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A concessão da rodovia Fernão Dias, que liga os estados de São Paulo e Minas Gerais, terá pelo menos três concorrentes: Arteris (atual operadora), EPR e Motiva (MOTV3; antiga CCR). As propostas foram apresentadas na última segunda-feira (8) e o leilão está marcado para a próxima quinta-feira (11).
O novo contrato de 15 anos inclui investimentos de R$ 9,5 bilhões e custos operacionais estimados em R$ 5,4 bilhões. O processo segue a renegociação com o governo federal no âmbito da Câmara de Consenso do Tribunal de Contas da União (TCU), com o leilão como etapa final.
O Bradesco BBI aponta visão neutra para a Motiva, considerando que este é um projeto com um nível de retorno atrativo, embora com maior complexidade devido ao seu perfil regulatório. “Observamos que o extenso portfólio de projetos do governo ainda deve proporcionar uma ampla gama de oportunidades de crescimento para a Motiva e também para a Ecorodovias”, avalia.
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A Genial Investimentos aponta que a disputa pela Fernão Dias confirma o apetite do setor privado por ativos rodoviários de alta demanda, reforçando a atratividade do modelo de concessões no Brasil. O impacto imediato para as empresas depende do desfecho do leilão e das condições financeiras (CAPEX, taxa interna de retorno e reajuste tarifário). “O setor segue como alternativa defensiva em infraestrutura, com fluxo de caixa previsível e indexação inflacionária”, aponta a Genial.
O BTG Pactual ressalta que o resultado do leilão será monitorado de perto pelo mercado.
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A rodovia, eixo estratégico entre São Paulo e Belo Horizonte, possui tráfego médio acima de 61 mil veículos por praça e contrato revisado até 2040, prevendo R$ 9,4 bilhões em investimentos e Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11,41%.
“O modelo otimizado antecipa obras estruturais, insere indicadores de desempenho e moderniza mecanismos de reequilíbrio, reduzindo riscos e facilitando seu financiamento bancário. O ativo se encaixa no perfil estratégico da Motiva, com grande capex, tráfego resiliente e localização prioritária, complementando oportunidades como Renovias. A venda recente do negócio de aeroportos ampliou capacidade de investimento, embora a companhia deva manter seletividade diante de um pipeline estimado em R$ 100 bilhões no setor”, avalia o BTG.
O evento marca novo marco regulatório federal, mostrando que ativos premium podem atrair concorrência fora da operadora incumbente.