IPCA, prévia do PIB, inflação nos EUA e 90 resultados: o que acompanhar nesta semana

SÃO PAULO – Após passar por uma forte correção e voltar aos 117 ml pontos, o Ibovespa conseguiu dois dias de forte recuperação, retomando a marca de 120 mil pontos. E para os próximos dias, o calendário corporativo será bastante importante para a manutenção do bom momento do mercado.

Enquanto isso, Brasília deve seguir bastante movimentada, com investidores atentos aos impactos da CPI da Pandemia e também às discussões sobre a reforma tributária e outros temas que podem surgir de surpresa.

Importante também será acompanhar o debate da Medida Provisória envolvendo a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6), conforme o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o relatório deve ser aprovado nesta semana, enviando o texto para o Senado na semana de 17 de maio. A MP caduca no dia 25 de junho.

Para diminuir a resistência política à privatização, o Executivo fez concessões financeiras às regiões Nordeste e Norte, criando fundos para destinar recursos às regiões, e também criou uma golden share, ação de classe especial que confere ao governo federal o poder de veto em certas decisões da empresa.

Enquanto isso, a temporada de resultados do primeiro trimestre entra em sua semana mais movimentada conforme se aproxima do fim. Serão pelo menos 90 balanços entre dia 10 e 14, restando apenas o dia 17 como fechamento da temporada.

Entre os destaques estão empresas como Raia Drogasil e Marfrig na terça-feira (11); Eletrobras, Suzano, Via Varejo e JBS na quarta (12); e CCR, Lojas Renner, Petrobras, CCR e Ecorodovias na quinta (13).

Atenção ainda para 3 novas Ofertas Públicas Iniciais de ações (IPOs), com as estreias previstas de Athena Saúde e Dotz na quinta e da GetNinjas na sexta(14).

Indicadores

Já no calendário de indicadores econômicos, a semana promete ser um pouco mais tranquila. No Brasil, nesta terça será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação do país.

Segundo a equipe de analistas do Bradesco, o dado deve ter alta de 0,28%, com a taxa acumulada de doze meses acelerando de 6,1% para 6,7%. Com um cenário de avanço mensal dos preços, o Banco Central tem tentado controlar as expectativas futuras, elevando a taxa básica de juros para 3,5% na semana passada.

E sobre isso, também na terça será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode dar melhores sinalizações sobre os próximos passos após a autoridade monetária apontar no comunicado da última quarta que deve elevar a Selic novamente em 0,75 p.p. em junho.

Nesta semana, o IBGE divulgará ainda a pesquisa de serviços, enquanto o BC apresenta o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, ambos referentes a março, e que, segundo o Bradesco, mostrarão contração por conta das restrições à mobilidade diante da pandemia. “Apesar do resultado negativo, os dados devem apontar para uma maior resiliência da atividade econômica”, avaliam os analistas.

Já no exterior, na segunda à noite saem dados importantes na China de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI). De acordo com o compilado da Refinitiv, o CPI deve registrar alta de 1,0%, ante avanço de 0,4% no mês passado, enquanto o PPI deve crescer de 4,4% para 6,6%.

Nos Estados Unidos, entre os principais indicadores está a inflação oficial, que de acordo com a Refinitiv deve subir 0,2% no dado mensal, ante 0,6% no período anterior. Já no acumulado de doze meses, o CPI deve sair de 2,6% para 3,6%. O Bradesco destaca a importância do indicador em meio aos receios do mercado para a aceleração nos preços diante dos fortes estímulos adotados durante a pandemia

Por fim, atenção ainda para os dados de emprego do relatório JOLTS, que mostra os números de abertura de novas vagas de trabalho nos EUA. Este é um documento bastante acompanhado pelos analistas para entender como está a dinâmica da maior economia do mundo, em especial no cenário da atual crise.

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