Leilão de privatização de transmissora de energia gaúcha CEEE-T acontece nesta sexta; expectativa é por forte disputa

O governo gaúcho deve vender sua participação de 66% na CEEE Transmissão pelo valor mínimo de R$ 1,7 bilhão

Lara Rizério

(Divulgação/Eletrobras)

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A partir das 11h (horário de Brasília) desta sexta-feira (16), acontece na B3 o leilão de privatização da Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T), do Rio Grande do Sul. O governo gaúcho deve vender sua participação de 66% na CEEE-T pelo valor mínimo de R$ 1,7 bilhão, sendo o vencedor quem oferecer o maior lance.

A empresa é responsável pela operação e manutenção de mais de 6 mil quilômetros (km) de linhas (5.900 km próprios) e mais de 15.700 estruturas de transmissão (quase 15.300 próprias) que cobrem todo o Estado do Rio Grande do Sul, com um total de 69 subestações que somam potência instalada própria de 10.513 megavolt-ampères (MVA).

Os estudos, modelagem da privatização e avaliação da companhia tiveram a coordenação do BNDES, com o trabalho sendo supervisionado por equipes do governo do Rio Grande do Sul, com participação de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

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O leilão promete ser disputado. A XP aponta que, de acordo com o noticiário, CPFL (CPFE3), Transmissão Paulista (TRPL4), Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11) e os fundos de pensão Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) e o Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) devem participar do leilão. Já o Credit Suisse ressalta que, entre os tradicionais players, acredita que Taesa, CPFL, Energisa (ENGI11) e EDP Brasil (ENBR3) podem participar do certame.

“Apesar de ser um ativo importante (aproximadamente R$ 870 milhões de RAP, a Receita Anual Permitida) enxergamos retornos limitados mesmo no valor mínimo. Para encontrar valor na aquisição, o comprador deverá assumir ganhos de eficiência relevantes. Estimamos a participação do Estado do Rio Grande do Sul na CEEE Transmissão em R$ 1,75 bilhão sem assumir ganhos de eficiência”, destaca a XP.

A equipe do Credit Suisse estima uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real média de cerca de 9,6% no lance mínimo do leilão. No entanto, considerando que as empresas podem alavancar a licitação e reaproveitar o balanço patrimonial, bem como reduzir alguns custos operacionais, as licitações poderiam implicar em prêmios de 30% a 40% e ainda implicar retornos em níveis razoáveis (acima de 7%).

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Os analistas do banco suíço também destacam que pode-se ver outro leilão competitivo com grande disputa, semelhante ao último leilão do início de julho (veja mais clicando aqui), visto que veem menos oportunidades de crescimento no setor e as taxas (ainda) estão em patamares baixos.

“Consequentemente, as preocupações com retornos apertados são novamente uma possibilidade após o leilão e podem impactar negativamente os preços das ações do vencedor”, avaliam os analistas do Credit.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.