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O resultado do Itaú (ITUB4) no segundo trimestre de 2023 foi mais uma vez positivo, o que não foi exatamente uma surpresa para os analistas. Segundo eles, os números reiteram a estratégia do banco de focar em clientes de baixo risco enquanto mantém o crescimento de suas margens financeiras. Mas algumas casas notam que a instituição não está imune ao cenário desafiador que se desenha no segmento, principalmente do lado das receitas, com os juros da economia ficando mais baixo.
A XP não viu surpresas nos resultados apresentados na noite de ontem. Para os analistas, o balanço teve efeito semelhante ao do primeiro trimestre, fazendo com que o Itaú desponte em relação aos pares já divulgados, Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4).
Bernardo Guttman, Matheus Guimarães e Rafael Nobre destacaram a qualidade de crédito do banco, citando o avança de apenas 0,1 ponto-percentual na inadimplência acima de 90 dias, para 3,5%, mais uma vez abaixo do sistema financeiro nacional.
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” Isso levou o banco a ampliar as provisões para R$ 9,6 bilhões (+6,7% T/T) no segundo trimestre de 2023, implicando em um índice de cobertura de 212% (estável), o que vemos como saudável”, afirmam os analistas.
O Bradesco BBI reconheceu que os resultados vieram melhores que o esperado, mas avalia que o banco não está imune aos desafios do setor. Para os analistas, o banco conseguiu manter retorno sobre patrimônio (ROE) entre 20% e 21%, mesmo com o cenário duro.
“Não devemos ignorar os desafios do banco em expandir empréstimos, crescer sua margens financeiras com clientes e receitas com taxas, enquanto busca melhores índices de eficiência”, afirma a equipe do BBI. A casa observa que a margem financeira parece estar sendo impactada por uma desaceleração nos empréstimos, enquanto taxas e despesas operacionais se mostram sob pressão.
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Para o BBI, ainda que a piora da inadimplência tenha ocorrido de forma mais lenta do que nos pares do setor, ela se mantém em níveis elevados. Os analistas veem uma deterioração na inadimplência em pessoa física que precisa ser monitorada com atenção. O BBI mantém recomendação neutra para ITUB4 e reiterou cautela em relação a bancos brasileiros de maneira geral. O preço-alvo é R$ 29.
Na avaliação do Credit Suisse, o Itaú mostrou, com os resultados do segundo trimestre, sua consistência e capacidade em gerir custos, o que se traduziu em um ROE de 21,5% no Brasil. Os analistas observam que o banco conseguiu manter o controle de qualidade de seus ativos e a formação de inadimplência desacelerou. O ponto negativo foram as taxas cobradas pelo banco e a fraca atividade em cartão de crédito, na visão do Credit.
“Na nossa visão, o banco ainda está mirando novas originações em segmentos de alta renda, sem dar sinais de melhora nas condições de empréstimos para o varejo de baixa renda”, diz a equipe de análise formada por Marcelo Telles, Daniel Vaz e Fernanda Sayão. Segundo eles, isso deve continuar pesando contra a expansão de crédito no sistema financeiro.
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Após a divulgação dos resultados trimestrais, o Credit reforçou sua preferência por Itaú no setor bancário. A casa tem recomendação outperform para o papel, o equivalente a compra, com preço-alvo de R$ 33.
Para o Morgan Stanley, o Itaú apresentou outro trimestre consistente e sólido. Os analistas afirmam ter vistos mais pontos positivos do que negativos no balanço. Segundo eles, a desaceleração gradual nas concessões de empréstimos veio em linha com o esperado e a qualidade dos ativos se estabilizou.
“As receitas e margens financeiras foram bem, com juros elevados, mas isso deve mudar em breve agora que o ciclo de alívio começou”, afirma a equipe de análise, destacando também a eficiência de custos do Itaú. O Morgan Stanley tem recomendação equal weight, equivalente a neutro, para os ativos do Itaú negociados na Bolsa de Nova York (ADRs) e preço-alvo de US$ 6,80.