Líderes da UE prometem empregos para “geração perdida” de jovens

"Não podemos abandonar uma geração, precisamos de emprego e treinamento que ofereçam perspectivas reais para os jovens", afirma François Hollande

Reuters

Bandeiras da União Europeia

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PARIS – Líderes europeus prometeram na terça-feira assumir como prioridade a luta contra o desemprego juvenil no bloco, mas não apresentaram novas ideias para um problema que ameaça gerar turbulências sociais e desconfiança em relação aos partidos estabelecidos.

Quase 6 milhões de pessoas com menos de 25 anos de idade estão sem trabalho na União Europeia, sendo que o índice de desemprego juvenil se aproxima de 60 por cento na Espanha e na Grécia.

Uma cúpula sobre o mercado de trabalho realizada em julho em Berlim definiu planos para destinar pelo menos 6 bilhões de euros nos próximos dois anos à solução desse problema – uma grande cifra para as manchetes, mas que parece menos impressionante quanto dividida entre os muitos focos de desemprego elevado na região.

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Recebendo uma nova cúpula sobre o tema em Paris, o presidente da França, François Hollande, disse que qualquer nação que tiver apresentado um plano nacional para o combate ao desemprego juvenil até o final do ano irá imediatamente receber verbas da UE para sua implementação.

“É crucial agir rapidamente”, disse Hollande. “Não podemos abandonar uma geração (…), precisamos de emprego e treinamento que ofereçam perspectivas reais para os jovens.”

Apesar da promessa de uma rápida liberação de verbas, os líderes da UE não prometeram dinheiro adicional nem propuseram nenhuma iniciativa pan-europeia para estimular a contratação de uma geração que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, descreveu como “perdida”.

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O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, conclamou os Estados membros a promoveram reformas trabalhistas a fim de estimular as contratações, e disse que espera ver uma redução do desemprego no ano que vem.

“A recuperação econômica está ganhando forma (…). Podemos esperar que daqui a 14 meses todos os países na zona do euro terão visto uma tendência positiva no mercado de trabalho”, disse ele.

Os líderes alertaram contra tentativas de culpar a União Europeia pelo desemprego – um tipo de comportamento que parece estar ajudando partidos de extrema direita a ganharem terreno em vários países do bloco.

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Trabalhadores do setor alimentício, com a adesão de grupos de ultradireita que responsabilizam a UE pela destruição de postos de trabalho, têm realizado protestos violentos neste mês no oeste da França, enquanto a Grécia vem reprimindo o partido anti-UE Aurora Dourada após uma série de incidentes violentos.

“Devemos demonstrar que a Europa é parte da solução, não do problema”, disse Barroso. “Não é a Europa que criou o problema – as divergências nas políticas que criaram o problema.”