Investidores de títulos do Equador podem sofrer uma redução de 70% na dívida

Pesquisa realizada pelo Citigroup aponta que o país deve se tornar inadimplente em um ano, como consequência da pandemia de coronavírus

Bloomberg

Bandeira do Equador (Shutterstock)

(Bloomberg) — O Equador deve se tornar inadimplente no prazo de um ano como consequência da pandemia de coronavírus, que devasta a cidade portuária de Guayaquil e agrava os problemas econômicos do país, segundo pesquisa realizada pelo Citigroup.

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O Equador está entre os principais candidatos a default nos mercados emergentes, juntamente com Argentina e Angola. Cerca de 55% dos entrevistados acreditam que o governo equatoriano não terá condições de pagar suas obrigações nos próximos 12 meses. Os credores de títulos provavelmente recuperariam entre 30 e 40 centavos de dólar após uma reestruturação e 35% dos entrevistados disseram esperar uma recuperação abaixo de 30 centavos de dólar.

Depois de pagar um bond apenas pela segunda vez em sua história, o Equador é empurrado para outro default diante da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus. A queda neste ano dos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, a fragilidade das contas públicas e subsequentes cortes da nota de crédito deixaram os títulos do Equador em níveis distressed. Agora, autoridades tentam conter o aumento da taxa de mortalidade em Guayaquil.

“Os riscos de default parecem estar aumentando, com a Argentina e o Equador na vanguarda”, escreveram estrategistas do Citigroup liderados por Ayoti Mittra na pesquisa, que entrevistou 30 gestores que administram cerca de US$ 120 bilhões.

Alta do petróleo

A avaliação do próprio Citi é que credores do Equador sofram um haircut (redução da dívida) de cerca de 56%, assumindo que o país possa pagar um cupom de 4,2% ao ano, com crescimento de 2% e um superávit primário de 0,5% do PIB. O rendimento de saída seria de 11% e a reestruturação incluiria novos títulos de longo prazo com um período de carência de dois anos.

“Esperamos que as autoridades iniciem negociações com os detentores de dívida em breve”, disse Anders Faergemann, gestor da Pinebridge, em Londres. “O ideal é que o Equador busque uma reestruturação amigável da dívida, no entanto, os detentores de títulos podem relutar em negociar antes das próximas eleições, o que pode levar à posse de um novo governo em 2021.”

Medidas de austeridade

Outros são mais otimistas. Siobhan Morden, da Amherst Pierpont, espera que os preços dos títulos se recuperem para 65 a 75 centavos de dólar se os credores permitirem que o Equador adie os pagamentos dos cupons deste ano por 12 meses. Isso resultaria em rendimentos de saída de 15% a 20%.

“O Equador está em uma posição mais forte para solicitar alívio temporário” do que a Argentina, escreveu Morden em nota na sexta-feira. “É possível que o Equador seja talvez o único país atualmente a adotar medidas pró-cíclicas de austeridade, além de se beneficiar de um forte apoio financeiro multilateral.”

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