Itaú salta 3% após balanço do 2° tri, Suzano dispara até 10% e construtoras afundam com corte do Credit

Confira os principais destaques da bolsa desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa intensificou ganhos nesta tarde e fechou a sessão em alta de 0,90%, a 66.516 pontos, nesta terça-feira (1), na quarta valorização seguida, com o avanço das ações dos bancos – guiados pelo Itaú Unibanco, que reagiu ao balanço do 2° trimestre – ofuscando a quedas dos papéis de commodities. 

Entre as maiores altas, o destaque ficou com as ações da Suzano, que saltou 10% na máxima do dia, após aprovar migração para o Novo Mercado. Vendo o movimento como positivo para possíveis fusões e aquisições, as ações da Fibria subiram 4% na esteira, fechando como a segunda maior valorização do Ibovespa. 

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Do outro lado, as ações da MRV Engenharia caíram 3%, mas atingiram queda de 4% na mínima do dia, após o Credit Suisse cortar sua recomendação de “outperform” (desempenho acima da média)  para neutra. As ações da Direcional – negociadas fora do Ibovespa – também sofreram corte de recomendação pelo banco. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,50, +3,20%)
As ações do Itaú Unibanco subiram forte, fechando entre as maiores altas do Ibovespa, após o banco reportar lucro líquido recorrente de R$ 6,17 bilhões no período, superando as expectativas compiladas pela Bloomberg, que apontavam lucro de R$ 5,99 bilhões. O resultado ficou 10,6% acima dos R$ 5,58 bilhões registrados um ano antes. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o banco registrou lucro líquido de R$ 12,1 bilhões, uma alta de 12,7% em um ano (para conferir o resultado completo, clique aqui).

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Itaú dispara após balanço – mas analistas divergem sobre futuro da ação na Bolsa. Clique aqui para ler a análise. 

A carteira de crédito total, incluindo avais e fianças, subiu 0,4% na comparação trimestral, mas teve baixa de 3,6% ante mesmo período do ano passado, para R$ 552,35 bilhões.

Além do resultado, o Itaú anunciou ainda que seu conselho aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio complementares aos dividendos pagos mensalmente, no valor de R$ 0,39900 por ação, que serão pagos em 25 de agosto baseado na posição acionária de 14 de agosto. Após a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, os juros líquidos serão de R$ 0,33915 por ação.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi melhor do que o esperado, ressaltando a melhora da qualidade dos ativos e a expansão da margem financeira dos clientes em 1,5% na comparação trimestral, além de um excelente controle de custos. Os analistas do banco possuem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 42,00. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 370,95, +0,95%)
As ações da Magazine Luiza amenizaram alta de 4,94% na máxima do dia, a R$ 385,01, e fecharam com ganhos perto de 1%, após balanço do 2° trimestre. A empresa registrou lucro líquido de R$ 72,4 milhões no período, valor 594,5% superior aos R$ 10,4 milhões apurados em igual período do ano passado. Este foi o maior lucro trimestral já registrado pela companhia. Nos primeiros seis meses do ano, o lucro acumula R$ 130,9 milhões, montante 735,3% mais alto que no primeiro semestre de 2016.

No critério ajustado, o lucro líquido trimestral atingiu R$ 73,3 milhões, com variação de 426,4% ante os R$ 13,9 milhões segundo trimestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 44,5% para R$ 235,8 milhões entre abril e junho, com margem de 8,7%, 1,1 ponto porcentual acima do registrado no primeiro trimestre de 2016. Em seis meses, o Ebitda chega a R$ 467,7 milhões, expansão de 52,2%

O Ebitda ajustado teve alta de 40,7% no segundo trimestre, somando R$ 237,1 milhões, com a margem subindo de 7,8% para 8,8%. O ajuste exclui da conta as despesas não recorrentes. Entre abril e junho, a receita líquida somou R$ 2,699 bilhões, uma expansão de 25,7% na variação anual. No semestre, a receita é de R$ 5,506 bilhões, aumento de 24,8% na mesma comparação.

