Jamie Dimon diz que rachadura no mercado de títulos “vai acontecer” nos EUA

CEO do JPMorgan prevê instabilidade no mercado de dívida americana e destaca riscos das políticas de gastos e afrouxamento quantitativo

Bloomberg

Jamie Dimon (Bloomberg)
Jamie Dimon (Bloomberg)

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Jamie Dimon alertou que uma rachadura no mercado de títulos “vai acontecer” após o governo dos EUA e o Federal Reserve terem “exagerado massivamente” nos gastos e no afrouxamento quantitativo (quantitative easing).

“Eu simplesmente não sei se será uma crise em seis meses ou seis anos, e espero que mudemos tanto a trajetória da dívida quanto a capacidade dos formadores de mercado de atuarem,” disse o CEO do JPMorgan Chase nesta sexta-feira (30), durante o Fórum Econômico Nacional Reagan. “Infelizmente, pode ser que precisemos disso para nos despertar.”

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Os títulos do Tesouro dos EUA estão a caminho de registrar sua primeira perda mensal neste ano, enquanto as mudanças abruptas nas políticas do presidente Donald Trump abalam a confiança dos investidores. A preocupação com o déficit orçamentário aumentou em maio, ligada a um projeto de lei de corte de impostos que tramita no Congresso.

Dimon tem manifestado repetidamente nos últimos anos sua preocupação com os gastos globais em déficit e, ao ser questionado na sexta-feira se os chamados vigilantes do mercado de títulos estão de volta, ele respondeu “sim”.

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O veterano chefe do maior banco dos EUA repetiu comentários feitos no mês passado, quando disse esperar um “tumulto” no mercado de títulos do Tesouro que leve a uma intervenção do Fed. Na ocasião, ele citou a relação suplementar de alavancagem dos bancos americanos e outras regulamentações com “falhas profundas” que, se corrigidas, permitiriam que os bancos atuassem de forma mais ativa na intermediação.

“Eu digo isso aos meus reguladores,” afirmou Dimon na sexta-feira. “Estou dizendo a vocês que isso vai acontecer, e vocês vão entrar em pânico. Eu não vou entrar em pânico, vamos ficar bem. Provavelmente vamos ganhar mais dinheiro e então alguns dos meus amigos vão dizer que gostamos de crises porque são boas para o JPMorgan Chase — mas não é verdade.”

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