LCA vê chances de um 2012 difícil para economia mundial, mas não desastroso

Equipe da consultoria destaca que riscos de que economia global caminhe para um cenário ainda mais adverso seguem relevantes

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SÃO PAULO – A evolução recente de algumas medidas de aversão ao risco, na Europa e nos Estados Unidos, tem sido relativamente tranquilizadora, o que segundo a LCA Consultores, sinaliza que o “perigoso” movimento de progressiva piora das expectativas foi estancado.

Ainda assim, a consultoria destaca que os riscos de que a economia global caminhe para um cenário ainda mais adverso seguem relevantes, mantendo a opinião de que existe a probabilidade de 35% de ameaça crescente de ocorrência de eventos extremos.

A avaliação considera a relutância do BCE (Banco Central Europeu) em agir “oficialmente” como emprestador de última instância, financiando os países com dificuldades para rolar suas dívidas, o que resultaria num agravamento da crise financeira no continente. E também o risco de polarização política nos EUA, que poderá emperrar a aprovação de medidas de estímulo fiscal à demanda interna.

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“As projeções contidas em nosso cenário adverso pressupõem uma deterioração adicional da conjuntura tanto na Europa como nos EUA, mas não chegam a configurar um cenário ‘caótico’, em que, por exemplo, a união monetária da Zona do Euro venha a ruir”, explica a equipe da LCA, por meio de relatório.

Economia brasileira
Admitindo essa deterioração do quadro externo, no Brasil o PIB (Produto Interno Bruto) tenderia a sofrer períodos de retração, de acordo com a consultoria.

De qualquer forma, a LCA destaca que o arrefecimento seria bem menos intenso do que durante a crise de 2008, graças ao fortalecimento adicional da economia verificada desde então e ao fato de que as autoridades já vêm se antecipando aos riscos de uma piora mais pronunciada da conjuntura global.

Considerando o cenário base, ou seja, que a conjuntura internacional não sofra um desvio para uma trajetória ainda mais adversa, a equipe da consultoria mantém as projeções de alta do PIB brasileiro em 2011 e 2012 em 2,8% e 3,1%, respectivamente.