Leão em xeque: para 61% dos investidores, alívio nos tributos é prioritário na crise

Avaliação feita pela InfoMoney indica corte dos impostos como melhor medida a ser tomada pelo governo agora

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SÃO PAULO – “A visão do governo sobre a economia poderia ser resumida em umas poucas frases curtas: Se ela se movimenta, taxe. Se ela continua se movimentando, regule. E se ela para de se mover, subsidie”.

A afirmação é de Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA, e se enquadra atualmente através de sua condição, ao passo que as medidas recentes tomadas pelo Estado no combate à crise de liquidez e suas decorrências na economia real caracterizam-se como um subsídio.

Em meio a esse cenário, a InfoMoney promoveu avaliação em que avalia qual intervenção pública surtiria mais efeito no combate à deterioração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, através da seguinte pergunta: “Qual medida do governo teria mais peso para evitar uma forte desaceleração da economia brasileira?”.

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De cada dez investidores, seis acreditam que uma redução tributária pelo Estado seria o movimento mais eficiente a ser tomado. Já para cerca de 16% dos 3812 respondentes da enquete, um novo afrouxamento monetário é a medida prioritária para a prevenção do recuo no crescimento econômico.

Arrecadação dobra em duas décadas

“Todo imposto é ruim. Por isso chama-se imposto, senão se chamaria voluntário”, observou Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, remetendo à aversão tributária. Conforme estimativas do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), a arrecadação fiscal representou, durante o ano passado, cerca de 36,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro – proporção recorde em toda história.

Ao olhar para trás, a rejeição dos consumidores aos impostos faz sentido. Enquanto o PIB brasileiro cresceu aproximadamente 7,58 vezes desde 1986, o montante da carga tributária avançou nada menos que 13,05 vezes, explicitando o porquê de mais de um terço da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil ter como destinatários os cofres públicos.

Das famílias ou do Estado?

A despeito do anseio dos investidores, cabe ressaltar que a probabilidade de alívio tributário nos próximos meses pelo Planalto encontra-se cada vez menor, dada a pressão sobre o orçamento público provocada pelo recente aporte de R$ 100 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Partindo do pressuposto de que Brasília objetiva recuperar-se da crise através de estímulos à demanda agregada (consumo e investimento), caberá ao Estado decidir por qual variável tal intenção se concretizará.

Qual medida do governo teria mais peso para evitar uma forte desaceleração da economia brasileira? Votos Percentual
Queda nos impostos 2.319 61%
Novos cortes de juros 616 16%
Mudança na legislação trabalhista 415 11%
Mais investimento público 396 10%
Outros 66 2%