IRB Brasil tem prejuízo de R$ 685,1 milhões no 2º trimestre; resultado foi bastante fraco, aponta Credit

O número contrasta com o lucro de R$ 397,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado

Equipe InfoMoney

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O ressegurador IRB Brasil RE (IRBR3) registrou um prejuízo de R$ 685,1 milhões no segundo trimestre, depois de fechar os primeiros três meses do ano com lucro de apenas R$ 13,9 milhões. O número contrasta com o lucro de R$ 397,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado. O retorno ficou negativo em 83,3%, de um retorno positivo de 43,2% no segundo trimestre de 2019 e de 1,5% no primeiro trimestre.

O ressegurador passou por uma reestruturação interna, após serem identificadas irregularidades cometidas por ex-diretores e na divulgação de informações, que provocaram questionamentos da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e ações na Justiça.

O IRB instaurou uma investigação interna, para averiguar a responsabilidade dos executivos, a qual também é questionada pela CVM. Os problemas do IBR começaram em fevereiro, quando uma carta pública da gestora Squadra apontou problemas nos resultados da companhia.

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As perdas refletem, de acordo com o ressegurador, despesas com sinistros maiores que as normais e efeito de desvalorização cambial. No semestre, o prejuízo foi de R$ 671,2 milhões. O IRB informa que registrou aceleração nos avisos de sinistros no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2019, principalmente nas linhas de negócios patrimonial e vida, no Brasil, e patrimonial e rural, no exterior. “Com plena aplicação de critérios contábeis, temos efetuado o pagamento tempestivo das obrigações e não procrastinado registros ou pagamentos de sinistros, entre outras atividades, em um momento de incertezas”, diz o ressegurador.

Os prêmios emitidos somaram R$ 2,543 bilhões no segundo trimestre, de R$ 2,355 bilhões no mesmo período do ano passado e de R$ 1,996 bilhão no primeiro trimestre. Os prêmios retidos somaram R$ 1,710 bilhão e o prêmio ganho, R$ 1,728 bilhão. Os sinistros retidos ficaram em R$ 2,339 bilhões, de R$ 798,7 milhões no segundo trimestre de 2019.

O resultado de underwritting foi negativo em R$ 1,037 bilhão, contra um resultado positivo no segundo trimestre do ano passado de R$ 296,9 milhões. O índice de sinistralidade total foi para 135,3% no segundo trimestre de 2020, de 58% no mesmo período de 2019.

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A companhia afirma no balanço que “há considerável incerteza sobre qual será o impacto final dessa pandemia sobre o ambiente de negócios”, o que pode trazer “efeito na rentabilização das reservas técnicas de seguradoras e resseguradoras.”

O ressegurador explica também que no pilar “Estratégia de portfólio”, foi definido o projeto de RE-underwriting, com foco em reduzir a volatilidade do portfólio, por meio da avaliação de cada um dos contratos, para melhorar as margens. “Esse processo, embora já tenha sido iniciado, deverá se estender ao longo dos próximos meses, o que implica em manutenção de riscos que já haviam sido contratados em 2019 em nossa carteira, com impactos na sinistralidade ainda durante o segundo semestre de 2020”, diz o IRB no balanço. A companhia cita ainda ter iniciado, no fim de primeiro semestre, depuração de portfólio, visando eliminar negócios com margens negativas ou setores cujos riscos assumidos sejam notadamente superiores aos prêmios recebidos.

No balanço, o IRB informa ainda ter avançado para colocar a companhia, com 37% de market share, no caminho do crescimento sustentável, lembrando que a investigação interna foi identificado o pagamento não autorizado de bônus a ex-executivos e colaboradores de cerca de R$ 60 milhões, os quais foram responsabilizados judicialmente.

O balanço de 2019 foi também reauditado e republicado, o que representou um impacto de R$ 553,4 milhões no lucro líquido de 2019 e de R$ 117,2 milhões no resultado de 2018. O IRB reforçou a governança implementado no primeiro semestre.

Segundo aponta o Credit Suisse, o IRB teve um resultado bastante fraco ante estimativa de lucro dos analistas do banco de R$ 118 milhões, devido principalmente à sinistralidade bem acima do esperado.

“Enquanto os números de abril e maio já eram antecipados pelos dados divulgados pela empresa e pelo regulador SUSEP, acreditamos que o mercado ainda levará resultados negativos, à medida que os investidores incorporam uma lucratividade menor de forma sustentável no futuro”, apontam os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia.

Os analistas destacam que a relação do múltiplo P/B (Price-to-Book) – usada para comparar o preço de mercado atual de uma empresa com seu valor contábil, – de 1,8 vez ainda parece esticada levando em conta o cenário para a lucratividade da companhia e a revisão do retorno sobre patrimônio líquido (ROE) que a companhia ainda terá pela frente. A recomendação dos analistas do Credit Suisse segue underperform (desempenho abaixo da média do mercado) com preço-alvo de R$ 7,50.

De acordo com o comunicado de resultados, a gestão está agora em processo de revisão de contratos não lucrativos que pode impactar crescimento do prêmio e índice de sinistralidade no curto prazo, mas que deve melhorar a lucratividade no a longo prazo.

(Com Agência Estado)

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