JBS: entrada no mercado de peixes é estratégica e amplia diversificação do portfólio, avaliam analistas; ações sobem na Bolsa

A JBS anunciou nesta sexta a compra da produtora de salmão australiana Huon Aquaculture

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A JBS (JBSS3) anunciou nesta sexta-feira (6) a aquisição da produtora de salmão australiana Huon Aquaculture, ampliando seu portfólio e dando o primeiro passo no setor de aquicultura.

A Huon investiu mais de 350 milhões de dólares australianos nos últimos cinco anos em infraestrutura operacional e é líder da indústria em práticas sustentáveis no ciclo de produção de salmão.

Os produtos primários incluem salmão inteiro, filé de salmão fresco, embalagem em porções de atmosfera modificada e outros produtos de valor agregado para o crescente atacado doméstico, varejo e canais de exportação.

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Para analistas do mercado financeiro, a notícia é positiva, uma vez que amplia o leque de atuação da JBS em relação a produtos e geografia.

As ações JBSS3 fecharam em alta de 1,94% nesta sexta, negociadas a R$ 32,60.

Em relatório, o Bradesco BBI escreve que a aquisição da Huon pela JBS, embora positiva, não muda a análise que a casa já tinha da companhia, dado o montante pequeno da transação, que representa 1,5% do valor de mercado da JBS.

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O primeiro movimento da companhia dentro do setor de peixes, contudo, pode ser visto pelo mercado como uma surpresa, segundo os analistas, uma vez que a JBS é focada em bovinos, suínos e aves.

“A JBS tem um histórico positivo em fusões e aquisições, principalmente em reverter empresas que enfrentam desafios no setor de proteínas, que parece ser o caso da Huon, que foi duramente atingida pela Covid-19 e pelo fechamento temporário da indústria de alimentos”, escrevem os analistas.

O Bradesco BBI tem recomendação outperform (performance acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 38 para as ações da JBS.

Já o Morgan Stanley não vê a transação como uma surpresa, dado que a companhia continua gerando muito caixa e a administração já sinalizou que fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) continuam sendo uma das áreas de foco.

Ainda assim, com a aquisição sendo aprovada, os analistas veem a notícia como positiva, uma vez que a JBS diversificará ainda mais seu portfólio em novas proteínas e mercados e aumentará a exposição a produtos de maior valor agregado.

Segundo cálculos do Morgan Stanley, com base no valor da empresa mencionado, os analistas afirmam que implicam um múltiplo de transação relativamente alto, de 11 a 12 vezes o valor da empresa em 2020 para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).

A JBS está sendo negociada atualmente a cerca de 4,5 vezes, mas dados os perfis de margem, crescimento e mix de produtos completamente diferentes, o time de análise não acha que os investidores devam se preocupar excessivamente com base nisso.

“Claro, precisamos de mais informações da JBS para que possamos avaliar melhor a perspectiva operacional de Huon daqui para frente”, escrevem os analistas.

O banco americano tem recomendação overweight (acima da média do mercado) para os papéis JBSS3 e preço-alvo de R$ 47.

O impacto também é visto como positivo pelos analistas da Guide Investimentos. “Acreditamos que ela deva gerar sinergia para o conglomerado brasileiro, por meio de diversificação geográfica e de produtos, através da expansão de portfólio”, avaliam os analistas.

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