Inflação nos EUA, IPCA, Embraer, voto de Fux e outros destaques da agenda desta 4ª

InfoMoney reúne as principais informações que devem mexer com os mercados hoje

Murilo Melo Felipe Moreira Camille Bocanegra

Ativos mencionados na matéria

(Foto:  Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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No Brasil, às 9h, será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a agosto, que mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços, servindo como referência oficial da inflação. Ao meio-dia, sairá a pesquisa de confiança do consumidor para setembro, que avalia a percepção das famílias sobre a situação econômica e suas expectativas de consumo. Às 14h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial estrangeiro, que mostra a entrada e saída de recursos internacionais no país.

No campo jurídico, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) continua a julgar o núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado. A Corte ainda reserva os dias 11 e 12 de setembro para concluir a análise do caso. O julgamento desta quarta começa às 9h com o voto do ministro Luiz Fux.

Nos Estados Unidos, às 9h30 será conhecido o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de agosto, indicador que mede a variação dos preços na saída das fábricas e é um termômetro da inflação no atacado. Economistas consultados pela Reuters projetam alta de 0,3% na comparação mensal e de 3,3% em relação ao ano anterior.

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No campo corporativo, a Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, fará um anúncio em Washington, nos Estados Unidos. A empresa informou apenas que a divulgação será um “marco” para seus negócios norte-americanos, sem detalhar o conteúdo. Analistas do banco J.P. Morgan listam três possibilidades: a eliminação das tarifas de importação de aeronaves brasileiras, no mesmo patamar das tarifas de aviões vindos da Europa e do Reino Unido; um possível acordo para venda da aeronave militar KC-390 ao governo dos Estados Unidos; ou a comercialização de aeronaves comerciais do modelo E2 para uma companhia aérea norte-americana.

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a quarta-feira às 11h30 com uma visita alusiva aos testes de energização da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista, conduzidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, no Setor de Indústrias e Abastecimento Sul, em Guará, Brasília. Às 16h30, no Palácio do Planalto, Lula se reúne com as atletas da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, campeãs da Copa América Feminina de 2025. À noite, às 19h, participa do Cine Alvorada.

Brasil

EUA

INTERNACIONAL

Novas ameaças

No retorno do julgamento sobre a possível trama golpista, o governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, voltou a criticar o Brasil e citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acusando abusos de autoridade. Trump também não descartou restringir vistos de autoridades brasileiras para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e suas declarações ocorrem após a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.

Encerramento

O governo dos Estados Unidos encerra nesta quarta-feira (10) o status de proteção temporária para mais de 256 mil imigrantes venezuelanos, que perderão a proteção contra deportação e a autorização de trabalho legal no país. O Departamento de Segurança Interna justificou a medida afirmando que a situação na Venezuela não justifica mais a manutenção do programa, que havia sido criado em 2021 durante o governo do presidente Joe Biden.

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Redução de tarifas

Os Estados Unidos reduzirão tarifas sobre produtos japoneses, incluindo carros e autopeças, até 16 de setembro, informou o negociador japonês Ryosei Akazawa. A medida decorre de acordo comercial firmado em julho, prevendo taxas de 15% e um pacote de US$ 550 bilhões em investimentos e empréstimos vinculados aos EUA. Akazawa ressaltou que negociações sobre produtos farmacêuticos e semicondutores ainda não foram formalmente concluídas.

Revisão

O crescimento do emprego nos Estados Unidos até março foi revisado para baixo em 911 mil trabalhadores, mostrando expansão mais fraca do que o inicialmente reportado. A revisão anual do Bureau of Labor Statistics (BLS) aponta que setores como atacado, varejo, lazer e hospitalidade tiveram os maiores ajustes negativos. O resultado aumenta a pressão sobre o Federal Reserve (Fed) para reduzir as taxas de juros na reunião de 17 de setembro.

