JBS dispara 15% e Oi cai 10% após balanços; Petrobras sobe com Opep e cessão onerosa, enquanto Vale cai com China

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Esta quarta-feira (14) foi marcado pela volatilidade na Bolsa antes do feriado de Proclamação da República em meio ao dia negativo nas bolsas internacionais.

Porém, no leilão de fechamento, o Ibovespa engatou uma forte alta e fechou em sua máxima do dia. Entre os fatores positivos ficaram a alta da Petrobras (PETR4), que por sua vez seguiu a recuperação do preço do petróleo diante das discussões da OPEP sobre o corte de produção. A temporada de resultados também mereceu destaque, com a JBS disparando mais de 15% após a divulgação de números bem positivos. Já a Guararapes disparou com a conversão de ações. Confira os destaques do mercado nesta sessão:

Petrobras (PETR3;PETR4)

 As ações da Petrobras passaram a registrar ganhos a partir do final da manhã em meio às discussões da Opep de corte de oferta do petróleo na próxima reunião. Com o petróleo subindo cerca de 2%, os papéis tiveram expressiva alta. 

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Na véspera, os papéis da estatal despencaram 5%  depois da forte queda do petróleo em meio a preocupações com o aumento da oferta. Os últimos dias foram de queda para as ações da Petrobras de olho na cotação da commodity; os papéis já acumulam perdas de cerca de 15% desde a máxima atingida logo após Jair Bolsonaro ser eleito presidente. 

Ainda em destaque, a Petrobras recebeu R$ 1,05 bilhão em subvenção econômica ao diesel. O pagamento é referente ao primeiro período da 3ª fase do programa, de 1º de agosto de 2018 a 30 de agosto de 2018. Além disso, o pagamento também é referente à atualização monetária de valores já recebidos.

Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), afirmou que, após conversar com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu pautar com urgência a proposta de revisão do acordo da cessão onerosa na próxima terça-feira (20).

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Por fim, a gestora de investimentos norte-americana BlackRock passou a deter participação acionária relevante no capital da Petrobras, com 5,00% das ações preferenciais. São 248.223.686 PNs e 16.024.225 American Depositary Receipts (ADRs) representativos de ações PN, totalizando 280.272.136 ações dessa classe, além de 2.709.600 instrumentos derivativos referenciados em PNs, ou 0,04% do total. 

De acordo com correspondência da BlackRock, o objetivo da aquisição é estritamente de investimento, sem intenção de alterar o controle acionário ou a estrutura administrativa.

 

 

Guararapes (GUAR3; GUAR4)

O Conselho da Guararapes, empresa controladora da Riachuelo, aprovou a conversão de ações PN em ações ON. Com isso, os papéis PN chegaram a saltar até 17%, enquanto os ativos ON, que possuem maior liquidez, chegaram a subir 7%. A conversão será na proporção de 1 ação preferencial para 1 ação ordinária. Segundo a companhia, a operação será submetida à aprovação dos acionistas detentores de ações ON e assembleia geral extraordinária (AGE) e dos acionistas detentores de ações PN em assembleia geral especial.

De acordo com os analistas da Brasil Plural, a expectativa é que a notícia seja refletida de forma positiva nas ações na abertura do pregão desta quarta-feira. Os analistas do Itaú BBA também enxergam como positiva a notícia e acreditam que isso contribui para o aumento de liquidez das ações.

“Como vemos a liquidez como a principal questão que retém os múltiplos das ações, acreditamos em um re-rating. Também acreditamos que o mercado agirá como se a migração para o Novo Mercado já estivesse a caminho”, escrevem.

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JBS (JBSS3)

A JBS apurou uma receita líquida de R$ 49,40 bilhões, abaixo dos R$ 49,65 bilhões estimados pelo mercado. O Ebitda ajustado, por sua vez, somou R$ 4,40 bilhões.

Os analistas do Itaú BBA escrevem que o Ebitda ficou 7% acima de suas estimativas e 9% acima do consenso. Eles destacam a forte recuperação nos negócios brasileiros, a queda da dívida líquida em US$ 711 milhões em um único trimestre e os resultados da JBS USA, que vieram em linha com as projeções.

Os resultados foram elogiados pelos analistas do BTG Pactual, que os descrevem como “excepcionais”. 

BR Distribuidora (BRDT3)

O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, negou hoje, na sua conta do Twitter, que defenda a privatização da Petrobras. Ele esclareceu que é favorável a privatizar a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
“Esclarecendo qualquer possível dúvida quanto ao publicado pela imprensa hoje: em videoconferência com investidores reunidos ontem (13) nos EUA informei que o futuro governo estuda a possibilidade de privatizar a BR Distribuidora. Considero a Petrobras empresa patrimônio do Brasil.” Ontem, os papéis saltaram após a fala de Mourão afirmando que o governo Bolsonaro poderia privatizar a distribuidora. 

