Itaú BBA corta preço-alvo da JBS (JBSS3) e recomenda compra de Vittia (VITT3); Marcopolo (POMO4) é top pick do Bradesco BBI

JPMorgan, por sua vez, reiterou recomendação equivalente à compra para ações de Vibra e Afya

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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O Itaú BBA atualizou suas estimativas para ações do frigorífico JBS (JBSS3), mantendo recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra), mas reduziu preço-alvo de R$ 54 para R$ 39, o que representa uma potencial valorização de 88,7% frente a cotação de terça-feira (20), de R$ 20,67.

Apesar da companhia estar passando por uma revisão sequencial de lucros para baixo pelo consenso de mercado, principalmente devido ao enfraquecimento do ciclo do gado nos EUA, há uma visão construtiva do banco sobre o frigorífico. A leitura positiva é baseada em: i) uma avaliação excessivamente descontada das ações mesmo sob premissas conservadoras; e ii) sólida geração de fluxo de caixa (FCF) da empresa.

Na visão do BBA, o fluxo de caixa ao acionistas (FCFE, na sigla em inglês) da JBS provavelmente permanecerão resilientes, dada sua exposição ao dólar, sua presença diversificada e seu portfólio resiliente. Apesar da falta de gatilhos, o banco acredita que a JBS pode ser uma opção de carry (carregamento) sólido no médio prazo em meio às incertezas macroeconômicas no Brasil.

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Em termos de lucratividade, o banco ajustou sua projeção de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) para baixo em 22% e 5% para 2023 e 2024, respectivamente, impulsionado principalmente pela divisão de carne bovina nos EUA. No entanto, analistas ainda veem que os rendimentos do FCFE da JBS ainda estão pairando em 16% nos próximos dois anos – o que poderia melhorar ainda mais a partir de uma possível desvalorização do real.

Por fim, o BBA ressalta que poderia haver um melhor ponto de entrada com os preços de mercado em um melhor momento de ganhos para outros subsegmentos de proteína em vez da carne bovina dos Estados Unidos, mas o curto prazo ainda é incerto em relação à lucratividade de frango e suínos nos EUA.

Vittia (VITT3)

O Itaú BBA iniciou a cobertura da Vittia com um avaliação outperform (equivalente à compra) e um preço-alvo de R$ 16, o que implica em um potencial de valorização de 22% frente o preço de fechamento da véspera.

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Analistas acreditam que a Vittia é essencialmente uma tese de crescimento com uma proposta de risco-retorno atraente dentro do setor de Agronegócio.

Eles destacam especialmente: i) do fato de a Vittia ser líder em um mercado em rápido crescimento, onde esperam fortes taxas de crescimento anual de 12% e 41% nos segmentos de fertilizantes especiais e defensivos biológicos, respectivamente, no curto prazo; ii) o pioneirismo do departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Vittia, fundamental para uma empresa de biotecnologia que é essencialmente uma empresa química voltada para o agronegócio; e iii) estratégia comercial diferenciada da Vittia, que envolve distribuição multicanal, potencializando a conversão de clientes e criando oportunidades de vendas cruzadas.

O banco também prevê geração de fluxo de caixa livre zero em 2023, dado o capex ainda alto necessário para suportar a terceira fase da construção de sua nova planta industrial, mas uma melhoria para rendimentos de dois dígitos após 2026.

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No longo prazo, analistas ainda estimam retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) e retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês) de 24% e 25%, respectivamente, contra um custo de capital próprio e WACC de 16% e 13%, respectivamente.

Marcopolo (POMO4)

O Bradesco BBI destacou a Marcopolo, com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 5, o que representa potencial de valorização de 132,5% em relação ao preço de fechamento de terça, como a top pick do setor de bens de capital do banco.

“A Marcopolo deve ser o destaque positivo de 2023 devido à combinação de: 1) aumento nas vendas de ônibus novos, 2) novos pedidos do programa “Estrada para a Escola” e 3) expansão de margem”, comenta BBI, em relatório.

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As vendas de passagens interestaduais estão consistentemente acima dos níveis de 2019 desde agosto de 2021, segundo dados da Agência de Transportes Terrestres (ANTT). Enquanto isso, a diferença de preço entre viagens aéreas e de ônibus atingiu 89% no primeiro semestre de 2022 para algumas rotas, favorecendo o deslocamento da demanda.

Dessa forma, BBI espera que essa tendência se acentue ainda mais nos próximos meses, já que as tarifas aéreas para as festas de fim de ano estão subindo até 125% em relação ao ano anterior. Essas viagens de ônibus de longa distância devem demandar ônibus mais confortáveis ​​e seguros, que se enquadram nas configurações da família de ônibus G8 da Marcopolo. “Esperamos que esse melhor mix de produção ajude a explicar a melhora de 3,6 pp em sua margem Ebitda em 2023″, ponderam analistas.

O programa governamental “Caminhos da Escola” representou 14% e 31% das entregas da Marcopolo em 2021 e nos nove primeiros meses de 2022 (9M22), respectivamente, e novos leilões do programa devem ser esperados para os próximos anos. “Este programa foi criado em 2009, sugerindo que provavelmente será mantido e potencialmente expandido para áreas urbanas, o que pode dobrar o volume de ônibus”, comenta BBI.

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Vibra (VBBR3)

O JP reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 30, o que significa potencial de alta de 100,3% frente a cotação de fechamento da véspera.

As ações da Vibra tiveram um desempenho inferior nos últimos meses, apontam os analistas. A empresa teve um terceiro trimestre de 2022 (3T22) fraco, em que os pares reduziram o gap nos parâmetros Ebitda/metro cúbico e os estoques afetaram negativamente os resultados reportados.

Ainda assim, JP Morgan reitera sua visão positiva da Vibra com base em: (a) uma sólida estratégia operacional no setor de combustíveis segmento de distribuição que deve continuar frutificando de forma relativa; (b) Aquisição da Comerc pela Vibra passará a contribuir com o Ebitda da empresa em 2023, o que analistas acreditam ainda não estar refletido em números consensuais; (c) em termos de avaliação, as ações estão muito baratas, sendo negociadas a um múltiplo de 5,8 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) versus níveis históricos de 8,5 vezes.

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O banco ainda aponta que, desde as eleições, as especulações dos investidores sobre um potencial aquisição estatal da Vibra vem crescendo, o que JP Morgan acredita ser um movimento improvável, mas se a Vibra tornar-se um alvo potencial de fusões e aquisições, a empresa possui gatilhos de tag along que devem proteger os acionistas minoritários, avaliam.

Afya

A Afya continua sendo a principal escolha do JP Morgan entre os nomes do ensino superior, pois está negociando a um múltiplo de 13 vezes o preço sobre o lucro para 2023 e oferece uma taxa de crescimento anual (CAGR) do lucro por ação atraente em 29% para o período de 2023-2026.

Além disso, a Afya é a ação menos alavancada sob a cobertura do banco (1,8 vez no terceiro trimestre). Dessa forma, o banco mantém classificação overweight, com preço-alvo de US$ 20 para os ativos negociados na Nasdaq, que oferece 28% superior aos preços atuais.