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Investidor brasileiro tem tendência a só investir no mercado doméstico, diz Jennie Li

Estrategista cita oportunidades de aplicações no exterior, que fogem dos ruídos comuns por aqui, como político e fiscal

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Jennie Li lembra que quando trabalhava em um grande banco global, cobrindo América Latina e mercados emergentes, uma das primeiras práticas que percebia era de que o investidor brasileiro só aplicava no mercado doméstico.

“Temos (no Brasil) um mercado grande, líquido e robusto, então tem essa tendência (entre o brasileiro) de achar que tudo que precisa tem aqui, que não preciso sair para fora para procurar outros investimentos”, afirma ela. “Mas a gente tem um mundo de oportunidades lá fora”, acrescenta.

A estrategista de ações Jennie Li, hoje na XP, fez os comentários durante participação no episódio 211 do GainCast.

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Ruídos comuns no Brasil.

Ela cita a importância da diversificação. “Quando a gente está investindo só no Brasil, quando tem um evento, às vezes um ruído político ou fiscal, a gente vê que todos os ativos brasileiros estressam”, afirma.

“Quando se tem uma ação, como, por exemplo, da Apple, ela não vai mexer por conta do Brasil. Ela vai te proteger dessa oscilação que a gente tem no mercado com os ruídos. Faz sentido diminuir o risco de sua carteira tendo ativos que mexem por outros fatores (que não aqueles tipicamente brasileiros)”, explica.

Nesse aspecto, ela conta que existe um universo gigante de oportunidades no exterior, de empresas e setores diferentes, que pode trazer tanto a diminuição de risco como diversificação.

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Mercado internacional mais perto

“Lá fora, a gente tem cenários diferentes, ciclo econômico, ciclo de juros nos EUA. É diferente do que a gente vive aqui”, diz. Jennie Li conta que nesse mundo globalizado, com informação cada vez mais rápida, é fácil atualmente encontrar dados internacionais sobre o mercado.

“Há um argumento (do investidor) de que não conhece nenhuma empresa lá fora, então por que investir. Mas isso não é verdade. Tem várias empresas que fazem parte de nosso dia a dia e que o investidor pode usar a plataforma (para investimento no exterior)”, comenta.

E também em empresas líderes de mercado que atuam em setores que nem estão listados no Brasil, como o de streaming.

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“A gente está na febre do Ozempic (medicamento) – não tem uma exposição desse tema no Brasil. Existem diversos setores e temas lá fora com pouco ou quase nada de acesso via mercado brasileiro”, afirma.

Dólar é porto seguro

A estrategista diz que outra questão que ouve de investidores sobre aplicação no exterior, é que está esperando o dólar cair.

“Estamos ouvindo isso desde quando o dólar custava R$ 2. O câmbio é uma coisa difícil de projetar porque não é só o real. É o dólar contra várias moedas. Mas a gente sabe que o dólar é uma moeda forte. Quando a gente tem estresse no mercado, a gente sabe que o ativo com porto seguro é o dólar americano”, diz.

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“Para um investidor de longo prazo, faz sentido ter uma parcela dolarizada para proteger seu patrimônio”, complementa.

Otimismo no mercado

A analista vê o mercado americano surpreendendo hoje, despois de um período recente em que se falava só em recessão. “Ela nunca veio”, pontua. “Hoje essa discussão ficou para trás”, afirma.

No Brasil, Jennie Li afirma que a atual temporada de balanços, do quarto trimestre de 2023, não foi “brilhante”, mas quando se olha para 2024, para o consenso de mercado, há mais otimismo.

“A gente vê muito para projeção de lucros do consenso, e nos últimos 12 meses teve uma revisão forte do mercado para cima, esperando lucro maiores para 2024 e 2025. O mercado está projetando crescimento de 15% de lucros para 2024, depois de uma contração de 10% em 2023”, finaliza.

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