Os números são bastante positivos, como ressaltam os analistas do BTG Pactual Fabio Monteiro e Luiz Guanais, que destacam as vendas excepcionais, a lucratividade e a geração de fluxo de caixa. Isso levou a um indicador de vendas nas mesmas lojas em 14,5% (especialmente com smartphones e smart TVs) e do e-commerce em 55% na comparação anual. Os analistas do banco elevaram o preço-alvo para os papéis de R$ 249 para R$ 377, mantendo recomendação de compra. 

Porto Seguro (PSSA3, R$ 31,45, -0,16%)

O lucro líquido da Porto Seguro registrou alta de 36,4% no segundo trimestre de 2017 na base de comparação anual, para R$ 235,7 milhões. O resultado foi favorecido pelo benefício fiscal referente ao pagamento da primeira parte de juros sobre capital próprio no valor de R$ 243 milhões. Ao ser desconsiderado esse efeito, o lucro do trimestre teria queda de 1% na base de comparação anual.

As receitas totalizaram R$ 4,14 bilhões entre abril e junho, alta de 5,3%, enquanto as despesas ficaram em R$ 4,07 bilhões, 3,6% superior.  A sinistralidade total teve baixa de 58% no segundo trimestre de 2016 para 55% neste ano, com queda em todos os negócios. 

Suzano (SUZB5, R$ 15,06, +7,42%)
As ações da Suzano dispararam, liderando com folga os ganhos do Ibovespa, após seu conselho de administração aprovar a migração da companhia para o segmento Novo Mercado, da B3, por meio da conversão da totalidade das ações preferenciais da companhia em papeis ordinários, na proporção de 1 para 1. As ações da Fibria (FIBR3, R$ 34,46, +4,17%) subiram na esteira e figuraram como a segunda maior alta do principal índice de ações da bolsa, com analistas de olho em possível consolidação do setor. 

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Segundo o Bank of America Merrill Lynch, a transação é positiva, por conta de 4 fatores. São eles: 1) os acionistas minoritários receberão direito de voto e “tag along”; 2) alinhamento das práticas de governança corporativa com seus pares no setor; 3) potencial de “re-rating” da ação; 4) melhor posicionamento para oportunidades de fusões e aquisições, se, a tão amplamente discussão de consolidação do setor, ocorrer. 

Sobre o último item, o BofA lembra que a administração da Suzano declarou em reuniões anteriores que a potencial unificação de suas ações posicionaria melhor a empresa para quaisquer oportunidades de consolidação. Para o banco, uma fusão potencial entre a Fibria e a Suzano, como discutido amplamente na imprensa brasileira e na indústria, poderia desbloquear entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões em sinergias, ou cerca de 25% de seu limite de mercado combinado. Uma combinação de Fibria e Eldorado, que também foi discutida na imprensa, pode potencialmente desbloquear R$ 3 e R$ 4 bilhões em sinergias. O banco mantém recomendação de compra para os papéis da Suzano.   

Já o BTG Pactual destaca a notícia como bastante positiva no sentido de melhorar a governança corporativa e como catalisador para uma reclassificação dos ativos. Os analistas do banco mantêm recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 18,00.

Taesa (TAEE11, R$ 23,65, +1,85%)

A B3 divulgou a primeira prévia do Ibovespa para os períodos entre setembro e dezembro de 2017, trazendo a Taesa como novidade para o índice. As próximas prévias sairão em 16 e 31 de agosto.

JBS (JBSS3, R$ 7,70, 0,0%)
A JBS anunciou que concluiu por US$ 300 milhões a venda de suas operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para unidades da rival brasileira Minerva.

“O preço está sujeito a um ajuste em valor equivalente à diferença entre o capital circulante líquido e o endividamento de longo prazo das sociedades na data de fechamento, no prazo de até 30 dias”, afirmou a companhia. Já a Reuters informou que a JBS contratou o BNP Paribas para venda da Moy Park. 

Ainda sobre a J&F, o Estado de S. Paulo informa, citando fontes, que o grupo fechou na última segunda-feira  a venda da Vigor para o grupo Lala, do México, por R$ 5,7 bilhões. O contrato ainda não foi assinado, diz o jornal, mas o negócio é dado como certo. Faltaria apenas a aprovação dos conselhos das companhias envolvidas para que o contrato seja assinado. A expectativa é que isso ocorra dentro dos próximos dias. 

