JPMorgan eleva Petrobras, BB Seguridade lucra R$ 1,07 bi, a “novela” da Vale e mais 12 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta segunda-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A segunda-feira começa movimentada, com destaque para a elevação de recomendação do JPMorgan para as ações da Petrobras, o resultado da BB Seguridade, além do desenrolar da novela sobre se Murilo Ferreira continua ou não no comando da Vale. Confira os destaques desta segunda-feira (13):

Petrobras (PETR3;PETR4)

Após a elevação do rating da Petrobras de B+ para BB- NA SEXTA, a Petrobras teve mais uma notícia positiva nesta segunda-feira. O JPMorgan elevou a recomendação para as ações da companhia de neutra para overweight, elevando o preço-alvo de US$ 10,80 para US$ 13,00, o que implica um potencial de valorização de 31,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. 

Além disso, a Petrobras informou em comunicado ue foi intimada na última sexta-feira sobre a decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Sergipe que suspendeu alienação da Nova Transportadora do Sudeste. Ela informou que tomará as medidas judiciais cabíveis. 

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, que reúne as participações do Banco do Brasil em seguros e previdência, reportou nesta segunda-feira um lucro líquido ajustado de 1,074 bilhão de reais no quarto trimestre de 2016, alta de 6 por cento em relação ao mesmo período de 2015. Paralelamente, a empresa informou que projeta crescimento do lucro líquido ajustado de 1 a 5 por cento em 2017, ante estimativa de 4,1 por cento em 2016.

Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura do resultado é de que ele foi bem em linha com a estimativa do banco e um pouco acima do consenso. “O trimestre estava caminhando pra vir um pouco abaixo do consenso, mas dezembro acabou acelerando”, Já o guidance para 2017 foi conservador e indica alta do lucro por ação de 1% a 5% – o que daria uma média de 3%. “No nosso modelo temos crescimento de cerca de 5%”, afirmam os analistas. 

Small caps “gigantes”

Em relatório, o Santander destacou ver 7 brasileiras entre as 10 small caps ‘gigantes’ da América Latina. O banco cita Alupar (ALUP11), Fleury (FLRY3), Iguatemi (IGTA3), Iochpe-Maxion  (MYPK3), Magazine Luiza (MGLU3), São Martinho (SMTO3) e Ser Educacional (SEER3) entre as brasileiras no universo das latino-americanas consideradas “small caps” com potencial positivo no médio prazo, segundo relatório assinado por Daniel Gewehr e Joao Noronha.

A estratégia de small caps para 2017 é focada em companhias do universo de cobertura do banco com limite máximo de mercado de US$ 2,5 bilhões. “Em nossa visão, menos cobertura, maior potencial de crescimento, múltiplos menores e uma maior probabilidade de melhores revisões de consensos de resultados sustentam o potencial ‘outperformance’ dos ativos small caps no médio prazo, com um viés positivo em relação a nomes brasileiros”
10 ações foram selecionadas de 9 setores e “exemplificam 4 temas que nos interessam (secular, bond-proxy, desalavancagem e melhora do fluxo de caixa)”. 

Vale (VALE3;VALE5)

Destaque para duas notícias sobre a Vale. Segundo o Valor Econômico, os acionistas da mineradora podem estender Murilo Ferreira por mais 2 anos. O mandato de Ferreira termina em maio  e o Conselho da Vale ainda não avaliou a recondução de Ferreira. Se confirmada a prorrogação do mandato, Ferreira irá cumprir o quarto período seguido como presidente da Vale, desta vez até maio/2019. 

Em novembro, o governo Temer cedeu e passou a apoiar troca de CEO da Vale, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto. Em outra reportagem, o Valor destaca que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, tem atuado nos bastidores para indicar o sucessor de Ferreira na Vale. A pressão de Aécio cresceu nas últimas semanas, diz o jornal. Aécio quer indicar pessoas do mercado para a Vale, descartando a possibilidade de emplacar um político, diz o Valor, citando interlocutores não identificados do senador. Mas executivos antes vistos como potenciais sucessores, como José Carlos Martins e Tito Martins, desabaram recentemente na cotação. Ambos foram diretores da mineradora. José Carlos atua hoje como conselheiro da NovaAgri; Tito preside atualmente a Votorantim Metais.

Além disso, o Santander destacou que a Vale será o destaque do balanço de metais e mineração, sendo impulsionada principalmente pelos elevados preços do minério de ferro. Entre as siderúrgicas, a CSN deve apresentar bons resultados, enquanto prevê uma temporada fraca para a Gerdau. devido à sazonalidade desfavorável e à compressão da margem operacional”. “Por fim, esperamos que nossa ‘top pick’ Usiminas apresente resultados neutros’’, afirma a equipe de análise. 

Telefônica Brasil (VIVT4)

A Telefônica Brasil emitiu R$ 2 bilhões em debêntures a 108,25% do CDI. A oferta é para investidores qualificados. As debêntures possuem vencimento em fevereiro de 2022 e o coordenador líder é o Santander Brasil. 

