Levy é ‘ministro-fusível’: se tirar, desliga o sistema, diz ex-ministro da Fazenda

Maílson da Nóbrega afirmou também que a economia do Brasil dificilmente voltará a crescer entre 1% e 2% no segundo governo Dilma Rousseff

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega disse na manhã desta segunda-feira, 30, que o atual chefe da pasta, Joaquim Levy, tem papel importante no ajuste da economia brasileira e que seu trabalho de austeridade fiscal é necessário para que o País não perca o grau de investimento. “Levy é um ‘ministro-fusível’: se tirar, desliga o sistema”, disse, referindo-se às consequências de um eventual afastamento de Levy. Maílson participa neste momento do 3ª Conferência do Agronegócio do BESI Brasil, em São Paulo.

Conforme o ex-ministro, a recessão esperada para 2015 é a “conta dos erros” cometidos pelo primeiro governo da presidente Dilma Rousseff. O aumento do desemprego e a inflação acima do teto da meta fazem parte dessa “conta”, que pode ficar ainda mais negativa com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e com um eventual racionamento de energia, disse. Em razão disso, a “presidente Dilma está em processo de desgaste que parece irreversível”, acrescentou o ex-ministro.

Maílson da Nóbrega citou, ainda, as projeções da Tendências, consultoria da qual é sócio, que apontam para retração de 1,2% no PIB do Brasil em 2015 e inflação de 7,9%. A taxa básica de juros (Selic) deve ficar em 13% e o desemprego deve variar de 6,3% a 7,6% neste ano, complementou. Por fim, destacou que o dólar deve fechar 2015 em R$ 3,10 e o balanço de pagamentos deve ficar negativo em US$ 90 bilhões.

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Ele ainda afirmou que a economia do Brasil dificilmente voltará a crescer entre 1% e 2% no segundo governo Dilma Rousseff. As razões para tal previsão devem-se, segundo ele, ao erros cometidos pela administração da presidente em seu primeiro mandato (2011-2014).

Maílson disse que “dificilmente” deve ocorrer um processo de impeachment contra Dilma e que isso (o afastamento) não é o ideal para o País em virtude das instabilidades que provocaria. Por fim, destacou que os problemas enfrentados hoje pelo Brasil devem “infligir uma grande derrota ao PT” nas eleições presidenciais de 2018.

Superávit primário
O ex-ministro afirmou também que a situação fiscal do Brasil é delicada e que é provável que o superávit primário não alcance a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, como projetado pelo atual chefe da pasta, Joaquim Levy. Citando previsão da Tendências, consultoria da qual é sócio, ele comentou que esse porcentual deve ficar em 0,8%. “Acho que ninguém está esperando 1,2% depois do resultado ano passado”, disse a jornalistas.

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Com Agência Estado

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.