Irlau Machado Filho deixará cargo de co-CEO da Hapvida (HAPV3); notícia é vista como negativa e ação fecha em queda de 3,5%

Renúncia de Irlau, ex-CEO da NotreDame, acontece menos de um ano após a combinação de negócios com a Hapvida

Felipe Moreira

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A Hapvida (HAPV3) comunicou nesta terça-feira (22) a renúncia de Irlau Machado Filho ao cargo de co-CEO e membro do conselho de administração da Hapvida, bem como ao cargo de diretor-presidente e membro do conselho de administração da BCBF, com efeitos a partir de 21 de janeiro de 2023.  Até esta data, Irlau continuará no exercício de suas funções de forma a colaborar no processo de transição.

No contexto do projeto de integração, as funções executivas exercidas por Irlau passam a ser exercidas pelo Jorge Pinheiro, que será o único CEO da companhia. A posição no conselho de administração anteriormente ocupada por Irlau permanecerá vaga até que seja feita uma nova indicação para a recomposição do órgão.

A renúncia de Irlau, ex-CEO da NotreDame, acontece menos de um ano após a combinação de negócios com a Hapvida, concluída em fevereiro.

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A notícia não foi bem vista pelos agentes de mercado e as ações HAPV3 fecharam em queda de 3,57%, a R$ 5,40, nesta terça-feira (22).

Para Credit Suisse, a mudança simplifica a estrutura da alta administração, mas a antiga organização Notre Dame perde uma referência de liderança.

De acordo com comunicado, a decisão de Irlau de renunciar às suas posições na companhia e em suas controladas se deve a propósitos e objetivos pessoais.

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O Itaú BBA avalia que, como a empresa já havia começado a unificar a equipe de gestão, não esperava que a estrutura de Co-CEO durasse muito mais tempo, mas os termos anunciados não atenderam plenamente às expectativas do banco.

Por um lado, o fim da estrutura de co-CEO deve levar a uma maior eficiência – com menos redundância de cargos e predominância de uma cultura – e eliminar o overhang (excesso de ações no mercado, pressionando os preços) que os analistas avaliam que estava impactando o preço dos ativos em meio à visão antecipada sobre a saída de um dos CEOs.

“Por outro lado, os prazos de saída foram um pouco diferentes do que prevíamos. Como Machado é um executivo bem conceituado, iríamos preferir vê-lo ainda desempenhando um papel na empresa como membro do conselho. Adicionalmente, esperamos entender melhor o risco de Machado se juntar a um concorrente, visto que o fato relevante não menciona nenhuma cláusula de não concorrência”, avalia o banco.

A XP considerou o anúncio como negativo. “Apesar de a estrutura de co-CEOs ter gerado uma série de dúvidas quanto à forma como a companhia seria conduzida após a fusão, a saída de Irlau não era esperada para o curto-prazo. Irlau foi o CEO da GNDI que conduziu a empresa por grande parte do processo de consolidação, e conhecia melhor as regiões e os ativos legado da GNDI. Além disso, a saída sinaliza alguma dificuldade de a Hapvida manter executivos chave em seu quadro”, apontou a casa.