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Há espaço para otimismo com a Klabin (KLBN11)? Após o Investor Day, os analistas de mercado destacam principalmente o foco na alocação de capital e reiteraram visão positiva.
Dentro dos principais temas, o capex (investimento em capital) foi revisado para baixo para 2025, com desembolsos maiores esperados para 2026, devido à transferência de projetos atrasados para 2025 e ao aumento do capex sustentado, enquanto o guidance de longo prazo foi reduzido e sugere uma normalização a partir de 2028. A Klabin vê capex total em R$ 2,8 bilhões em 2027; R$ 2,5 bilhões em 2028, e entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões no longo prazo.
O guidance de custos permanece amplamente estável, com um aumento modesto em 2026, incluindo potenciais vendas de terrenos e diluição de custos devido a volumes mais altos.
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Na alocação de capital, a empresa prioriza a desalavancagem nos anos seguintes, enquanto (a) mantem sua política de dividendos e (b) avalia oportunidades greenfield seletivas em fluff/papel. Reiteramos nossa recomendação de compra no papel, com a trajetória de desalavancagem impulsionando parte do potencial de upside que vemos para as ações.
“A alocação de capital foi o principal ponto positivo do evento”, ressalta o Bradesco BBI. A administração reafirmou seu compromisso com a redução do endividamento nos próximos 2 a 3 anos, descartando quaisquer novos projetos importantes durante esse período.
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Além disso, a projeção de investimentos entre 2025 e 2028 foi mantida, sinalizando uma tendência contínua de queda nos gastos nos próximos anos.
Entre suas divisões de negócios, embora a empresa continue enfrentando condições de mercado desafiadoras nos segmentos de celulose e papelão revestido, o banco considera positiva a postura construtiva em relação aos recentes anúncios de aumento de preço da celulose e a perspectiva de melhoria na composição da máquina #28 em 2026.
Em uma nota mais otimista, avalia o BBI, embora considere positiva a maior ênfase da administração na redução de custos, a projeção de custos operacionais para 2026 ficou acima das expectativas do mercado. O banco mantém a recomendação de compra para as units da Klabin.
A XP ressalta que, embora as projeções de despesas de capital e custos tenham ficado em grande parte em linha com suas estimativas, considera positiva a estratégia da empresa de focar na redução do endividamento, analisando novos projetos potenciais (papel/celulose) somente após atingir uma posição de balanço confortável (metas de alavancagem de 2,5 a 3,5 vezes fora dos ciclos de investimento, ou 3,9 vezes em ciclos de investimento, em dólares).
Para os analistas da Genial Investimentos, muitos investidores estão acostumados a criticar o modelo vertical da empresa.
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Isso era compreensível, dada a estrutura de custos bastante agressiva e a alta alavancagem necessária para construir o modelo de negócios, muitas vezes dificultando a conversão do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em FCF (fluxo de caixa livre).
No entanto, os custos estão sendo mantidos sob controle (+3,2% no ponto médio do guidance versus 4,5% do IPCA esperado para 2026) e, como tem afirmado há algum tempo, a companhia está entrando em uma fase com um ciclo de capex mais suave, priorizando principalmente a desalavancagem, com Dívida Líquida/Ebitda em 3,3 vezes (x) no 3T25 e convergindo para nossa estimativa de 3,0 x esperado para 2025.
Como resultado, o rendimento (yield) do FCF da companhia (já alavancado e considerando pagamentos de dividendos) deverá subir para 6% esperado para 2025 (+5 pontos percentuais anualmente).
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“Parece-nos que o mercado continua a ver o caso mais como uma aposta na taxa de câmbio e no ciclo da celulose — semelhante ao que vemos com a Suzano —, do que nos fundamentos da ação que, por sua vez, estão melhorando na perspectiva micro”, avaliam os analistas.
Portanto, continua a afirmar que as ações da companhia se desviaram dos fundamentos, apresentando uma contração de 18% no acumulado do ano, o que, na visão dos analistas, parece injustificável. Portanto, também reitera recomendação de compra, com um preço-alvo em doze meses de R$ 23,50, implicando um upside (potencial de alta) de +27%.