Itaú BBA vê shoppings como “porto seguro dos portos seguros” da Bolsa e recomenda compra de três ações

Investidores devem continuar a favorecer portfólio premium (Iguatemi e Multiplan) em um ambiente macroeconômico incerto e condições desafiadoras para varejo

Felipe Moreira

Shopping Center (Pixabay)

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O Itaú BBA continua vendo o setor de shoppings como uma boa alternativa defensiva para investidores e espera que ele permaneça um porto seguro, especialmente considerando que outros segmentos defensivos (utilities, varejo de alimentos, habitação popular) recentemente tiveram suas performances e expectativas de lucro em queda.

Desta forma, em sua visão, o mercado deve continuar favorecendo os shoppings “mais premiums “e com exposição à alta renda, em um ambiente macroeconômico incerto e condições desafiadoras para o varejo. Portanto, os analistas do banco possuem preferências por Iguatemi (IGTI11) e Multiplan (MULT3), mas também têm recomendação de “compra” para Aliansce Sonae brMalls (ALSO3).

Analistas destacam o crescente interesse dos investidores por ALSO3, uma ação doméstica defensiva com um pouco de beta adicional.

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A recomendação de “compra” para as três empresas do segmento é reforçada por uma análise histórica dos rendimentos do fluxo de caixa proveniente das operações (FFO – indicador bastante utilizado como forma de monitorar a renda com aluguéis).

“Avaliamos que com a evolução destes rendimentos há um potencial de valorização de 10% para Multiplan, 26% para Iguatemi e 23% para Aliansce (próximo às suas estimativas atuais)”, avaliam. Assim, não há tanto espaço para valorização, com um espaço maior vindo de taxas reais de juros mais baixas, ou seja, do cenário macroeconômico brasileiro.

Ainda assim, o setor de shoppings pode ser a única opção defensiva que não pegou os investidores de surpresa nos
últimos meses, aponta.

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O banco lembra que as ações de shopping centers estão em alta de 18% no acumulado do ano, em comparação com uma queda de -10% para outros setores domésticos defensivos (energia e saneamento em queda de -1%, varejo de alimentos em queda de -31%, habitação de baixa renda em alta de 2%) – todos afligidos por riscos de mudanças nas estruturas regulatórios ou expectativas de crescimento.

“Não é surpreendente que as previsões de lucros para 2023 para esses outros setores domésticos defensivos tenham sido cortadas em média em 27% nos últimos doze meses (utilidades em queda de 13%, varejo de alimentos em queda de 39%, habitação de baixa renda em queda de 30%)”, comenta BBA. “As expectativas de lucros para 2023 para os shoppings, por outro lado, aumentaram 32% no mesmo período.”

Analistas do BBA também disseram ver pouco espaço para riscos de queda nos lucros dos shoppings. O desempenho melhor do que o esperado dos aluguéis mesmas lojas (SSR, na sigla em inglês) impulsionou uma surpresa positiva na receita para Multiplan e Iguatemi no 1T23.

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Além disso, a vacância, a inadimplência e os custos de ocupação todos ficaram em níveis saudáveis, apoiando as receitas. Nesse contexto, eles veem pouco espaço para uma revisão para baixo das expectativas de lucro para os shoppings.

O BBA acredita que, mesmo com o valuation barato em outros segmentos domésticos, a atividade e o fluxo de notícias do podem continuar pesando na percepção de risco dos investidores no curto prazo, o que provavelmente continuará a favorecer carteiras premium com maior exposição a segmentos de renda mais alta.

O BBA mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 30 para ALSO3, o que representa potencial de alta de 12,9% frente a cotação de quinta-feira (4) de 26,57.

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Para Iguatemi, a recomendação também é equivalente à compra, com preço-alvo de 24, potencial de valorização de 16,3% em relação ao preço da véspera de R$ 20,63.

O BBA também reiterou classificação outperform para ALSO3 e preço-alvo de R$ 23, potencial de alta de 21,6%.