Investimentos: quanto custa aplicar seu dinheiro

Maioria das pessoas se concentra no retorno bruto e fica surpresa quando constata que o dinheiro ganho foi menor depois do pagamento de taxas e impostos

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

SÃO PAULO – Muitas pessoas preocupadas em aplicar seu dinheiro se esquecem de um aspecto muito importante: os custos de aplicação. Na ânsia de aplicar o dinheiro, ainda são poucos os investidores que efetivamente conhecem todos os custos envolvidos nas operações.

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Em geral, os investidores tendem a se concentrar na chamada rentabilidade bruta da aplicação, ou seja, antes do desconto de taxas ou impostos, e ficam surpresos quando constatam que o dinheiro efetivamente ganho na aplicação, ou seja, a rentabilidade líquida, é menor.

Os custos associados a uma aplicação variam, dependendo se a aplicação for feita de forma direta, ou seja, quando o próprio investidor compra no mercado o título ou ação de seu interesse, ou se efetua este investimento através de fundos de investimentos.

Investindo através de fundos

No caso do investimento indireto, através de fundos, os bancos em geral cobram uma taxa de administração, que apesar de ser denominada em termos anuais, é descontada diariamente do valor da quota do fundo. A esse desconto se dá o nome de come cotas, pois o valor da taxa é deduzido do valor da quota do fundo.

A taxa de administração é cobrada sobre o valor aplicado e tem como objetivo remunerar o gestor e o administrador pelos serviços prestados na gestão dos recursos investidos no fundo. Por recursos investidos no fundo entenda-se os recursos obtidos através da venda de quotas aos investidores, que, juntos, formam a carteira de investimentos do fundo.

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Além da taxa de administração, alguns gestores cobram uma taxa de performance, de acordo com o desempenho do fundo. O administrador estabelece uma meta de rentabilidade, e uma porcentagem sobre os ganhos acima desse patamar fica com ele. Essa taxa é mais comum em fundos de ações e derivativos, que exigem uma performance de maior qualidade por parte do gestor.

Investimento direto

A grande diferença entre o investimento direto e o investimento através de fundos é que não é cobrada uma taxa de administração, pois você não conta com os serviços de um gestor, e decide por conta própria onde investir seu dinheiro. Esta forma de investir, em geral, é mais recomendada para quem já tem mais experiência como investidor, assim como tempo para dedicar às suas aplicações.

Mesmo quando você não investe em ações através de um fundo de investimento, você precisa de um intermediário para concretizar sua operação, este intermediário em geral é uma corretora de valores. Existem várias corretoras de valores no mercado, algumas operam somente através da internet (são os chamados home brokers), outras são independentes e outras pertencem a grandes grupos financeiros.

Todas elas cobram uma taxa de corretagem pelos serviços que prestam ao investidor. As taxas de corretagem, apesar de taxas recomendadas pela Bovespa, variam de corretora para corretora.

Além disto, em geral também é preciso arcar com uma taxa de custódia, que é paga para a instituição que guarda e administra as ações e/ou títulos de renda fixa em que investiu.

Esta taxa varia de acordo com o tipo de aplicação, por exemplo, no caso do investimento em ações ela é de 0,008% sobre o valor da compra, enquanto na compra de títulos públicos, por exemplo, ela é de 0,4% sobre o valor dos títulos em custódia, mas pode ser restituída caso a aplicação seja mantida por mais de um ano.

Não esqueça do IR

Com exceção da caderneta de poupança, aplicação isenta do pagamento de imposto de renda, nas demais aplicações financeiras também é preciso recolher imposto sobre os ganhos obtidos.

Atualmente, a alíquota de imposto de renda cobrada nos investimentos em ações é de 15%. Isto significa que se você ganhou R$ 500,00 na verdade só vai receber R$ 425,00. A diferença vai para a Receita Federal na forma de imposto de renda sobre aplicações.

Já na renda fixa, existem alíquotas que variam entre 15% e 22,5% dependendo do prazo de investimento. Para quem optar pela aplicação através de fundos, além do prazo de investimento, será preciso verificar também o prazo de duração dos títulos que compõem a carteira do fundo.

Conta investimento permite economia com CPMF

Mas não é apenas o imposto de renda que reduz o ganho dos investidores, não podemos esquecer do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e, é claro, da CPMF (Contribuição Provisória por Movimentação Financeira).

O IOF é um imposto regressivo que incide no caso de aplicações por prazo inferior a 30 dias. Nele as alíquotas diminuem à medida que o prazo de investimento aumenta, sendo que o IOF só é cobrado nos casos em que o dinheiro for aplicado por um prazo de menos de 30 dias.

As alíquotas de IOF variam entre 95% para aplicações de apenas 1 dia e 5% para aplicações de 29 dias. Ele é aplicado somente em investimentos de liquidez diária, como é o caso de alguns fundos de investimento, que possibilitam o recebimento de rentabilidade proporcional ao período em que o dinheiro foi aplicado.

Mesmo com a introdução da Conta de Investimento não podemos esquecer da CPMF, cuja alíquota é de 0,38% e incide sobre o valor aplicado. A exceção fica por conta dos investimentos em ações, que já estão isentos da cobrança, e das movimentações feitas no âmbito da nova Conta de Investimento.

Previdência exige análise mais detalhada

Por último, não podemos esquecer dos fundos de previdência. Estruturados de maneira semelhante aos fundos de investimento, esses fundos diferem por embutirem, além da taxa de administração, um custo adicional: a taxa de carregamento. Esta taxa tem com objetivo cobrir os custos operacionais da instituição, e incide sobre todos os valores aplicados.

Assim, por exemplo, caso a taxa de carregamento seja de 2%, isso significa que de cada R$ 1,00 investido, apenas R$ 0,98 será efetivamente aplicado. A maior parte dos fundos oferece taxas decrescentes a partir do primeiro ano, sendo que muitos isentam o investidor do pagamento desta taxa a partir do terceiro ano de investimento.

Para quem acredita que o simples fato dos fundos de previdência cobrarem uma taxa de carregamento os torna pouco atrativos em termos de custo, é importante não esquecer que nestes fundos é oferecida uma vantagem fiscal, que permite a redução dos gastos com imposto de renda. Dependendo do fundo escolhido, ou o investidor abate parte do imposto devido durante a fase de aplicação, ou então paga imposto somente sobre os rendimentos e não sobre o capital investido quando resgatar o dinheiro.

E, como impostos também fazem parte dos custos de se investir, para quem decidir aplicar em previdência, é preciso efetuar uma análise cuidadosa sobre se a incidência de taxa de carregamento é compensada pela possibilidade de dedução das contribuições e de adiamento do pagamento do imposto, que é decrescente, até a data de resgate.

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