Bradesco (BBDC4)

Em entrevista à Bloomberg, Octavio de Lazari, CEO do Bradesco, disse que o banco elevará os empréstimos em ao menos 10% em 2019 dada a expectativa da economia no novo governo.

Qualicorp (QUAL3)

José Seripieri Filho, fundador e presidente da Qualicorp, concluiu, por meio de operações realizadas na B3, a aquisição de R$ 150 milhões em ações da companhia. A aquisição representa um investimento de longo prazo na empresa. Agora, Seripieri poderá prosseguir adquirindo ações da QUAL3  “como forma de reforçar seu alinhamento estratégico com a companhia”.

Em 1º de outubro, as ações da Qualicorp tiveram a maior queda intradiária desde maio de 2015, após a companhia assinar um contrato de alienação de ações e não competição de negócios com Seripieri.

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Banco do Brasil (BBAS3)

De acordo com a Bloomberg, é improvável que o atual presidente do banco, Marcelo Labuto, continue no cargo; uma decisão sobre o assunto é esperada em breve.

Eletrobras (ELET6)

Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras, afirmou que tem interesse em permanecer no cargo, caso seja convidado pelo governo Bolsonaro, para fazer a privatização. De acordo com o jornal Valor Econômico, até o momento não houve a formalização de um convite pela equipe do novo presidente. O executivo destacou, porém, que o relacionamento com a equipe de transição de Bolsonaro tem sido positivo.

Totvs (TOTS3)

A Totvs apurou uma receita líquida de R$ 589,6 milhões no terceiro trimestre, valor acima das maiores projeções compiladas pela Bloomberg. O lucro líquido, por sua vez, ficou em R$ 36,7 milhões. Já o Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) somou R$ 89,5 milhões no trimestre.

SLC Agrícola (SLCE3)

A SLC Agrícola registrou um lucro líquido de R$ 35,6 milhões entre julho e setembro deste ano. A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 408,5 milhões. No trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 88,3 milhões, com margem Ebitda ajustada de R$ 21,6%.

Oi (OIBR4)

A Oi teve um prejuízo líquido de R$ 1,34 bilhão no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 70,3 vezes em relação aos R$ 19 milhões reportados no mesmo. A receita líquida foi de R$ 5,48 bilhões, queda de 8,1%. Houve piora no resultado financeiro líquido, que ficou negativo em R$ 1,455 bilhão ante R$ 19 milhões positivos um ano antes.

No período, a dívida líquida foi de R$ 10,98 bilhões, o caixa e equivalente caixa veio em R$ 5,16 bilhões e o Capex foi de R$ 1,53 bilhões.

Também no radar da companhia, o órgão regulador do mercado de capitais nos EUA (SEC) concedeu registro para a operação de aumento de capital no valor de R$ 4 bilhões prevista no plano de recuperação judicial da Oi, informou o Valor Econômico.

O registro é necessário, porque o direito de preferência na subscrição das novas ações a serem emitidas na capitalização abrange também os detentores de ADSs (American Depositary Shares).

 

Even (EVEN3)

A Even Construtora e Incorporadora reduziu o seu prejuízo líquido em 52% para R$ 12,4 milhões no terceiro trimestre. A companhia teve uma receita de R$ 395 milhões no período e uma dívida líquida de R$ 731,8 milhões. Já o Ebitda ajustado veio em R$ 26,5 milhões, com margem de R$ 6,7%.

Na opinião do Credit Suisse, a companhia reportou bons resultados, com forte redução de prejuízo, refletindo o maior reconhecimento de receita e, principalmente, maior margem.

 

Lojas Marisa (AMAR3)

A Marisa teve um prejuízo líquido de R$ 53,1 milhões no terceiro trimestre deste ano. No período, a companhia somou um Ebitda de R$ 24,3 milhões.

A equipe de análise do BTG Pactual escreve que os números operacionais foram afetados por uma abordagem de preços mais agressiva, pelo enfraquecimento da receita líquida, bem como pela eliminação gradual dos descontos nos contratos de leasing e maiores despesas de marketing. “Devido à falta de sinais de recuperação de receita e margem, mantemos nossa nossa visão mais conservadora e recomendação de ‘venda’”, escrevem.

BR Malls (BRML3)

A BR Malls teve um lucro líquido ajustado de R$ 123,4 milhões no terceiro trimestre deste ano. A receita líquida ficou em R$ 312,8 milhões e a taxa de ocupação nos shopping centers foi de 96,3%. No período, o Ebitda ajustado somou R$ 222,9 milhões, com margem Ebitda ajustada de 71,2%.