Hypermarcas (HYPE3)

O conselho da Hypermarcas aprovou o pagamento de dividendos intercalares relativos ao trimestre encerrado em 30 de setembro de 2016, no valor total de R$ 378.036.153,00, o que representa o valor de R$ 0,60 por ação. Considerando o fechamento da ação nesta sexta-feira, a R$ 28,59, o dividend yield chega a 2,10%.

Segundo comunicado, os dividendos serão pagos em 24 de fevereiro, segundo posição acionária do dia 15 de fevereiro, ou seja, as ações passam a ser negociadas na forma “ex” no dia 16 de fevereiro.

Segundo o Santander,  “com base neste evento recente e dada a posição de caixa confortável da empresa (caixa líquido/Ebitda de cerca de duas vezes após fechamento do negócio envolvendo divisão de produtos descartáveis vendida em dezembro/2016), poderemos ver futuros pagamentos de dividendos”. O banco reforça a Hypermarcas como “uma das ‘top picks’ do setor”.

Banrisul (BRSR6)

Segundo o Valor Econômico, a  menos que o Ministério da Fazenda imponha a venda ou federalização do Banrisul como contrapartida indispensável para o socorro ao plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul, o governo do estado não está disposto a encarar agora o desgaste de levar adiante a proposta de se desfazer da instituição. Segundo o jornal, o entendimento é que mais cedo ou mais tarde o banco acabará sendo privatizado, mas que o momento não é o mais adequado nem do ponto de vista político nem do econômico. Além disso, há barreiras na Constituição. Ela passou a exigir, desde 1998, que a eventual venda, transferência de controle, extinção, fusão, incorporação ou cisão do banco seja aprovada em plebiscito popular. Além disso, a companhia informou que aprovou o programa de demissão voluntária, com número de desligamentos limitado a 700 empregados. 

Ambev (ABEV3)

A Heineken anunciou nesta segunda-feira que assinou acordo com a japonesa Kirin para compra da Brasil Kirin, em uma transação que a tornará a segunda maior fabricante de cervejas do país. Incluindo dívidas, a Heineken informou que pagará 1,09 bilhão de dólares pela Brasil Kirin, a fim de aumentar sua presença no mercado brasileiro, fortalecer seu portfólio de marcas e ganhar escala. Para o BTG Pactual, o efeito da Ambev, no curto prazo,  deve ser de um alívio de preço dado que a Brasil Kirin estava muito agressiva. Já no médio e longo prazo, a leitura pode ser negativa pois a Ambev terá que lidar com um competidor mais forte (cerca de 20% de share), com portfólio completo, marca e posicionamento muito forte no Nordeste. “Achamos que o mercado vai ignorar esse efeito negativo por hora e focar no alívio de preço do curto prazo”, apontam os analistas. 

JBS (JBSS3)

A JBS, maior empresa de carnes do mundo, informou que seu conselho de administração aprovou um programa de recompra de até 10% das ações da companhia em circulação no mercado, o que em valores atuais movimentaria quase R$ 2 bilhões.

O programa, que tem duração de até 18 meses, envolve a compra de até 151.844.207 ações. Esse montante, multiplicado pelo valor de fechamento unitário do papel na Bovespa, R$ 12,06, levaria a operação a um total de R$ 1,83 bilhão.

Oi (OIBR4)

Os administradores judiciais nomeados para supervisionar os procedimentos de suspensão de pagamentos de Oi Brasil Holdings Coöperatief e Portugal Telecom International Finance informaram que não recorrerão das decisões da Corte Distrital de Amsterdã, na Holanda, disse a companhia telefônica Oi em comunicado.

A corte de Amsterdã indeferiu pedidos de conversão em procedimentos de falência dos procedimentos de suspensão de pagamentos relativos a Oi Brasil Holdings e PTIF. 

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)

A BM&FBovespa pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a dilação do prazo da análise do ato de concentração da fusão com a Cetip, por mais 60 dias. A análise estava em vias de completar os 240 dias legais e havia uma expectativa de que a aprovação do regulador pudesse ocorrer já no próximo dia 22. O prazo de análise no Cade pode levar no máximo, considerando as extensões, até 330 dias. Com o pedido, a aprovação do regulador para a integração das companhias poderá ficar para o fim de abril, um ano depois do anúncio da fusão pelas empresas.

Em fato relevante conjunto, Cetip e BM&FBovespa afirmam que esse pedido junto ao Cade foi necessário para que as informações adicionais possam ser apresentadas, “inclusive com vistas ao prosseguimento da negociação de proposta de acordo em controle de concentração”.

