“Inocência” faz ações da TIM subirem, bancos sobem forte; veja destaques

Ibovespa iniciou o penúltimo mês do ano com pé direito; Usiminas, CSN e Gerdau se recuperam

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Iniciando o penúltimo mês do ano com pé direito, o Ibovespa subiu 2,30% nesta quinta-feira (1), aos 58.382 pontos. Na semana encurtada pelo feriado de finados na sexta, os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 6,55% e atingiram os R$ 23,09, enquanto os do Pão de Açúcar (PCAR4) lideraram as perdas recuaram 1,29% e fecharam aos R$ 92,00, em reflexo ao resultado

O programa de recompra de ações da Itaúsa (ITSA4) parece ter impulsionado todo o setor bancário, acredita Henri Evrard, analista da Infinity Evrard. “Isso é um indicativo que as ações já cairam bastante, os investidores aproveitam uma notícia dessas para dar um repique”, afirma. 

Com isso, os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 4,45% para R$ 31,00 e os do Bradesco (BBDC4) avançaram 3,69%, fechando a R$ 33,18. Ele destaca que o Banco do Brasil havia recuado 12,62% no mês passado, abrindo espaço para esse movimento mais forte. 

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Inocência da TIM chama a atenção
As ações da TIM Participações (TIMP3) refletem o fluxo de notícias recente e subiram 3,47%, aos R$ 7,45. A companhia havia contratado dois auditores para avaliar a denúncia da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de que a TIM derrubava chamadas propositadamente. “Um dos relatórios sai hoje e a TIM parece não ser culpada não”, afirma o analista da Infinity Asset. 

“Mas é uma empresa muito barata, se você olhar os múltiplos”, destaca. Para ele, isso garante que alguns investidores fiquem esperando o fluxo de notícias mudar para começar a investir, e no primeiro sinal, criam um rali que não necessariamente tem ligação proporcional com a notícia divulgada. “E a empresa sofreu no noticiário nos últimos meses”, avalia.

Primeiro, a suspensão de vendas, depois a própria acusação da Anatel. Evrard acredita que a primeira notícia não teve grande impacto no resultado, enquanto a segunda acaba de ser negada. “E se tudo que era ruim na verdade não era tão negativo, tudo que caiu também não devia ter caído”, destaca. 

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Siderúrgicas divulgam resultados, caem e sobem
Já as siderúrgicas tiveram um dia bastante volátil – em reflexo aos resultados do setor, e das teleconferências da direção.  A Usiminas (USIM3; USIM5), que apresentou prejuízo líquido de R$ 124,9 milhões, viu suas ações ordinárias caírem 4,90% antes de se recuperarem e terminarem com alta de 3,30% aos R$ 10,97, enquanto as preferenciais recuaram 3,98% antes de terminar em alta de 4,89%, aos R$ 10,29. 

“O resultado foi ruim, mas o management foi convincente ao destacar que a alavancagem deve cair no 4º trimestre e que a empresa deva focar na redução de custos”, avalia Evrard. A companhia também ressaltou suas boas perspectivas para o ano seguinte – o que pode voltar a atrair alguns investidores. “As vezes não se sabe se você precifica o que aconteceu ou o que você acha que vai acontecer”, salienta o analista. 

Já a CSN (CSNA3) conseguiu reverter as perdas e registrou um lucro líquido de R$ 159 milhões no terceiro trimestre, e viu as ações terem queda 2,40% em reflexo aos números – abaixo do esperado. Ganhando forças durante o dia, os papéis conseguiram fechar com alta de 2,40%, aos R$ 11,40.

Por fim, a Gerdau (GGBR4) viu seu lucro registrar declínio de 43% no 3º trimestre, para R$ 408 milhões. A companhia também anunciou ter desistido de buscar um parceiro para um novo projeto de mineração. Com isso as ações cairam 3,94%, mas se recuperaram e fecharam com ganhos de 1,24% aos R$ 17,97. Os de sua controlada Metalúrgica Gerdau (GOAU4) recuaram 4,00%, mas fecharam o dia com alta de 2,11% aos R$ 23,24. 

Números do Pão de Açúcar desapontam
Em um dia de forte alta, os papéis do Pão de Açúcar desapontaram. Isso ocorre após a empresa comunicar lucro líquido de 210 milhões de reais entre julho e setembro, salto de 64,6%. Embora o número tenha sido superior ao que os analistas ouvidos pela Reuters estimavam, os papéis cairam. 

A empresa destacou planejar dobrar o número de estados brasileiros onde a rede Assaí atua até o final de 2013. A presença do Assaí passará de sete para 14 estados, de acordo com o executivo. “Não gostaria de informar os estados por uma questão estratégica”, disse Belmiro Gomes, diretor de atacado autosserviço do grupo durante teleconferência com analistas.

Acionistas da Eternit comemoram adiamento
A interrupção do julgamento do STF (Superior Tribunal Federal) sobre a proibição da comercialização e produção do amianto no País parece ter sido bem recebida pelos investidores, tendo em vista a forte valorização de 5,36% das ações da Eternit (ETER3) nesta sessão, que terminaram aos R$ 8,85.

Na última quarta-feira, estava sendo julgada a tão aguardada questão da constitucionalidade de leis dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul que proíbem o uso, a produção e a comercialização de amianto. A votação estava empatada em 1 a 1. Carlos Ayres Britto, presidente do STF, votou contra as ações que questionavam a competência dos estados para legislar sobre o assunto. Já o ministro Marco Aurélio Mello disse que cabe à União a legislação do assunto.

O julgamento foi interrompido pois não havia quórum para julgar especificamente o processo sobre a lei federal – era exigido pelo menos oito ministros. A expectativa é de que a discussão só volte no ano que vem, segundo expectativa do presidente e diretor de relações com investidores da Eternit, Élio Martins.

Ainda durante a teleconferência, Martins disse que, pensando no cenário mais drástico tomado pelo STF (a proibição imediata do amianto em todo o País), o impacto poderia ser em torno de 50% do resultado líquido da companhia, levando-se em conta os dados divulgados até junho. Já nesse ano o impacto seria até um pouco maior por conta dos impactos do câmbio, acrescenta o diretor.

Marisa sobe forte
Já as ações da Marisa Lojas (AMAR3) subiram 3,99% para R$ 31,00, repercutindo o resultado robusto do terceiro trimestre. Na visão da corretora XP Investimentos, o ponto alto do balanço da Marisa foi a estratégia de gerar mais valor por metro quadrado. “Sendo assim, a empresa dá mais destaque aos produtos que geram mais receitas como, por exemplo, a venda de calçados em parte de suas lojas”, avaliou a equipe, por meio de relatório.

Os analistas salientam, no entanto, que nao veem grande potencial de valorização para as ações da varejista, pois estes já se apreciaram mais de 80% no ano. O preço-alvo estipulado pela equipe para os ativos da companhia está em R$ 29,54, valor 4,71% abaixo do atual dos papéis.

Marisa fechou o terceiro trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 66,3 milhões, aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da companhia alcançou R$ 729,9 milhões ou 30,7% acima dos R$ 558,3 milhões do calendário anterior. As vendas pelo critério “mesmas lojas” (unidades abertas há mais de um ano) avançaram 17,2%, em ritmo mais forte do que os 6,9% do terceiro trimestre de 2011.