Essa venda de ativos, contudo, pode barrar em um obstáculo, segundo aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, representantes do corretor Lúcio Funaro pediram que a Justiça de São Paulo proíba a venda de empresas e bloqueie todos os bens de firmas vinculadas ao conglomerado dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Funaro diz ter atuado em favor da Eldorado Celulose, da J&F, na obtenção de um empréstimo de R$ 940 milhões junto à Caixa, em 2012. Na ação, cobra R$ 44 milhões pelos serviços prestados. Vale destacar que, segundo o Valor Econômico, a Fibria vai entregar proposta pela Eldorado nesta semana. 

Petrobras (PETR3, R$ 13,68, -0,87%;PETR4, R$ 13,12, -1,28%)
As ações da Petrobras caíram nesta sessão, acompanhando o desempenho negativo dos preços do petróleo, que corrigiram a escalada recente. Em Londres, os contratos do Brent registravam queda de 1,71%, a US$ 51,82 o barril, enquanto, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro caiu 1,91%, a US$ 49,21 o barril.  

No radar da estatal, o Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora S.A. (BR) aprovou ontem a recondução do engenheiro mecânico Ivan de Sá Pereira Júnior para o cargo de presidente da empresa para um mandato de dois anos. Também foi aprovada a eleição dos engenheiros Marcelo Fernandes Bragança para o cargo de diretor executivo da Rede de Postos, Antonio Carlos Alves Caldeira como diretor executivo de Operação e Logística e Gustavo Henrique Braga Couto para o cargo de diretor executivo de Mercado Consumidor.

De acordo com a Petrobras, o presidente da estatal, Ivan de Sá Pereira Júnior, permanece, interinamente, como diretor executivo Administrativo-Financeiro da BR Distribuidora, até que um novo nome seja eleito e aprovado pelo Conselho de Administração. Os nomes dos aprovados passaram por análise prévia pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão do Conselho de Administração da Petrobras. Todos têm mandato de dois anos, contando a partir da última segunda-feira.

A Petrobras ainda anunciou a elevação do preço da gasolina em 1,6% e do diesel em 0,7% para as refinarias a partir de 2 de agosto. 

Vale (VALE3, R$ 31,06, -0,77%; VALE5, R$ 28,90, -0,93%)
Em dia misto para os preços do minério após disparada na véspera, as ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 22,91, -0,74%) – holding que detém participação na Vale – fecharam no negativo nesta sessão. Ontem, os papéis da empresa subiram 3%.

O minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, fechou a sessão em queda de 0,19%, a US$ 73,56 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian subiram 2,43%, a 547 iuanes. 

No radar, em comunicado à CVM, a Vale afirmou que a notícia veiculada no Blog do
Lauro Jardim, do jornal O Globo, em 30 de julho, que diz que a mineradora vai comprar a fatia da Samarco, pertencente à BHP Billiton , é meramente especulativa. A BHP disse, também em comunicado, não ter acordo para vender fatia na Samarco à Vale.

Siderúrgicas

Com exceção da Usiminas (USIM5, R$ 5,28, +2,13%), o movimento negativo das commodities afetou também as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,56, -0,94%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,18, -1,52%) e CSN (CSNA3, R$ 7,54, -1,05%).

Já a Usiminas sobe após ter tido sua recomendação revisada de neutra para “outperform” (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA, com preço-alvo para 2018 de R$ 7,00 por ação. Os analistas do banco atualizaram o modelo para incorporar os resultados do primeiro semestre de 2017 mais fortes do que o esperado, a recuperação dos volumes de aço brasileiros e os resultados financeiros melhores do que antecipados devido a taxas de juros mais baixas. “A ação poderia, a nosso ver, recuperar a atenção do investidor devido à sua valorização atrativa de 5 vezes a relação EV / EBITDA esperada para 2018”, apontam. 

Construtoras

O Credit Suisse revisou o setor de construção civil: a MRV (MRVE3, R$ 13,85, -3,35%) e a Direcional (DIRR3, R$ 5,51, -2,82%) tiveram a recomendação reduzida de “outperform” para neutra pelo Credit Suisse. 

