Leilão de energia A-5 deve ter poucas térmicas a gás, diz EPE

O diretor EPE não quis adiantar o número exato de projetos habilitados mas confirmou que as térmicas Azulão (104 MW), da Petrobras, e Mauá III, da Eletrobras, comprovaram ter contratos de suprimento

Reuters

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SÃO PAULO – O leilão de energia A-5 marcado para 28 de novembro não deve ter grande número de térmicas a gás natural, já que a maioria dos projetos inscritos não conseguiu comprovar contratação de gás, disse o diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda Farias.

Ele não quis adiantar o número exato de projetos habilitados mas confirmou que as térmicas Azulão (104 MW), da Petrobras (PETR3; PETR4), e Mauá III, da Eletrobras (ELET3; ELET6), comprovaram ter contratos de suprimento. A lista oficial das habilitadas, segundo ele, deve ser divulgada em novembro.

“Eu diria que não foi uma grande quantidade (de projetos a gás habilitados), mas várias conseguiram alguns contratos. Pena que algumas conseguiram, mas já passou o prazo. Mas vai pro próximo leilão”, disse Miranda Farias a jornalistas após palestra no evento Power-Gen Brasil, organizado pela PenWell.

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Outras térmicas no Sul e no Nordeste do país devem estar no leilão, usando gás importado, o gás natural liquefeito (GNL).

Cerca de 20,6 gigawatts de projetos termelétricos a gás natural estavam inscritos para participar, mas esperava-se que o número seria bem menor devido à exigência da EPE de que projetos comprovassem ter contratos para s projetos antes do leilão.

No Brasil, a Petrobras é praticamente a única fornecedora de gás natural e não tem capacidade para atender todos os projetos interessados no leilão.

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Com isso, empreendedores de projetos térmicos têm buscado gás natural liquefeito importado e negociado com a Petrobras o uso da capacidade ociosa de seus de terminais de regaseificação de GNL para viabilizar projetos. Outros estudam montar projetos próprios de regaseificação no Nordeste e no Sul do país.

Miranda Farias disse que o projeto da Bolognesi, no Rio Grande do Sul, que estava cadastrado para o leilão com a intenção de também construir planta regaseificação de gás, “está sendo analisado e, provavelmente, vai concorrer”.

Os preços de GNL no exterior estão altos, diante da forte demanda e há dificuldades dos empreendedores de fechar contratos de longo prazo a preços competitivos.

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Miranda Farias disse acreditar que haverá novas descobertas de gás natural no Brasil no futuro para desenvolvimento de novos projetos térmicos.