Livro Bege, índices de inflação e começo da temporada de balanços nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

Fachada do JP Morgan nos Estados Unidos

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Os próximos dias prometem ser agitados em termos de informações com potencial para mexer com a dinâmica dos mercados. Nos Estados Unidos, onde a política de elevação de juros e temores de recessão têm dado tom aos negócios, destaque para novos dados de inflação. No Brasil, a PEC dos Auxílios, que deve custar R$ 41 bilhões ao governo, deve ser votada na terça-feira (12) em segundo turno na Câmara dos Deputados. Outros importantes indicadores econômicos serão divulgados na Europa e Ásia. Além disso, começa oficialmente a temporada de resultados das companhias americanas no segundo trimestre.

Na semana passada, a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Banco Central dos EUA, trouxe duas percepções. A primeira, de que o Fed vai fazer novos ajustes mais agressivos nos juros. A segunda, de que o ciclo de aperto monetário vai ser mais curto do que se pensava, o que acabou por animar os mercados. Na próxima quarta-feira (13) chega a vez do Livro Bege – um sumário da situação econômica nos 12 distritos do Federal Reserve. O documento deve mostrar os efeitos dos juros mais altos na economia americana.

Ainda na quarta, sai um importante indicador de inflação dos EUA: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Os analistas preveem uma aceleração da escalada de preços, que avançou 1% em maio na comparação do abril e deve ter alta mensal de 1,1% em junho, de acordo com o consenso Refinitiv. Para o índice de preços ao produtor (PPI), que sai na quinta-feira (14), a média das projeções aponta para uma alta de 0,8%.

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“É provável que o PPI avance em 0,8% pelo segundo mês consecutivo motivado, em parte, pelos altos preços de energia. Enquanto isso, esperamos por um alta de 0,4% no núcleo do PPI”, diz relatório do BofA.

Mais dois indicadores de atividade econômica completam a agitada agenda semanal dos Estados Unidos. Na sexta-feira saem os números de produção industrial e vendas no varejo, referentes a junho. Para o desempenho da indústria, o consenso Refinitiv aponta para uma ligeira alta de 0,1% em relação a maio. Para o varejo, a média das projeções é de crescimento de 0,8% nas vendas, após uma retração no mês anterior.

O que acompanhar na semana no Brasil

Com o fim da greve dos servidores do Banco Central, a divulgação do Relatório Focus volta ao normal. O boletim com as projeções das instituições financeiras para IPCA, Selic, PIB e câmbio será apresentado às 8h25 (horário de Brasília) da segunda-feira (11).

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Na terça (12), sai o desempenho do setor de serviços em maio. O consenso Refinitiv aponta para uma ligeira alta de 0,1% na comparação com abril. O Itaú aposta em variação positiva de 0,2% e destaca um crescimento no componente de serviços às famílias (de 0,6%). “Ainda que tenha peso reduzido na Pesquisa Mensal de Serviços, é um componente importante no nosso monitoramento do PIB”, explica a análise do banco.

As vendas no varejo brasileiro de maio vão ser divulgadas na quarta-feira. A média das projeções do mercado prevê crescimento de 1,1% na comparação com abril. Já o Itaú acredita que o núcleo do índice deve sofrer uma retração de 0,2%, com sinais distintos entre os componentes. “Vale mencionar que o núcleo de índice tem crescido por quatro meses consecutivos”, ressaltam os analistas.

Na avaliação do Bradesco, tanto serviços quanto varejo devem apresentar crescimento na margem, impulsionados pelo dia das mães, pelos números positivos do mercado de trabalho e pela liberação de recursos do FGTS. “Os indicadores reforçam o quadro positivo para o PIB do 2º trimestre”, diz a análise do banco.

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Perspectivas para Europa e Ásia

Uma bateria de indicadores da economia chinesa será divulgada na próxima quinta-feira (14) à noite, antes da abertura dos mercados na Ásia: produção industrial e vendas no varejo de junho e o número mais aguardado – o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. Os números prometem mexer com os negócios, dada a importância da China na cadeia global de suprimentos.

Os economistas consultados pela Wind, uma provedora de dados financeiros da China, preveem crescimento de 1,4% para a economia do país entre abril e junho deste ano, comparando com o mesmo período do ano passado. Caso a projeção se confirme, seria a segunda menor expansão do PIB chinês desde 1992. As autoridades chinesas já admitem revisar para baixo a sua meta de crescimento anual do PIB, que é de 5,5%, devido aos impactos dos recentes lockdowns. 

No Reino Unido, a quarta-feira vai trazer o PIB referente à maio e as projeções estão divididas entre estagnação ou um terceiro mês consecutivo de contração. Os britânicos também enfrentam um ciclo de aperto monetário por conta da escalada da inflação e medida semelhante deve ser adotada em breve na zona do euro.

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Início da temporada de balanços nos Estados Unidos

Por fim, as empresas listadas em Bolsa nos Estados Unidos começam a divulgar seus resultados, referentes ao segundo trimestre de 2022. Ainda que os primeiros números saiam a partir de terça-feira (12), com o balanço da Pepsico, a temporada de balanços começa oficialmente na quinta (14), com os resultados dos bancos. Confira abaixo o calendário para esta semana:

Terça-feira (12)

Quarta-feira (13)

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Quinta-feira (14) 

Sexta-feira (15)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados