Ipiranga pesa e resultado da Ultrapar desaponta os analistas, que revisam projeções; ações caem 12%

Bradesco BBI já cortou sua recomendação e preço-alvo, enquanto o Itaú BBA informou que irá revisar as projeções nos próximos dias

Rodrigo Tolotti

Posto Ipiranga (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO – O grupo Ultrapar (UGPA3) reportou um resultado considerado fraco tanto por analistas quanto pelos investidores, reflexo que foi sentido nas ações da empresa, que caíam 12,33% nesta quinta-feira (12), cotadas a R$ 15,21.

A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 290 milhões no segundo trimestre, valor abaixo da projeção dos analistas consultados pela Refinitiv, que, em média, esperavam lucro de R$ 329,6 milhões.

O resultado, porém, não inclui o efeito de uma baixa contábil realizada na rede de farmácias Extrafarma, que teria levado a um prejuízo de R$ 18 milhões. A empresa afirmou no balanço que baixa contábil na Extrafarma registrada no segundo trimestre foi de R$ 395 milhões, sem efeito caixa. O grupo acertou a venda da rede de farmácias para a Pague Menos em maio, por R$ 700 milhões.

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Já o resultado operacional recorrente medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 898 milhões no segundo trimestre.

No dado ajustado, o Ebitda ficou em R$ 764 milhões, resultado considerado fraco pelos analistas do Itaú BBA, que apontaram que o valor foi 21% abaixo do esperado. “O desempenho da companhia foi afetado principalmente pelo resultado fraco da distribuidora de combustíveis Ipiranga”, apontam.

O volume comercializado na rede de postos apresentou crescimento de 4% em relação ao primeiro trimestre, mas a margem Ebitda ficou bem abaixo do projetado. Segundo o BBA, no quesito Ebitda/m3 de combustível, métrica muito usada no segmento, a companhia alcançou R$ 52/m3 em termos ajustados, inferior à estimativa de R$ 93/m3.

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Diante disso, os analistas já afirmaram que irão revisar as estimativas para a Ultrapar nos próximos dias. Atualmente o BBA tem recomendação “outperform” (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 26,00.

O Bradesco BBI também avaliou o resultado como fraco, levando a um corte na recomendação para neutra, com redução do preço-alvo de R$ 26 em 2021 para R$ 21 para 2022.

“Embora a indústria tenha sido impactada pelas medidas de restrição e aumento do preço do combustível da Petrobras no trimestre, a perda na Ipiranga foi significativamente maior quando comparada ao segundo trimestre de 2021 do seu concorrente”, dizem os analistas.

“Como resultado, não acreditamos mais que nossa curva de margem anterior para a Ipiranga seja alcançável, por isso reduzimos as margens futuras e aproveitamos para incorporar taxas de juros mais altas no Brasil. No geral, nossa perspectiva de lucro diminuiu”, explicam.

Além do resultado abaixo do esperado, o BBI vê direcionadores limitados de curto prazo. Embora a venda da Oxiteno, empresa química focada em tensoativos e produtos químicos especializados, seja amplamente esperada pelo mercado, uma potencial aquisição da REFAP pode representar um fluxo de notícias negativo.

Ainda sobre as outras empresas do grupo, o Itaú BBA destacou que os resultados de Ultragaz (distribuidora de Gás Liquefeito de Petróleo), Ultracargo (operação de armazenagem de granéis líquidos) e Extrafarma (rede de varejo farmacêutico) vieram em linha com as expectativas. Já a Oxiteno apresentou Ebitda de R$ 274 milhões, ficando acima da projeção.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.