Entre os possíveis remédios a serem adotados pelo Cade podem estar exigências ligadas à governança, à transparência de procedimentos e preços e à obrigatoriedade de prestar serviço de clearing para outras plataformas, o último já dado como certo. Nesse fórum, que trataria sobre a abertura da câmara para eventuais interessados em ter esse serviço, os detalhes e regras devem ficar mais nas mãos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além do Cade, a autarquia também deve aprovar a operação.

No parecer da Superintendência-Geral do Cade, divulgada no fim de novembro do ano passado, o documento apontou preocupação com em relação a problemas de concorrência e indicou a adoção dos remédios, mas afirmou, ao mesmo tempo, que a fusão traria ganhos de eficiência, que poderiam ser compartilhados com o mercado.

Sobre a prestação de serviços a terceiros, incluindo os da clearing, a Bolsa já teria entregue proposta comercial para a ATS, empresa que até o momento é a única a ter interesse em oferecer o serviço de bolsa de valores no Brasil e que está, inclusive, como parte interessada no processo do Cade.

Se antecipando a questão dos preços, a Bolsa alterou recentemente seu estatuto e criou o comitê de produtos e precificação, exatamente para discutir previamente mudanças nos preços cobrados ao mercado. A intenção é mitigar o risco de prática de preços abusivos e evitar, dessa forma, um desconforto por parte do mercado. O novo documento da Bolsa, que precisa da chancela da CVM, traz ainda um item pensado para garantir também a continuidade no desenvolvimento de produtos e inovação, para não haver qualquer tipo de “acomodação”.

Por fim, em entrevista ao jornal argentino El Cronista, o presidente da Bolsa argentina Merval, Ernesto Allaria, afirmou que a  BM&FBovespa será bem-vinda como licitante, já que ninguém poderá deter mais de 20% do Merval, de acordo com a regulamentação do país. 

Eternit (ETER3)

A Eternit disse ter sido notificada da decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que alterou o que havia decidido a 9ª Vara do Trabalho de São Paulo, que julgou parcialmente procedente as ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho e pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto – ABREA, referente à fábrica de Osasco (SP), cujas atividades foram encerradas em 1993.

O Tribunal retirou as seguintes condenações: indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 milhões; indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil em favor de cada ex-trabalhador não diagnosticado com doenças relacionadas ao amianto; toda e qualquer discussão acerca de familiares de ex-empregados.

Além disso, foram reduzidas as seguintes condenações: danos morais e danos existenciais fixados em favor de cada ex-trabalhador já diagnosticado com doenças relacionadas ao amianto para R$ 100 mil e R$ 50 mil, respectivamente; danos morais fixados em favor do Espólio de cada ex-trabalhador falecido após o ajuizamento das ações para R$ 100 mil. Por fim, foi mantida a condenação de assistência médica integral para os ex-colaboradores diagnosticados com doenças relacionadas ao amianto.

Unidas (UNID3)

A empresa de aluguel de veículos Unidas cancelou o pedido de registro para sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), prevista para ser precificada na sexta-feira, citando condições desfavoráveis de mercado. Segundo comunicado, o cancelamento da operação foi “em decorrência da atual conjuntura de mercado desfavorável à realização da oferta”, que envolvia ofertas primária e secundária de ações.

A Reuters havia publicado que a Unidas planejava abandonar o IPO, após alguns dos acionistas recusaram sugestão dos bancos coordenadores da oferta de cortar o preço sugerido mais cedo nesta semana. No prospecto preliminar de 19 de janeiro, o preço por papel estimado para a oferta era de R$ 15,15 a R$ 18,71.

Assumindo a colocação integral das ações inicialmente ofertadas, considerando os lotes suplementares e as ações adicionais, bem como o preço máximo da faixa indicativa, a operação poderia movimentar R$ 1,056 bilhão.

No começo da semana, a oferta inicial de ações da concorrente Movida movimentou R$ 645,17 milhões, após a empresa reduzir o preço mínimo da faixa indicativa para R$ 7,5 – valor no qual a operação saiu. No comunicado nesta sexta-feira, a Unidas disse que todos os pedidos de reserva e/ou intenções de investimento serão automaticamente cancelados.

Hermes Pardini

A rede de laboratórios médicos Hermes Pardini precificou na sexta-feira a R$ 19 por ação sua oferta inicial (IPO, na sigla em inglês). O preço ficou dentro da faixa estimada pelos coordenadores da oferta, de R$ 17,50 a R$ 21,50 por ação.

A oferta primária (ações novas) movimentou R$ 187,272 milhões, enquanto a secundária (papéis vendidos por atuais sócios da companhia) teve giro de R$ 690,397 milhões, perfazendo um total de R$ 877,7 milhões.

Infraero

Em entrevista ao Valor, o presidente da Infraero Antônio Claret defendeu a criação de uma nova subsidiária para concentrar os ativos já lucrativos ou potencialmente rentáveis da empresa. Ele destacou que a Infraero Aeroportos incorporaria 19 terminais, em três etapas diferentes, e teria capital aberto até o fim de 2018.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.