Inflação nos EUA, BCE, Relatório de Política Monetária e Orçamento: os destaques hoje

InfoMoney reúne as principais informações que devem movimentar os mercados nesta quinta-feira (18)

Camille Bocanegra Felipe Moreira

Ativos mencionados na matéria

Consumidor carregando compras nos EUA (Foto: Bloomberg)
Consumidor carregando compras nos EUA (Foto: Bloomberg)

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A sessão desta quinta-feira (18) tem como destaque a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro nos Estados Unidos, às 10h30, indicador fundamental calibrar as expectativas em relação à trajetória dos juros pelo Federal Reserve (Fed). O consenso LSEG prevê alta anual de 3,1%, mantendo-se acima da meta de 2% do Fed. No entanto, os dados podem ser menos confiáveis ​​do que o habitual devido às interrupções causadas pela paralisação do governo. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego também estão no radar, com previsão de 225 mil solicitações.

Mais cedo, o foco se volta para a Europa, com as decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), às 9h, e do Banco Central Europeu (BCE), às 10h15. As coletivas de imprensa do presidente do BoE, Andrew Bailey, e da presidente do BCE, Christine Lagarde, devem ajudar a esclarecer o tom das autoridades diante do cenário de inflação e atividade na região. No fim do dia, o Banco Central do México também anuncia sua decisão de juros, reforçando a atenção ao ciclo monetário em economias emergentes.

No Brasil, a principal referência do dia é a divulgação do Relatório de Política Monetária do Banco Central referente ao quarto trimestre, às 8h, documento que detalha a avaliação da autoridade monetária sobre inflação, atividade econômica e balanço de riscos. Às 11h, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, concede coletiva de imprensa para comentar o relatório. Além disso, ocorre a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

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No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe jornalistas em café da manhã, enquanto o Congresso vota, ao meio-dia, o projeto de Orçamento de 2026, tema central para a percepção de risco fiscal. À tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se reúne com jornalistas, o que mantém o noticiário econômico e fiscal no radar dos investidores.

Na véspera, o Ibovespa fechou em queda com a ausência de sinais claros sobre taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além de receios envolvendo o cenário eleitoral de 2026 avalizando novo movimento de realização de lucros, após fortes ganhos acumulados na bolsa em 2025.

Por trás do movimento está a percepção de que a opção por Flávio sepulta a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido do mercado, potencialmente favorecendo a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na terça-feira, o mercado já havia reagido na esteira de uma pesquisa Genial/Quaest, que mostrou Lula bem colocado na disputa presidencial em relação a seus adversários de direita. Em um dos cenários estimulados do levantamento, Lula obteve 41% das intenções de voto em primeiro turno para presidente, com Flávio com 23% e Tarcísio com 10%. Lula venceria todos os oponentes em um eventual segundo turno.

Os temores em relação a Flávio foram intensificados nesta quarta-feira, após nota do site Metrópoles informar no início do dia que o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, disse a integrantes do mercado que Tarcísio tentará a reeleição em São Paulo e que Flávio deve mesmo disputar o Planalto.

Por sua vez, Flávio embarcou para São Paulo no início da tarde para novo encontro com representantes do mercado, dando continuidade ao esforço de aproximação com a Faria Lima.

“Com Flávio forte (à frente de Tarcísio), Lula tem mais chance de ganhar a eleição. Então, sem solução para o fiscal para os próximos cinco anos”, comentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ao justificar a abertura firme da curva brasileira pela manhã.

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O movimento reduziu as apostas de que o Banco Central cortará a taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano, em sua reunião de janeiro. Durante a tarde, a curva precificava pouco mais de 40% de chance de redução de 25 pontos-base no próximo mês, pontuou a analista Laís Costa, da Empiricus Research. Na véspera, o percentual estava em 65%.

O que vai mexer com o mercado nesta quinta

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista coletiva à imprensa no Palácio do Planalto, a partir das 11h. Em seguida, às 12h30, participa da cerimônia de apresentação dos oficiais-generais promovidos, seguida de almoço no Clube do Exército, na Sede Lago, na Asa Sul. À tarde, às 15h, Lula se reúne com o ministro das Cidades, Jader Filho, no Palácio do Planalto, e, às 16h, recebe a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, no mesmo local. O dia termina com reunião, às 18h, com o chefe do Gabinete Pessoal do presidente da República, Marco Aurélio Marcola.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa às 10h, da Confraternização Anual com Jornalistas, no edifício-sede do Banco Central, em Brasília, em evento aberto à imprensa. Na sequência, das 11h às 13h, concede coletiva de imprensa sobre política monetária, também no edifício-sede da instituição, com transmissão pelo canal do BC no YouTube.

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Brasil

Estados Unidos (EUA)

Zona do Euro

Reino Unido

▪️ 09h – BoE decide juros

INTERNACIONAL

Pronunciamento Trump

Em um raro pronunciamento televisionado em horário nobre na noite de quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano para pagar US$ 1.776 a mais de um milhão de integrantes das Forças Armadas, no que chamou de “dividendo do guerreiro”. Com informações da CNBC.

Segundo Trump, mais de 1,45 milhão de militares receberão o pagamento especial antes do Natal. “Graças às tarifas, juntamente com a recém-aprovada Lei Única e Bela, tenho orgulho de anunciar esta noite que mais de 1.450.000 membros das Forças Armadas receberão um dividendo especial para guerreiros antes do Natal”, afirmou o presidente em discurso na Sala de Recepção Diplomática da Casa Branca.

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Venezuela na ONU

A Venezuela solicitou nesta quarta-feira que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reunisse para discutir a “agressão contínua dos Estados Unidos” contra o país, de acordo com uma carta enviada ao órgão de 15 membros vista pela Reuters.

Um diplomata da ONU disse que uma reunião provavelmente seria agendada para a próxima terça-feira.

Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu nesta quarta-feira aos aliados da Ucrânia que garantam o apoio a Kiev e mostrem à Rússia que continuar sua guerra é “inútil”, antes de uma cúpula crucial da União Europeia sobre os bens congelados de Moscou.

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“O resultado dessas reuniões — o resultado para a Europa — deve ser tal que a Rússia sinta que seu desejo de continuar lutando no próximo ano será inútil, porque a Ucrânia terá apoio”, disse Zelenskiy em seu discurso noturno.

BRASIL

Corte benefícios fiscais

O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) projeto que reduz em 10% benefícios fiscais federais de diversos setores e aumenta a tributação sobre bets, fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP).

O texto, que havia sido aprovado horas antes pela Câmara dos Deputados, segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os cortes não atingirão imunidades constitucionais, como entidades religiosas, partidos políticos e livros, e têm outras exceções.

Leilão

O governo do Rio marcou para 27 de janeiro de 2026 o leilão para a escolha do novo operador do sistema de trens urbanos do Estado, informou o governo fluminense.

O edital do certame será divulgado nos próximos dias pelo governo e pela justiça.

Diferentemente do contrato anterior, agora, o governo licitará uma permissão para a operação do serviço de trens urbanos.

Saída de Sabino

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ao final da reunião ministerial desta quarta-feira, a saída do cargo do ministro Celso Sabino, do Turismo, e que um substituto será indicado pelo ex-partido do ministro, o União Brasil, contou à Reuters uma fonte presente à reunião.

Sabino foi expulso do União em dezembro, depois de decidir permanecer no cargo mesmo quando o partido anunciou seu rompimento com o governo, com direito a ataques diretos a Lula por parte do presidente da sigla, Antonio Rueda.

(Com Agência Brasil, Reuters, O Globo e Estadão Conteúdo)