Heineken registra fortes volume de vendas no Brasil: mais água no chope da Ambev?

A Heineken está focada em restaurar o crescimento do volume este ano, que foi prejudicado em 2023, quando a empresa aumentou preços para compensar custos crescentes desde energia até cevada

Equipe InfoMoney

(Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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A Heineken vendeu mais cerveja do que o esperado no primeiro trimestre, relatando seu primeiro crescimento trimestral anual em volumes em um ano e manteve nesta quarta-feira previsão de resultado para 2024.

Comentando sobre desempenho no Brasil, o presidente-executivo, Dolf van den Brink, afirmou que a companhia se tornou a marca número 1 em valor no país e que a receita líquida cresceu entre 10% e 14% no período, impulsionada por crescimento de um dígito alto nos volumes vendidos, aumentos de preços e foco em marcas premium. O volume vendido pela cervejaria holandesa cresceu um dígito alto, ou algo entre 8% e 9%.

A segunda maior cervejaria do mundo afirmou que os volumes globais de venda de cerveja aumentaram 4,7% organicamente no período de janeiro a março, superando o crescimento de 2,5% esperado por analistas, segundo levantamento da empresa.

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A notícia sobre as vendas no Brasil levou o mercado a ficar mais reticente com as projeções para a concorrendo brasileira Ambev (ABEV3), sendo que as expectativas já eram de um primeiro trimestre de 2024 modesto. A companhia divulga seus números no próximo dia 8.

“A Heineken relatou crescimento de volume consolidado no Brasil na casa de um dígito alto. Nas categorias premium e mainstream (comuns), a empresa cresceu seus volumes na faixa baixa, tornando-se a marca número 1 em valor no mercado no país. Em nossa visão, isso sugere que a Heineken ganhou participação de mercado sobre a Ambev no trimestre. De acordo com nossas estimativas, a Ambev deve reportar um crescimento de 2,6% no volume de cerveja no Brasil em relação ao ano anterior”, ressalta o Bradesco BBI, projetando um número de vendas de cerveja bem abaixo do alcançado pela Heineken no páis. O banco, contudo, tem recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para os ativos ABEV3, com preço-alvo de R$ 19.

Para o Research da XP, os volumes de Cerveja Brasil devem aumentar 2,5%, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da operação deve crescer 24% na comparação anual. Ainda assim, para números consolidados, a expectativa é de estabilidade e recuo do lucro por ação em 10%.

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Foco da Heineken em volume

A Heineken está focada em restaurar o crescimento do volume este ano, que foi prejudicado em 2023, quando a empresa aumentou preços para compensar custos crescentes desde energia até cevada.

Brink disse que todas as regiões registraram maior volume e receita líquida. Ainda assim, a cervejaria disse que continua a ver o ambiente econômico como “desafiador e incerto”.

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“Apesar do sólido início do ano, não podemos extrapolar o crescimento da receita para o resto do ano”, disse.

Laurence Whyatt, analista do Barclays, destacou uma recuperação no Vietnã, mercado de alta margem, bem como um desempenho promissor da companhia no México e no Brasil.

“Não há como negar que o negócio parece ter virado a página e continuamos a esperar melhorias durante o ano”, disse Whyatt.

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(com Reuters)