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SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em queda, em especial entre os contratos mais longos, com a curva brasileira reagindo por um lado à baixa dos rendimentos dos Treasuries, após dados de inflação mais favoráveis nos EUA, e por outro ao avanço do dólar ante o real, na contramão da queda da divisa norte-americana no exterior.
Entre os contratos mais curtos, as taxas terminaram muito próximas da estabilidade.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,55%, ante 10,528% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,08%, ante 11,072% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,295%, ante 12,311%.
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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,71%, ante 11,763%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,73%, ante 11,772%.
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Na agenda do dia, o dado mais aguardado pelos investidores era o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, divulgado às 9h30.
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O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI caiu 0,1% em junho, depois de permanecer inalterado em maio. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 3,0%, após um avanço de 3,3% em maio. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,1% no mês e de 3,1% na base anual.
O índice mais fraco que o esperado pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e fez as taxas dos DIs desabarem. A taxa do contrato para janeiro de 2027, por exemplo, foi da máxima de 11,375% às 9h13 — antes do CPI — para 11,235% (queda de 8 pontos-base ante o ajuste anterior) às 9h32, já após os números.
Ainda durante a manhã, no entanto, as taxas recuperam o fôlego no Brasil, retornando ao território positivo em alguns momentos.
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“Tivemos ontem o IPCA (inflação oficial) do Brasil e hoje o CPI dos EUA, mas isso não segurou a queda das taxas”, comentou Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, ao avaliar o movimento dos DIs nesta quinta-feira. “Está havendo um movimento mais forte de depreciação do real contra o dólar, ao contrário do que se vê no exterior”, acrescentou.
O dólar mais forte contrabalançou em parte o efeito do CPI sobre a curva, ainda que entre os contratos mais longos as taxas tenham encerrado com baixas firmes, de 5 pontos-base em alguns vencimentos. No exterior, por outro lado, o movimento dos títulos era mais robusto: às 16h54 o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento — caía 8 pontos-base, a 4,204%.
A despeito dos efeitos do CPI nas operações do dia, profissionais avaliaram que a inflação norte-americana era uma boa notícia também para o Brasil, ao elevar as apostas de que o Federal Reserve começará a cortar juros em setembro.
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“O mercado começa a enxergar, além de um corte em setembro, eventualmente mais dois cortes até o final do ano”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. Segundo ele, isso “facilita a vida do Banco Central brasileiro”. “Está descartada a chance de aumento de juros, por hora”, acrescentou, em referência à taxa básica Selic.
De fato, perto do fechamento no Brasil a curva a termo precificava 92% de chances de manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano no fim deste mês e 8% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. No início da semana passada, antes da moderação do discurso do governo em relação à política monetária, as apostas majoritárias eram de elevação da Selic — algo que o próprio BC tem indicado que não está em seu cenário-base.
“A discussão é se vai ter espaço ou não para cortar a Selic no ano que vem. Se conseguir estabilizar o câmbio e (o governo) tiver o fiscal mais equilibrado, (o BC) pode discutir quedas em 2025. Mas se (o governo) continuar expandindo gastos, vai fazer o BC repensar a possibilidade de alta de juros”, avaliou Lima, da Western Asset.
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Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira o projeto de lei com o eixo central da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, incluindo uma trava para a alíquota do futuro imposto simplificado e a adição de proteínas animais à lista de itens da cesta básica isentos de tributação.
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