JBS (JBSS3): dados de subsidiária animam, mas analistas se dividem sobre se balanço empolgará mercado

Resultados da subsidiária superou expectativas de analistas e aumenta expectativas por números da JBS, que reportará no dia 13 de novembro

Camille Bocanegra

Planta da JBS no Colorado, EUA (Foto: Matthew Stockman/Getty Images)

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A Pilgrim’s Pride (PPD), subsidiária da JBS (JBSS3) nos EUA, divulgou resultados do terceiro trimestre com números acima do esperado e reforçou as projeções de recuperação para os números da holding no terceiro trimestre de 2023 (3T23).

Entre os dados, a empresa divulgou receita líquida de US$ 4,3 bilhões (queda de 2% na comparação anual) e lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de US$ 324 milhões (queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado). O destaque dos resultados foi a melhoria da margem Ebitda, conforme apontam as análises.

A JBS reportará seus resultados em 13 de novembro.

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De acordo com o Bradesco BBI, o resultado veio 9% acima do consenso para Ebitda e a margem consolidada de Ebitda veio 1% maior que o esperado pelo mercado.

“Os resultados também implicam um ambiente melhor para o mercado de aves dos EUA, já que essa divisão relatou melhoria na lucratividade pelo segundo trimestre consecutivo”, considera. O banco recomenda compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 30.

O Itaú BBA destacou os resultados sólidos e a “superação das estimativas em ambos os casos (Ebitda e margem Ebitda)”.

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“A dinâmica mais saudável nos negócios de commodities nos EUA foi o destaque do trimestre, impulsionando a maior parte da expansão do Ebitda. Nos EUA, os fundamentos mais saudáveis no segmento de grandes aves foram o destaque do terceiro trimestre de 2023”, reforça o BBA.

O banco considera que os resultados podem fortalecer as previsões otimistas dos investidores em relação à tese de investimentos da JBS. A tese é que a PPC poderá dar impulso para o crescimento da rentabilidade sequencial da JBS no trimestre, considerando o fato de que a JBS se recupera de seu “ano mais desafiador na história recente”.

A companhia segue como principal escolha no setor de Alimentos e Bebidas para o Itaú BBA, destacando que o balanço provavelmente apresentará o suporte “a dinâmicas desafiadoras no nível consolidado”. O nome é considerado como outperform (performance acima da média, equivalente à compra), com preço alvo de R$ 31,00.

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A projeção do BBA para a JBS é de que a companhia deva ser o destaque do terceiro trimestre entre as de alimentos no Brasil, que terão recuperação gradual, mas ainda abaixo do normalizado. “A empresa deverá apresentar melhora sequencial nos números reportados, principalmente na PPC e na Seara, com uma oferta global de frango muito mais equalizada. Observamos que a operação de carne bovina dos EUA provavelmente continuará a ser pressionada pelo ciclo de queda do gado local, mas em menor grau do que o inicialmente esperado, graças a algumas microiniciativas”, avalia.

Para o JPMorgan, a expectativa para JBS é de Ebitda  de R$ 6,1 bilhões (com queda de 36% em relação ao ano anterior e avanço de 37% em relação ao último trimestre), com margem de 6,8%. O consenso Bloomberg, de acordo com o banco, aponta valor 8,4% inferior para o nome.

“Exceto pela carne bovina dos EUA, esperamos que todas as unidades de negócios apresentem melhorias na margem, à medida que os custos aliviam e os preços se recuperam. O destaque aqui é para a carne suína dos EUA, que deve apresentar uma margem de um dígito alto à medida que os preços do porco magro se recuperam”, apontam os analistas do JPMorgan.

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Entre os desafios, o banco aponta que a carne bovina dos EUA segue com números negativos, ainda que estáveis, também pelo fato de consumidores optarem por cortes mais baratos de carne e pelo frango.

Sobre Seara, o banco destaca que espera ainda receitas insatisfatórias, ainda que apresente melhoria pelos custos mais baixos de ração. “Apesar das melhorias sequenciais nos preços do frango, eles não serão refletidos totalmente neste trimestre, que começou com preços muito baixos. No futuro, esperamos que as margens continuem melhorando”, afirma o JPMorgan, que considera o nome como Neutro, com preço-alvo de R$ 23,00 (rebaixado dos R$ 25,00 anteriores).

A XP avalia que a JBS reportará melhores resultados sequencialmente, com destaque para as operações de Aves e Suínos, tanto nos EUA quanto no Brasil.

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Do lado negativo, espera que a JBS Brasil e Austrália caiam no trimestre, enquanto vê a operação de carne bovina dos EUA melhorando marginalmente no trimestre.

No geral, a XP projeta receita líquida de R$ 90,8 bilhões (+3% trimestre a trimestre) e Ebitda ajustado de R$ 5,2 bilhões (+18% frente o 3T22), com lucro ainda em queda ao ano.

“A demanda dos investidores pela tese de investimento da JBS está aumentando, mas nossa estimativa de melhora nos lucros não deve ser suficiente para desencadear uma reação positiva no preço das ações, em nossa opinião, já que o ritmo de recuperação nas unidades de negócios ainda não está claro, além da incerteza quanto à dupla listagem e alavancagem”, afirma.