IPO da BR Distribuidora e 2 vitórias da Petrobras na CVM; 3 prévias operacionais e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (12)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Além da repercussão da aprovação da reforma trabalhista no Senado, o mercado brasileiro deve repercutir o agitado noticiário corporativo, com destaque para a Petrobras, frigoríficos e decisões ou pareceres do Cade. Confira os destaques:

Petrobras (PETR3;PETR4)

O noticiário da Petrobras é bastante movimentado. A estatal informou que seu Conselho de Administração aprovou o IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) da BR Distribuidora, que será conduzida por meio de oferta pública secundária de ações, de acordo com fato relevante. A unidade da estatal pretende ser listada no segmento Novo Mercado da B3, disse a empresa.

“Todos os atos necessários para realização da oferta estarão sujeitos à aprovação dos órgãos internos da Petrobras e da BR, bem como à análise e à aprovação dos respectivos entes reguladores, nos termos da legislação aplicável”, disse a companhia no documento.

Além disso, o colegiado da CVM acatou recurso apresentado pela Petrobras e reverteu uma decisão da área técnica da autarquia que questionava a prática de contabilidade de hedge pela empresa. A determinação do colegiado da CVM desobriga a estatal de refazer e republicar as demonstrações financeiras de 2013, 2014, 2015 e 2016 por suposta utilização indevida da prática de contabilidade de hedge.

A CVM também manifestou entendimento favorável à companhia no processo que possui como objeto a apuração de eventual falha de divulgação de informação veiculada no prospecto de oferta pública de 2010 sobre a aquisição de direito de votos pelos preferencialistas, na hipótese do não pagamento de seus dividendos mínimos. O Colegiado da CVM acolheu de forma unânime os argumentos de defesa da Petrobras, reiterando o posicionamento da companhia no sentido de que interpretação da matéria veiculada no prospecto foi razoável, fundamentada e legítima.

A companhia ainda anunciou novo reajuste dos preços de combustíveis, o sétimo desde que passou a adotar a política de reajustes diários, no dia 30 de junho. A estatal anunciou o corte do preço da gasolina em 0,1% e elevação do preço do diesel em 1,1% a partir de 13 de julho. A empresa argumenta que, com a possibilidade de reajustar diariamente os preços, tem mais ferramentas para competir com as empresas importadoras, que estão ganhando espaço no mercado brasileiro.

Por fim, o Valor Econômico informa que a Petrobras quer discutir novas operações de crédito com BNDES. 

Usiminas (USIM5)

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Usiminas aumentará o preço do aço em 10,7%; o reajuste entrará em vigor nos próximos dias. O aumento, possível após melhora no mercado externo, contribuirá para o resultado do terceiro trimestre, diz o texto. Se confirmada, esta é a segunda elevação neste ano. * Procurada pelo Estadão, a Usiminas disse que sempre está atenta à evolução do mercado para eventuais aumento de preços.

JBS (JBSS3)

A JBS teve três plantas da Seara suspensas para exportação frango para a União Europeia. São elas: as unidades nos municípios de Nuporanga, Campo Mourão e Sidrolândia estão entre nove plantas que tiveram sua licença para exportar para a União Europeia suspensas pelo governo brasileiro, de acordo com um documento do ministério de Agricultura. Segundo o Valor, uma unidade da BRF também teve a operação suspensa. 

Itaú Unibanco (ITUB4)

A superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou ao tribunal da autarquia a aprovação da aquisição das operações de varejo do Citibank pelo Itaú Unibanco mediante assinatura de um acordo em controle de concentrações. A recomendação consta em despacho publicado no Diário Oficial. 

Os remédios desenhados abordam cinco aspectos: comunicação e transparência, treinamentos, indicadores de qualidade, compliance e restrição à aquisição de instituições financeiras e administradoras de consórcios. Segundo a superintendência-geral do Cade, o acordo em controle de concentrações “é suficiente para eliminar eventuais preocupações concorrenciais” que decorram da operação. Ccontudo, a celebração deste acordo não exime as partes de cumprir qualquer decisão do Cade no futuro.

OGPar (OGXP3)

A operação que consiste na celebração de um acordo entre OGX e OGPar, de um lado, e determinados credores de outro, por meio do qual concordaram com a implementação de uma reestruturação operacional e financeira da OGX, foi aprovada sem restrições, segundo Diário Oficial e Cade.

