ISA Cteep: Morgan rebaixa ação para venda e cita 4 pontos negativos; papel cai 2,5%

Avaliação parece pouco atraente após subir mais de 20% nos últimos 12 meses

Felipe Moreira

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O Morgan Stanley rebaixou a recomendação para ISA Cteep (TRPL4), cuja ação subiu 17,55% nos últimos 12 meses, de equal-weight (exposição igual à média do mercado, equivalente à neutro) para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), pois a avaliação parece pouco atraente no atual patamar, o que implica em uma das TIRs (taxa interna de retorno) mais baixas sob a cobertura do banco. O preço-alvo também foi reduzido de R$ 27 para R$ 23.

Na sessão desta quarta-feira, os papéis da companhia caíram 2,5%, a R$ 24,50, e figuraram entre as maiores baixas do pregão. No ano, a desvalorização é de 7,54%.

A equipe de research do banco ainda salientou 4 potenciais catalisadores negativos para ações da companhia elétrica.

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Primeiramente, analistas pontuam potenciais reduções no perfil de indenização do Rede Básica do Sistema Existente (RBSE). Segundo eles, essa discussão regulatória plurianual poderá ter um resultado no curto prazo, pois os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) esperam votar o tema até o início de abril deste ano.

Como o banco não assumiu mudanças no perfil atual de recebíveis do RBSE no cenário base, possíveis revisões podem afetar negativamente as empresas expostas, reduzindo a avaliação da ISA Cteep em R$ 1,50 por ação. “Embora alguma revisão seja de alguma forma esperada pelo mercado, a sua materialização poderá adicionar pressão ao preço da ação”, destaca.

Em segundo lugar, o Morgan lembra que a Eletrobras (ELET3) está buscando a venda de ativos não essenciais, provavelmente incluindo uma potencial oferta de participação de 35,7% na ISA Cteep o ​​que, na opinião do banco, poderia acontecer até o final do ano e pressionar para baixo as cotações dos papéis da empresa. A administração da Eletrobras tem se concentrado em uma diligência interna para revisar cláusulas contratuais e cláusulas restritivas que possam estar impedindo a venda de ativos, e já reduziu com sucesso o valor dado como garantia de passivos sobre sua participação na ISA Cteep (de 100% no 2T22 para 60% no 3T23).

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O Morgan Stanley também não descarta uma violação do covenants (cláusulas de garantia em contratos de financiamento ou empréstimos que servem para proteger os interesses dos credores). A ISA Cteep tem cerca de R$ 14 bilhões de investimentos contratados (greenfield e retrofitting) para implantar até 2028, provavelmente aumentando a alavancagem acima de 3,5 vezes nos próximos anos (de 2,3 vezes dívida líquida/Ebitda no 4T23) e, teoricamente, violando seu compromisso de 3,0 vezes com o BNDES , cuja dívida totalizou R$ 600 milhões no 4T23.

Na avaliação de analistas, embora não possa descartar renúncias e a liquidez de caixa não seja um problema, caso a ISA Cteep acabe pagando antecipadamente essa dívida, uma potencial violação dos convenants poderá trazer risco de queda para as ações.

Além disso, segundo o relatório, a alta concorrência esperada nos próximos leilões de transmissão poderá continuar a limitar o potencial de criação de valor e tornar-se catalisadores neutros ou negativos para as ações de transmissão. Analistas destacam que esse risco tem sido particularmente importante para a ISA Cteep, que ofereceu um dos maiores descontos para teto de receita (RAP) em leilões de transmissão anteriores (por exemplo, a ação ofereceu desconto médio ponderado pela RAP de 43% versus 37% do Taesa e 29% da Alupar).