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Após atingir receita recorde no fim de 2022, a Intelbras (INTB3) entrou em um ciclo de turbulência que frustrou expectativas e impactou diretamente o desempenho das ações na B3. Entre o segundo trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024, a companhia registrou queda nas receitas orgânicas por quatro trimestres consecutivos. Agora, com sinais de recuperação e estabilidade nas margens, analistas voltam a olhar com mais otimismo para a empresa.
A XP Investimentos projeta números mais animadores para a Intelbras no segundo trimestre, com produção normalizada após a migração de sistema.
Segundo relatório do BTG Pactual, a derrocada da ação começou com um diagnóstico equivocado sobre o desempenho do segmento de Energia Solar em 2023. O que se viu, no entanto, foi uma tempestade perfeita: queda de 30% nos preços de matérias-primas, redução expressiva nos volumes comercializados, elevação da taxa Selic e retração do crédito — agravada ainda pelo escândalo contábil da Americanas (AMER3).
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XP revisa projeção para câmbio de R$ 5,80 para R$ 5,50 ao fim de 2025
Para 2026, também houve redução na previsão da divisão de análise, de R$ 5,70 para R$ 6,10
A antecipação da demanda no segundo semestre de 2022, por conta de mudanças regulatórias, também contribuiu para o recuo das vendas no ano seguinte. Como resultado, a receita do segmento de Energia despencou 31% em 2023, contrariando a projeção inicial da própria companhia, que previa crescimento de 25%.
Os desafios seguiram em 2024. Quando a receita começou a dar sinais de reaquecimento no 2T24, a atenção se voltou para as margens, pressionadas pela volatilidade cambial. Na sequência, a Intelbras anunciou a migração de seu sistema ERP — outro fator que aumentou a percepção de risco e ampliou a volatilidade dos papéis.
Agora, com os ajustes feitos e maior visibilidade sobre os resultados operacionais, o BTG avalia que a ação pode ter deixado o pior para trás. A estabilização das margens e a recuperação gradual da receita sinalizam uma possível reviravolta, especialmente se o ambiente macroeconômico contribuir com a queda dos juros e maior apetite por crédito.
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Perspectivas para segundo trimestre
Para o segundo trimestre de 2025, o BTG Pactual projeta um cenário mais normalizado para a Intelbras (INTB3), com a receita consolidada crescendo 5,3% na comparação anual — abaixo, segundo o banco, do que aparenta ser o consenso do mercado, que espera uma alta de um dígito mais elevado.
O destaque deve vir do segmento de Segurança, impulsionado por uma demanda reprimida no primeiro trimestre. A expectativa é de crescimento de 13% ano a ano. Já em Comunicações, o desempenho deve ser mais modesto: o BTG avalia que a Intelbras perdeu espaço para concorrentes, sobretudo entre provedores de internet (ISPs), o que deve se refletir em um avanço de apenas 4% na receita anual do segmento.
No setor de Energia, a projeção é de queda de 13% na receita em relação ao mesmo período de 2024, alinhada ao guidance anterior da companhia, que indicou a saída de projetos solares de maior porte em favor de uma estratégia mais focada em rentabilidade.
Em termos de rentabilidade, o BTG espera expansão de margem em todas as divisões. O segmento de Segurança deve liderar o movimento, com avanço de 100 pontos-base na margem bruta em relação ao trimestre anterior, seguido por Energia (+60bps, devido a um mix mais favorável) e Comunicações (+30bps). No consolidado, a margem bruta deve alcançar 30,6%, um aumento de 1,1 ponto percentual na base trimestral.
A projeção para o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de R$ 165 milhões, alta de 3,6% na comparação anual, com margem EBITDA estimada em 13,2%.
O BTG reiterou compra e preço-alvo de R$ 20 para o papel da Intelbras.
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A XP Investimentos também projeta resultados melhores para a Intelbras no segundo trimestre, com a normalização da produção após a migração do sistema ERP.
Para a receita, a estimativa é de crescimento de 7% na comparação anual, puxada principalmente pelo forte desempenho do segmento de Segurança, que deve avançar 14% na base anual. Segundo a XP, esse resultado será sustentado pela retomada das vendas, apoiada na carteira de pedidos e no bom relacionamento da empresa com os canais de distribuição.
Já o segmento de ICT deve apresentar um crescimento mais modesto, de 8% na base anual, refletindo uma recuperação mais lenta, em razão da ausência de exclusividade e de carteira relevante nesse segmento. Em Energia, a expectativa é de queda de 12% na receita anual, impactada por vendas mais fracas relacionadas a projetos.
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No que diz respeito à margem bruta, a XP espera uma expansão moderada de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, impulsionada pelo maior peso do segmento de Segurança no mix da companhia. A projeção considera aumentos de preços e uma taxa de câmbio mais favorável. O EBITDA estimado é de R$ 168 milhões, com margem EBITDA de 13,2%, relativamente estável em relação ao mesmo período de 2024. A XP projeta um lucro líquido de R$ 128 milhões, alta de 9% na comparação anual.
A corretora manteve recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 20 para R$ 21.