LLX lidera altas, Ambev perdas e Embraer volta a subir forte; veja destaques

PDG Realty volta a ser destaque de alta entre as imobiliárias; após compra da NYSE Euronext pela ICE, Cetip sobe e BM&FBovespa recua

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – Depois de passar praticamente toda a sessão desta quinta-feira (20) no negativo, o Ibovespa ganhou forças no final do pregão e fechou com alta de 0,46%, aos 61.276 pontos – renovando a máxima desde 24 de setembro. Puxando esse movimento, destaque para as ações da LLX Logística (LLXL3), que subiram 5,43%, para R$ 2,33. No outro extremo, os papéis da Ambev (AMBV4) lideraram as perdas com queda de 2,86%, terminando a R$ 86,85.

A empresa de logística de Eike Batista subiu embalada no anúncio sobre o acordo com a V&M do Brasil para instalação de uma base logística na retroárea do Superporto de Açu. Na máxima do dia, as ações atingiram alta de 9,05%, aos R$ 2,41. “É um contrato importante, pois traz credibilidade para o mercado sobre os projetos da empresa”, disse o analista Henri Evrard, da Infinity Asset.

O acordo terá a duração de 20 anos, sendo renováveis por mais vinte. A base da V&M do Brasil será destinada ao atendimento das companhias de petróleo que atuam na Bacia de Campos, através da armazenagem e fornecimento de tubos e serviços especializados. Segundo o analista, a LLX está muito relacionada com outras empresas do Grupo EBX e qualquer contrato com outros players do mercado traz mais confiança para os investidores. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Compra da NYSE Euronext pela ICE impulsiona Cetip e derruba BM&FBovespa
compra da NYSE Euronext pela ICE (Intercontinental Exchange), que deve criar o maior grupo de bolsas do mundo, impactou duas ações listadas no Brasil. As ações da BM&FBovespa (BVMF3) recuaram 2,31%, aos R$ 13,97, enquanto os ativos da Cetip (CTIP3) registraram alta de 4,51%, aos R$ 25,50.  

No momento, a Cetip é a principal concorrente da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), uma subsidiária da BM&FBovespa, nos serviços de custódia e liquidação. “E se a nova bolsa decidir entrar no Brasil, deve usar os serviços da própria Cetip”, afirma Clodoir Vieira, economista-chefe da Souza Barros.

NYSE já demonstrou interesse em abrir bolsa no Brasil. E pior: agora a NYSE conta com a ICE, que é a maior acionista individual da Cetip, com 12,3% do capital da brasileira – segundo dados da BM&FBovespa referentes ao dia 22 de outubro. 

Continua depois da publicidade

A perspectiva é que as empresas tenham maior “know-how” através das sinergias da NYSE, ICE e a própria Cetip, na instalação de uma bolsa de valores no Brasil, seja para commodities – especialidade da ICE -, seja para o mercado acionário – no qual a NYSE é a maior do mundo. “E certamente ela irá usar os serviços da sua parceira”, destaca. 

Se isso cria valor para o acionista da Cetip, ela potencialmente pode deteriorar as margens da BM&FBovespa – já que a concorrência derruba os preços cobrados por ela. “É essa expectativa que move as ações nessa sessão, já que a BM&FBovespa teria uma forte concorrente”, finaliza Vieira.

Ambev lidera perdas com questão de impostos
A empresa brasileira de maior valor de mercado, a Ambev (AMBV4) viu suas ações recuarem nessa sessão. Os papéis AMBV3, menos líquidos, tiveram perdas de 2,94%, aos R$ 84,64. A empresa foi penalizada pela perspectiva de que novos impostos, em janeiro, prejudicarão a rentabilidade da empresa em 2013, destacou Luiz Gustavo Pereira, estrategista da Futura Coretora. 

