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SÃO PAULO – A evolução recente de algumas medidas de aversão ao risco, na Europa e nos Estados Unidos, tem sido relativamente tranquilizadora, o que segundo a LCA Consultores, sinaliza que o “perigoso” movimento de progressiva piora das expectativas foi estancado.
Ainda assim, a consultoria destaca que os riscos de que a economia global caminhe para um cenário ainda mais adverso seguem relevantes, mantendo a opinião de que existe a probabilidade de 35% de ameaça crescente de ocorrência de eventos extremos.
A avaliação considera a relutância do BCE (Banco Central Europeu) em agir “oficialmente” como emprestador de última instância, financiando os países com dificuldades para rolar suas dívidas, o que resultaria num agravamento da crise financeira no continente. E também o risco de polarização política nos EUA, que poderá emperrar a aprovação de medidas de estímulo fiscal à demanda interna.
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“As projeções contidas em nosso cenário adverso pressupõem uma deterioração adicional da conjuntura tanto na Europa como nos EUA, mas não chegam a configurar um cenário ‘caótico’, em que, por exemplo, a união monetária da Zona do Euro venha a ruir”, explica a equipe da LCA, por meio de relatório.
Economia brasileira
Admitindo essa deterioração do quadro externo, no Brasil o PIB (Produto Interno Bruto) tenderia a sofrer períodos de retração, de acordo com a consultoria.
De qualquer forma, a LCA destaca que o arrefecimento seria bem menos intenso do que durante a crise de 2008, graças ao fortalecimento adicional da economia verificada desde então e ao fato de que as autoridades já vêm se antecipando aos riscos de uma piora mais pronunciada da conjuntura global.
Considerando o cenário base, ou seja, que a conjuntura internacional não sofra um desvio para uma trajetória ainda mais adversa, a equipe da consultoria mantém as projeções de alta do PIB brasileiro em 2011 e 2012 em 2,8% e 3,1%, respectivamente.