A Operação envolverá constituição de uma sociedade de propósito específico por OSX-3, Participating DIP Holders e IF Lenders (“NewCo”), por meio da contribuição de todo ou parte dos passivos da OGX e da OGPar que eles detêm. O pagamento dos referidos passivos será realizado por meio de ações da OGX e de ações de emissão da Eneva, detidas pela OGX, e outros direitos.

Com a implementação total do acordo, a NewCo será dissolvida e os ativos serão distribuídos aos sócios de responsabilidade limitada pro rata a suas participações acionárias limitadas equivalentes na NewCo. Assim, OSX-3, IF Lenders, DIP Facility Holders, OGPar, PIMCO e outros acionistas irão deter ações da OGX diretamente.

Magnesita (MAGG3)

O Cade aprovou a aquisição de controle da Magnesita por RHI. A operação que trata da aquisição, pela RHI/RHI Holanda, do controle unitário e de até 100% das ações representativas do capital social da Magnesita foi aprovada sem restrições segundo despacho no Diário Oficial e site do Cade.

O Cade ressalta a importância do efetivo cumprimento das cláusulas estabelecidas entre as referidas instituições para a mitigação de aspectos importantes das preocupações concorrenciais no caso.

Prumo (PRML3)

Segundo a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, um grupo de acionistas minoritários da Prumo se prepara para enviar uma reclamação à CVM contra o processo de OPA (oferta pública de aquisição) capitaneada pela controladora da companhia, a norte-americana EIG.

Depois de meses de queda de braço, a EIG anunciou na segunda-feira que elevaria o preço da ação de R$ 10,53 para R$ 11,50, mas frisou que o aumento não seria obrigatório se um segundo laudo de avaliação da empresa for aprovado. 

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Pão de Açúcar revelou sua prévia operacional, divulgando que as vendas líquidas totalizaram R$ 10,7 bilhões, alta de 9% no segundo trimestre de 2017 na base de comparação anual. A companhia destacou ainda  a aceleração do ritmo de crescimento do Extra Hiper, com expansão ‘mesmas lojas’ de 7,6% no segundo trimestre versus 5,4% no primeiro trimestre de 2017. 

Rodobens (RDNI3)

A Rodobens registrou vendas líquidas de R$ 57 milhões no segundo trimestre de 2017, montante três vezes maior que no segundo trimestre do ano passado, disse a companhia em comunicado de prévia operacional. Os distratos foram de R$ 50 milhões ante R$ 92 milhões no mesmo período do ano anterior, enquanto o VGV lançado no trimestre foi de R$ 82 milhões.

Tenda (TEND3)

A Tenda também apresentou prévia operacional, com as vendas brutas somando R$ 463 milhões, alta de 20,9% na base de comparação anual. Os lançamentos, por sua vez, subiram 7,6%, para R$ 446 milhões. 

Votorantim Metais

A Votorantim Metais busca fazer um IPO de US$ 750 milhões na bolsa de valores de Toronto, que avaliaria a empresa em US$ 4 bilhões, diz a Reuters, citando duas pessoas familiares ao assunto. A companhia planeja listagem entre setembro e dezembro, diz a agência. A Votorantim Metais disse que a avaliação de opções estratégicas visa obter o melhor resultado para o grupo e para os acionistas. 

QGEP (QGEP3)

A QGEP Participações anunciou a venda de sua participação de 10 por cento no bloco BM-S-8, na Bacia de Santos, para Statoil, por 379 milhões de dólares. “A Companhia está avaliando os possíveis usos dos recursos, que poderão combinar o pagamento de um dividendo especial para acionistas com investimentos no portfólio de exploração e produção da QGEP”, disse a companhia. 

A empresa norueguesa pagará 50 por cento do valor total, 189,5 milhões de dólares, no fechamento da transação após aprovação do negócio por reguladores, e o restante será pago em parceladas “relacionadas a eventos subsequentes, incluindo a celebração do Acordo de Individualização da Produção”, segundo o comunicado. A QGEP pagou 175 milhões de dólares pela participação em meados de 2011.

Senior Solution (SNSL3)

A B3 deferiu o pedido da Senior Solution para migração ao Novo Mercado.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.