Lagarde descarta aperto monetário apesar de inflação “dolorosa”

Presidente do Banco Central Europeu reiterou que não prevê um aumento das taxas de juros no ano que vem

Bloomberg

Christine Lagarde, presidente do BCE

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(Bloomberg) – Para a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a instituição não deve apertar a política monetária tão cedo, mesmo diante de uma inflação “indesejável e dolorosa”.

O banco tem levado a preocupação com o aumento dos preços “muito a sério”, disse Lagarde ao Congresso Bancário Europeu de Frankfurt na sexta-feira. Lagarde reiterou que não prevê um aumento das taxas de juros no ano que vem.

“Reconhecemos que a inflação mais alta encolhe a renda real das pessoas, especialmente aquelas que estão na base da distribuição de renda”, disse Lagarde.

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Os preços da zona do euro sobem no ritmo mais rápido desde 2008. Embora a previsão seja de que a inflação recue em 2022, é provável que avance antes disso devido aos custos mais altos da energia e problemas da cadeia de suprimentos, fatores que autoridades do BCE consideram em grande parte temporários.

Na Alemanha, a inflação atingiu 4,6% no mês passado, o que levou o principal tabloide do país a criticar Lagarde por não agir para controlar os preços.

“Não devemos nos apressar em um aperto prematuro quando confrontados com choques de inflação passageiros ou impulsionados pela oferta”, disse Lagarde.

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“Em um momento em que o poder de compra já está sendo pressionado por contas de energia e combustível mais altas, um aperto indevido representaria um vento contrário injustificado para a recuperação.”

Ela disse que as perspectivas para a inflação de médio prazo são melhores agora do que antes da pandemia, quando o BCE tentava trazer o índice para a meta de 2%.

“Devemos continuar a nutrir essas forças ao não retirar o apoio das políticas prematuramente”, disse Lagarde.

O BCE caminha para uma reunião crucial em dezembro sobre o futuro do estímulo monetário na região. O programa de compra de títulos da pandemia de 1,85 trilhão de euros (US$ 2,1 trilhões) deve terminar em março, e opções, como o aumento das compras convencionais de ativos, devem ser debatidas.

Além da inflação elevada, a economia está sob a ameaça do recorde de casos de Covid-19, o que levou ao retorno dos lockdowns em alguns países da Europa. A atividade econômica já estava abalada pelos problemas nas cadeias de suprimentos, que restringem a produção das fábricas.

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