, mas com bom potencial”, disse Câmara. “Até mesmo boas empresas não têm capital suficiente”

A oferta de crédito inadimplente de empresas está crescendo e, com a economia começando a melhorar, você consegue determinar um preço mais facilmente, disse Câmara. O banco Safra também está investindo em empréstimos inadimplentes de empresas, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto. O Safra não quis comentar.

Cosan (CSAN3)
Segundo o Valor, Rubens Ometto, dono do Grupo Cosan, e a gigante Shell, sócios na Raízen, estão em conversas avançadas para tornar a sociedade na Raízen definitiva, eliminando do acordo selado em 2011 as opções de saída que ambos possuem sobre o outro. O novo acordo para a joint-venture na Raízen ainda não foi selado, mas as conversas correm de forma amistosa entre os sócios, conforme apurou o jornal. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.