Na opinião do Credit Suisse, o resultado mostra que a empresa está em um ponto de inflexão nas suas operações. “Negociando a 14.6x P/FFO 2019 e com a potencial revisão de earnings pra cima, enxergamos um bom upside pro papel e reforçamos o outperform”, escrevem os analistas.

Já a XP Research destaca que, no geral, os números vieram em linha com as estimativas da equipe de análise e com o consenso. Embora não haja grandes surpresas no trimestre, os analistas apontam avanço em métricas importantes como vendas em mesmos shoppings,  vendas em mesmas lojas e redução na inadimplência líquida. Isso levou à elevação do preço-alvo para R$ 13,20 ( com potencial de valorização de 16% nos próximos 12 meses em relação ao fechamento da véspera), e mudança de recomendação do papel para compra.

Brasil Brokers (BBRK3)

A Brasil Brokers registrou um prejuízo líquido de R$ 13 milhões no terceiro trimestre deste ano. A receita líquida foi de R$ 25,2 milhões e o Ebitda veio negativo, em R$ 10,9 milhões.

Vale (VALE3)

As ações da Vale registraram um novo dia de baixa. O minério de ferro à vista negociado no porto de Qingdao teve baixa de 0,9%, a US$ 74,55 a tonelada. 

Vale destacar ainda os dados econômicos chineses: números oficiais publicados durante a madrugada mostraram que a produção industrial chinesa avançou 5,9% na comparação anual de outubro, superando a previsão de analistas, de alta de 5,7%. Por outro lado, as vendas no setor varejista da China subiram 8,6% em outubro ante igual mês do ano passado, mas o resultado ficou bem aquém do ganho esperado de 9,2%.

Comgás (CGAS5)

A Comgás chegou a um acordo sobre os termos aditivos contratuais para fornecimento de gás com a Petrobras até 2021 e também que as empresas concordaram em encerrar ações judiciais que versavam sobre o contrato. Isso resultará na liquidação pela Comgás do montante já provisionado de, aproximadamente, R$ 1 bilhão à Petrobras.

Além disso, a Comgás e Petrobras também negociaram termos de compromisso que garantem suprimento de gás da companhia no período de 1º de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2027, sendo que os contratos decorrentes de tais termos serão submetidos à aprovação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo em momento oportuno.

As companhias ainda encerraram as ações judiciais propostas pela Comgás não relacionadas ao custo de gás.

Helbor (HBOR3)

A Helbor teve um prejuízo líquido de R$ 129,3 milhões entre julho e setembro deste ano. No período, a companhia registrou uma receita líquida operacional de R$ 61,7 milhões e uma dívida líquida de R$ 1,63 bilhões. O Ebitda veio negativo no trimestre, em R$ 133,4 milhões, com margem de 216,2%.

Na opinião do Bradesco BBI, os resultados vieram “muito mais fracos do que o esperado, apesar do forte fluxo de caixa livre, de R$ 80 milhões”. Os analistas destacam também que mais uma vez, os players de baixa renda tiveram uma performance superior aos de classe média.

Mahle Metal Leve (LEVE3)

A Mahle reportou um lucro líquido de R$ 92,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor acima das maiores projeções compiladas pela Bloomberg. As vendas totalizaram R$ 710,3 milhões, enquanto o Ebitda somou R$ 148,7 milhões, com margem de R$ 20,9%.

O Bradesco BBI destaca que a companhia registrou um Ebitda 22% acima do consenso com câmbio e produção de veículos mais forte no Brasil, além de forte crescimento da receita, de 33%, em meio à depreciação do real. 

Cremer (CREM3)

A Cremer apurou uma receita líquida de R$ 193 milhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido da companhia foi de R$ 6,3 milhões, enquanto o Ebitda somou R$ 16,4 milhões, com margem de 8,5%.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida teve um lucro líquido de R$ 190,2 milhões entre julho e setembro deste ano, um aumento de 22,5% em relação ao resultado do mesmo intervalo de 2017. A receita líquida no período também subiu (17,6%), para R$ 1,16 bilhão. O Ebitda ajustado, por sua vez, somou R$ 199,6 milhões, com margem de 17,2%.

Na opinião do BTG Pactual, o resultado veio fraco, mas já era esperado, com piora da margem e de sinistralidade. “Apesar do trimestre ruim, acreditamos que companhia é a melhor posicionada na nossa cobertura para capturar os crescimentos do setor no médio prazo”, escrevem.

Reações ao MSCI

O MSCI Latin America fez um rebalanceamento em que fez duas adições e duas exclusões: entrou B2W (BTOW3), enquanto EDP Energias do Brasil (ENBR3) e Odontoprev (ODPV3) foram retiradas.

Como diversos fundos passivos utilizam os índices MSCI como referência, ações que são incluídas geralmente respondem com valorização – e as excluídas em suma apresentam queda.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.