JPMorgan corta projeção para o petróleo e revisa preço-alvo para Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3) e mais companhias

Banco cortou estimativas para o petróleo de US$ 80 para US$ 75 por barril até 2024, cortando preço-alvo para diversas companhias

Felipe Moreira

Poços de petróleo em Talf, na Califórnia (Carolyn Cole/Getty Images)

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O JPMorgan revisou novamente para baixo a expectativa para o petróleo, tendo como base o câmbio e as novas projeções macroeconômicas. De US$ 80 o barril do brent, a expectativa é de um petróleo a US$ 75 até 2024, ainda que mantendo a projeção de US$ 80 por barril em termos reais para 2025 em diante.

Assim, ainda que com uma visão positiva geral para as empresas brasileiras do setor, os analistas do banco revisaram para baixo o preço-alvo para as ações das companhias.

Para a Petrobras (PETR3;PETR4), a recomendação foi mantida em overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). A ação PETR3, por sua vez, teve o “target” revisado de R$ 41 para R$ 37, ou um potencial de alta de 21% frente o fechamento da véspera. Para os ADRs (recibo de ações, equivalente a ativos negociados nos EUA) PBR, equivalente aos ordinários, o preço-alvo foi de US$ 15,50 para US$ 15 (upside de 4%).

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Para os ativos preferenciais PETR4, o preço-alvo também foi cortado de R$ 41 para R$ 37, ou uma alta de 35% frente o fechamento anterior. O preço-alvo do ADR PBR-A (equivalente aos preferenciais) também foi cortado para US$ 15 (upside de 17%).

A recomendação overweight foi mantida baseada em uma relação risco-recompensa favorável, uma vez que as mudanças na estratégia não devem comprometer a geração de fluxo de caixa livre, na visão dos analistas.

Eles esperam um aumento dos investimentos em iniciativas de baixo carbono da Petrobras, mas o foco principal permanece no segmento upstream (exploração e produção). Pode haver eventualmente menores dividendos, porém em linha com as grandes empresas do setor de petróleo (incluindo recompras de ações). Além disso, a política de preços deve ser seguida em uma faixa estreita que, na visão do JPMorgan, não está muito distante da paridade de preços anterior.

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Além de Petrobras, o banco reduziu o preço-alvo para ações da 3R Petroleum (RRRP3) de R$ 70 para R$ 66 por ação (upside de 81%) e o preço-alvo para PRIO (PRIO3) passou de R$ 59 para R$ 56 por ação (upside de 21%). Ambas tiveram a recomendação mantida em overweight.

Distribuição de combustível

Já dentro do segmento de distribuição, o JPMorgan destacou que sua preferência pelas ações da Vibra (VBBR3), apontando a história transformacional da empresa após sua privatização em julho de 2019. “O desempenho desde então tem demonstrado que a gestão está cumprindo a recuperação, com a mensagem desde o 1º trimestre de 2021 de que ainda há mais ganhos a serem alcançados”, diz o banco.

A Vibra também possui uma posição de caixa confortável e um atrativo rendimento futuro (retorno de dividendo esperado de 3,7% em 2023).

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Sendo assim, o JPMorgan manteve recomendação equivalente à compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 22 (upside de 24%).

Já para as ações da Ultrapar (UGPA3), o banco manteve classificação neutra, mas elevou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 16,50 por ação (ou queda de 15%).

Os analistas comentaram que as estimativas foram revisadas para cima devido à melhora da perspectiva para a Ultragaz. No entanto, acreditam que o fator-chave para as ações continua sendo a Ipiranga – o negócio de distribuição de combustíveis. E, para este segmento, os impulsionadores permanecem mais orientados pelas condições gerais do mercado (recuperação nos volumes de tráfego) do que por fatores específicos internos.

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OceanPact (OPCT3)

O JPMorgan ainda reiterou classificação equivalente à compra para os papéis da OceanPact e manteve o preço-alvo de R$ 6,50 (upside de 21,50%).

O banco vê o case de investimento oferecendo: “(a) um modelo de negócio único focado em obter os contratos certos (em vez das embarcações certas), o que permitiu à empresa expandir consistentemente seus retornos; (b) um foco nas áreas mais complexas de suporte marítimo, onde a concorrência é menor; (c) um ambiente de negócios favorável marcado por competidores em dificuldades com limitações para investir; (d) uma sólida oportunidade de crescimento na indústria offshore brasileira; e (e) uma abordagem favorável ao ESG (ambiental, social e governança)”.

O que esperar para o segundo trimestre?

O JPMorgan acredita que a temporada de balanços do segundo trimestre de 2023 deve ser desafiadora, com deterioração dos resultados em todos os segmentos de commodities, sendo o setor de petróleo o preferido do banco para este período, já que o petróleo do tipo Brent apresentou a menor contração de preço em relação à cobertura de outros segmentos na América Latina.

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Apesar da queda nos preços do petróleo, os analistas ainda veem a maioria das petrolíferas com geração positiva de fluxo de caixa, e suas principais escolhas são Petrobras e PRIO.

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Quanto à distribuição de combustíveis, eles projetam um trimestre com maior competição e impactos das importações de diesel russo. Os analistas ainda esperam que a Ultrapar supere as margens da Vibra, especialmente devido aos efeitos de estoque.