Normalmente, a companhia tende a elevar o preço de seus produtos para  – mas não o pode fazer de maneira significativa sem perder demanda. “Quando os detalhes forem públicos, o mercado vai calcular para ver se pode ser passado para o consumidor, mas em primeira instância isso é uma notícia negativa para a empresa de bebidas”, destaca o estrategista. 

PDG sobe com perspectiva positiva
As perspectivas mais positivas em relação a PDG Realty (PDGR3) ajudaram a empresa a subir 4,28%, terminando aos R$ 3,41 – um movimento que começou após. Para Pereira, isso é efeito de um relatório do JPMorgan publicado nos últimos dias, que mostra um cenário mais positivo. “O relatório fica chamando a atenção para a possibilidade de um turnaround”, destaca o estrategista. 

Depois de um ano complicado, com constantes brigas entre os acionistas controladores que prejudicaram a empresa e fizeram as ações, a companhia já alterou parte da diretoria – agora pode voltar a recuperar a rentabilidade que fora perdida no ano passado. “O mercado acredita que talvez o pior já passou e se posiciona para aproveitar disso”, finaliza.

Embraer venda dois jatos por US$ 81 milhões; ações sobem
A japonesa Fuji Dream Airlines assinou um contrato para dois jatos EMBRAER 175, segundo comunicado. O valor total do negócio é de US$ 81,6 milhões, que será incluído na carteira de pedidos a serem entregues do quarto trimestre deste ano da Embraer (EMBR3). 

Com essa notícia, os papéis da Embraer subiram 3,24%, terminando aos R$ 14,35. “Isso é bastante positivo, até por entrar na carteira de pedidos do quarto trimestre, acredito que seja isso que impulsionou o papel hoje”, destaca Pereira.

A companhia teve uma semana movimentada em termos de contratos: além do de hoje firmou um com a Boeing para desenvolver tecnologias anti-acidentes e um com a FAB. O estrategista acredita que, por conta disso, os papéis da companhia teve uma boa semana: até o fechamento desta quinta, alta de 12,79%

Estímulos mexem com economia
Na véspera, o ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou estímulos bilionários à indústria e ao setor de comércio, mas não há nenhuma reação a elas no mercado acionário. O ministro anunciou a extensão do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) reduzido para automóveis, eletrodomésticos, linha branca e móveis. Mas, diferente das últimas vezes, o benefício que terminaria neste ano agora sofrerá um aumento gradual em 2013.

A renúncia fiscal nesses segmentos será de R$ 2,6 bilhões para o setor automotivo, de R$ 550 milhões na linha branca e R$ 650 milhões nos móveis. Além disso, em abril haverá uma desoneração na folha de pagamento do comércio varejista. “Nós vamos integrar mais setores interessados, e com isso a desoneração da folha vai se generalizanda”, disse o ministro, na véspera.

E é justamente essa falta de surpresas com as medidas que faz com que as ações não respondam em bolsa. “O anúncio não trouxe novidades, o mercado já estava esperando essas medidas”, diz Clodoir Vieira, analista-chefe da Souza Barros. O ministro já havia anunciado a desoneração para setores da indústria e, no fim de novembro, ele declarou à Folha de S. Paulo que iria incluir novos setores na desoneração. Na época, ele já reforçava que em algum momento esse benefício será pleno para a economia.

Entre as ações que poderiam ser beneficiadas estão as de empresas como Weg (WEGE3, 0,00%, R$ 27,50), que produz motores para eletrodomésticos, Usiminas (USIM3+3,75%, R$ 13,82; USIM5+0,79%, R$ 12,74), Duratex (DTEX3-1,07%, R$ 14,75) e Eucatex (EUCA40,00%, R$ 8,00), que fornecem matéria-prima para a linha branca, B2W (BTOW3,+0,28%, R$ 17,87), Lojas Americanas (LAME4, -0,71%, R$ 18,25) e Magazine Luiza (MGLU3+2,58%, R$ 12,33), que vendem eletrodomésticos, além daquelas do setor de varejo.