Light (LIGT3) apresenta estudo de caso de blindagem de rede em que milícia solicitou religação da energia

A companhia sofre há anos com patamares elevados de ligações clandestinas em sua rede.

Augusto Diniz

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Nesta sexta (25), em apresentação a analistas de mercado dos resultados do 4T21 e de 2021, a Light (LIGT3)  apresentou um estudo de caso de blindagem de rede, num condomínio residencial de 5 mil moradores em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo a empresa, o condomínio permaneceu sem energia por 19 dias em função da tentativa, sem sucesso, de violação do novo sistema de proteção das unidades consumidoras à rede da empresa.

A Light restabeleceu a energia, normalizando o atendimento no local. De acordo com Nonato Castro, CEO da companhia de energia, “foi a milícia que nos chamou” para pedir a religação. O caso ocorreu em 2021.

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A companhia sofre há anos com patamares elevados de ligações clandestinas em sua rede. Para evitar o chamado “gato”, a empresa adota sistema blindado de distribuição para prevenir o furto de energia.

O sistema envolve caixa de medição blindada e com proteção balística. Caso aberta irregularmente, ela trava o sistema e somente o funcionário autorizado da Light é capaz de restabelecer seu funcionamento. “Não tem como fazer desvio”, resume Castro.

Segundo o executivo, se ampliou a medição em todos os lugares em que a Light distribui energia, para se saber exatamente os níveis de perdas.

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Nonato Castro disse que para realizar ações de proteção para evitar furtos de energia, feitas em locais que a companhia chama de “área de tratamento especial”, é preciso dialogar com moradores e a associações de moradores para mostrar a relevância da ação.

“Havia comunidade que tinha zero de arrecadação e hoje tem 76% de arrecadação”, conta o CEO sobre resultado da prática.

A empresa informou que a estratégia de blindagem de rede alcançou mais de 40,5 mil normalizações em 2021, sendo 5,8 mil somente no último trimestre do ano.

Empresa comemora revisão tarifária

Ainda na apresentação a analistas de mercado dos resultados do ano passado, a Light informou que como resultado da revisão tarifária, a soma da Parcela B, das Receitas Irrecuperáveis e de Perdas trarão um resultado positivo para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e para o caixa da distribuidora de aproximadamente R$ 770 milhões, sendo R$ 542 milhões só em 2022.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou no último dia 15 a Revisão Tarifária Periódica de 2022 da empresa. A revisão, cujo resultado para o consumidor residencial é de 15,41%, começou a vigorar no dia da aprovação.

A revisão tarifária periódica é um direito da distribuidora pelo contrato de concessão. O ganho advindo da Revisão Tarifária durante o ciclo de cinco anos é equivalente à companhia um valor presente líquido de R$ 2,8 bilhões.

A Light é responsável pela distribuição de energia elétrica a cerca de 4,5 milhões de unidades em 37 munícipios do estado do Rio de Janeiro na região metropolitana, boa parte na Baixada Fluminense, e no Vale do Paraíba.

Investimentos em 2022

Nonato Castro, CEO da Light comentou também que além de blindagem de rede, os investimentos da companhia “continuarão em ritmo forte em 2022, com foco na modernização de equipamentos e capacitação das equipes de campo”.

Os investimentos da empresa em 2021 somaram R$ 1,42 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi destinado à área de distribuição e R$ 176 milhões, para  a de geração.

Desempenho das ações

As ações fecharam próximas à estabilidade na sessão desta sexta-feira, com leves perdas de 0,58%, a R$ 10,21.

Na avaliação do Itaú BBA, os resultados da Light no quarto trimestre vieram acima do esperado, dado o bom controle de custos no trimestre, porém apresentaram redução em comparação ao quarto trimestre de 2020.

O segmento de distribuição apresentou fracas figuras operacionais, entretanto, se beneficiou do último reajuste tarifário e do PMSO controlado.

“Enxergamos um cenário desafiador para a companhia e acreditamos que a ineficiência versus o patamar regulatório deve permanecer alta num horizonte de curto a médio prazo, tanto para perdas quanto para inadimplência. Neste contexto, colocamos tanto a recomendação quanto o preço-alvo de LIGT3 em revisão”, apontaram os analistas do banco.

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