Moedas globais

O peso argentino registra a maior desvalorização entre as moedas globais neste ano, caindo 27,4% frente ao dólar até 8 de setembro, segundo levantamento da Elos Ayta. O recuo reflete inflação elevada, falta de confiança dos investidores e dificuldades do país em estabilizar a economia. Enquanto isso, o rublo russo subiu 33,99%, seguido pela coroa sueca (+17,84%), o franco suíço (+15,19%) e o real brasileiro (+14,08%), graças ao capital estrangeiro e juros ainda elevados. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, caiu 10,18%, mostrando que a fraqueza do peso argentino se deve principalmente a problemas internos.

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ECONOMIA

Caixa pressionado

Os Correios enfrentam risco de ficar sem caixa para pagar salários e despesas básicas até o fim de 2025, podendo precisar de aporte do Tesouro Nacional de até R$ 8,7 bilhões, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. No primeiro semestre, a estatal registrou rombo de R$ 4,37 bilhões, três vezes maior que em 2024, impactada por sentenças judiciais, equacionamento do fundo Postalis e perda de receitas com importações pequenas. A empresa tem recorrido a vendas de imóveis, programa de demissão voluntária e empréstimos, mas o caixa segue pressionado, e atrasos em pagamentos a fornecedores somam cerca de R$ 600 milhões.

Veículos

A indústria brasileira produziu 247 mil veículos em agosto, alta de 3% sobre julho, mas as vendas recuaram 7,3%, para 225,4 mil unidades, segundo a Anfavea (associação das montadoras). Na comparação com agosto de 2024, a produção caiu 4,8% e os emplacamentos caíram 5,1%, enquanto no acumulado do ano a produção soma 1,74 milhão de veículos, alta de 6%, e os licenciamentos 1,67 milhão, avanço de 2,8%. As exportações tiveram o melhor desempenho desde junho de 2018, com 57

Dinheiro esquecido

Mais de 48 milhões de brasileiros e 4,6 milhões de empresas podem sacar dinheiro esquecido em bancos, segundo o SVR (Sistema de Valores a Receber) do Banco Central. O saldo liberado em julho é de R$ 10,7 bilhões, sendo R$ 8 bilhões para pessoas físicas e R$ 2,7 bilhões para empresas. Para receber, é preciso consultar o site do BC e habilitar o depósito automático com conta Gov.br prata ou ouro.

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POLÍTICA

Retomada do julgamento

A Primeira Turma do STF retomou o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022 e 2023 na terça-feira (9). A sessão começou às 9h.

Prisão domiciliar

O ex-presidente Jair Bolsonaro planeja solicitar ao STF prisão domiciliar caso seja condenado no julgamento da trama golpista cujas penas somam mais de 40 anos, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar desde agosto por descumprir medidas cautelares, e aliados estimam que uma eventual prisão em regime fechado só ocorreria em novembro. A defesa cita problemas de saúde, como soluços, vômitos e emagrecimento, para justificar o pedido e eventuais procedimentos médicos.

Longe do quartel

A cúpula militar pediu ao STF que Jair Bolsonaro não seja detido em quartel caso seja condenado à prisão em regime fechado no julgamento da trama golpista. A detenção é considerada quase certa, e a dosimetria da pena deve ser definida até sexta-feira (12). O Supremo e o Exército esperam que, por questões de saúde, Bolsonaro receba prisão domiciliar durante a fase de recursos, ainda que por curto período.

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CORPORATIVO

Motiva (MOTV3)

A Motiva anunciou nesta terça-feira que o fluxo de veículos nas rodovias administradas pela companhia cresceu 0,3% em agosto sobre o mesmo mês do ano passado, enquanto o número de passageiros pelos aeroportos da empresa avançou 6,4%, segundo comunicado ao mercado. Nas rodovias, o fluxo de veículos equivalentes somou 86,54 milhões, o que ajudou a elevar o total do acumulado do ano para um crescimento de 2%, a 675,15 milhões.

(Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Reuters)