Justiça dá sinal verde para Binance fechar negócio de US$ 1,3 bi nos EUA

Um juiz de falências permitiu um acordo entre a exchange e a plataforma de empréstimo cripto falida Voyager Digital

CoinDesk

Changpeng "CZ" Zhao, CEO da Binance (Antonio Masiello/Getty Images)

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A Binance.US, braço norte-americano da Binance, superou um grande obstáculo jurídico e pode adquirir os ativos da plataforma de empréstimo cripto falida Voyager Digital, em um negócio avaliado em cerca de US$ 1,3 bilhão, após um juiz de falências no Distrito Sul de Nova York indicar ser a favor do acordo.

A Binance.US ainda pode ter que enfrentar certas questões regulatórias antes que o acordo seja finalizado. O token VGX, nativo da Voyager, subiu mais de 8% nos minutos após a decisão, divulgada na terça-feira (7).

O plano, elaborado depois que a FTX, que estava interessada na compra dos ativos da Voyager antes de entrar com pedido de falência em novembro, foi apoiado por 97% dos credores da plataforma cripto falida. O negócio poderia levá-los a recuperar quase três quartos de seus recursos.

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A longa audiência sobre a proposta começou com boas notícias para os credores, com os advogados da Voyager dizendo que eles poderiam potencialmente recuperar 73% dos ativos – a estimativa anterior era de 51%. O otimismo se deve à recente alta do mercado cripto.

No entanto, os reguladores do Texas e de Nova Jersey alertaram que esses benefícios podem ser significativamente atenuados se a Alameda Research, empresa-irmã da FTX, conseguir recuperar US$ 445 milhões em pagamentos de empréstimos feitos antes de seu próprio pedido de falência em novembro.

Durante o quarto dia da audiência na terça, o juiz responsável pelo caso finalmente decidiu que as objeções desses reguladores não superavam a necessidade de prosseguir com a reestruturação da Voyager.

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No início da audiência, o juiz afirmou não ter gostado das objeções da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC).

“Se o governo quiser litigar que a venda de tokens VGX da Voyager foi uma oferta de valores mobiliários, deveria ter feito isso”, disse ele, referindo-se à declaração de um advogado da SEC de que a venda proposta pode ter vínculos com a lei de valores mobiliários.

Outras preocupações levantadas pelas partes incluíam a possibilidade de que os dados dos clientes da Voyager, incluindo número de seguro social (número de identificação pessoal semelhante ao CPF), fossem compartilhados com a Binance.US e armazenados em bancos de dados offshore. Um advogado que representa a Binance.US disse que nenhum funcionário da exchange teria acesso a esse tipo de informação.

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