Wiz (WIZS3, R$ 19,96, +0,81%)
Declarações dadas ontem pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, podem trazer “momentum” positivo para as ações da Wiz, apontam os analistas do BTG Pactual em relatório enviado a clientes nesta manhã. Isso porque os papéis foram penalizados nos últimos meses após a Caixa Econômica Federal rejeitar a nova proposta da sócia francesa CNP Assurances (controladora da Caixa Seguros) de renovação antecipada do contrato exclusividade do seu balcão de seguros, decidindo fatiar o negócio. A empresa é corretora exclusiva da Caixa Seguradora nas agências do banco em um acordo válido até 2021. Agora, declarações do ministro trazem de volta ao radar do mercado o IPO da Caixa Seguridade – que só deve acontecer depois que tiver um acordo para a renovação do contrato entre a CNP e a Caixa Econômica Federal pelos direitos do balcão

Segundo os analistas, um acordo eliminaria o “overhang” (ou excesso de ações no mercado) sobre Wiz, sendo positivo para a ação. Do começo de junho para cá, as ações da companhia acumulam queda de 13% na bolsa. 

Clique aqui e entenda o caso: Queridinha das seguradoras pode sofrer grande revés com decisão da Caixa – mas “jogo” apenas começou 

Unipar (UNIP6, R$ 8,86, -2,74%)
A Vila Velha Administração e Participações, acionista controlador da Unipar e ofertante da OPA, protocolizou nesta segunda-feira junto a CVM intenção de revogar a oferta, “tendo em vista a implementação de condição resolutiva, nos termos do inciso (ix) do item 4.8. do edital”, segundo comunicado. 

A OPA permanecerá suspensa até que haja manifestação da área técnica da CVM. 
 Em 28 de julho, o controlador pediu à CVM suspensão de OPA por até 3 dias; pedido foi deferido pela CVM no mesmo dia. 

De acordo com o item 4.8 do Edital de Oferta, a implementação e a consumação da Oferta estão sujeitas a determinadas condições, dentre as quais a não ocorrência de: “(ix) qualquer mudança adversa nos negócios, operações, ativos ou posições (financeiras, de negociações ou outras) da companhia e/ou do ofertante, que represente ou possa vir a representar 5% ou mais do lucro da companhia e/ou do ofertante antes da incidência do imposto de renda e da contribuição social, considerando, para este fim, o lucro constante das demonstrações financeiras da companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2016”, segundo comunicado de 28 de julho. Nesta data, Unipar disse que conselho aprovou os principais termos e condições para realização de desinvestimento da participação acionária na Tecsis Tecnologia e Sistema Avançados, atual coligada da companhia, representativa de 17,8% do capital social. 

Sabesp (SBSP3, R$ 33,85, +0,89%)

A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo) concedeu prazo adicional solicitado de 7 dias para esclarecimentos finais sobre o teor das informações apresentadas pela Sabesp no âmbito da etapa preliminar da 2ª Revisão Tarifária Ordinária, segundo comunicado. A Arsesp diz que divulgará até 7/agosto o cronograma alterado da 2ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp. 

OGPar (OGXP3, R$ 4,11, -1,44%)

A OGPar informou ontem à noite a  interrupção temporária da produção em poço. Foi detectada uma queda de pressão na árvore de natal molhada (equipamento instalado na cabeça do poço submarino) do poço 7-TBMT-8HP, que opera no Campo de Tubarão Martelo, disse a OGpar em comunicado ao mercado.

Para evitar possíveis danos, a bomba centrífuga submersa foi desligada e o poço fechado, disse a companhia. A equipe técnica da OGX vem implementando ações apropriadas na solução do problema e, embora estejam sendo obtidas indicações positivas quanto aos resultados dessas ações, o progresso está sendo lento, disse ela. O poço 7-TBMT-8HP começou sua operação em dezembro de 2013 e, até a data de sua interrupção, produzia cerca de dois mil barris diários.

Rumo (RAIL3, R$ 10,30, -0,39%)

Segundo o jornal Valor Econômico, pressionada pelos órgãos de controle, a Rumo prepara mudanças em sua proposta de prorrogação antecipada no contrato da Malha Paulista, que já previa investimentos de R$ 4,7 bilhões em troca de mais 30 anos de prazo. A Rumo se comprometerá em reativar dois ramais ferroviários no interior de São Paulo que estão abandonados, sem condições operacionais. Juntos, eles somam 554 quilômetros de trilhos.