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SÃO PAULO – O ano de 2014 não está sendo fácil para Bill Gross, fundador de uma das maiores gestoras do mundo, a Pimco. Na sua última carta ao investidor, do mês de abril, o gestor Bill Gross fez uma homenagem a Bob, a sua gata que faleceu aos 14 anos.
“Há um final trágico para todas as coisas vivas: elas param de viver. Nossa Maine Coon [raça de gatos de pêlo longo dos EUA] parou de viver na última semana. Seu nome era Bob e era um dos animais mais doces que alguém poderia ter. Eu não sei se ela se importava em ter o nome de um menino, ao menos ela nunca me falou sobre isso”, ressaltou.
Assim, em meio a discussões bastante densas sobre múltiplos de mercado em sua última carta, Gross fez uma homenagem para a sua companheira de tantos anos.
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E, vale ressaltar que o costume de Gross é sempre fazer observações e contos aparentemente sem relação como o seu ponto principal da carta mas que, de alguma forma, encaixa-se no contexto proposto. Porém, o seu texto da carta de abril deixou muitos investidores intrigados.
E é aqui que o problema se mostra: depois de anos de desempenho superior da Pimco, que administra quase US$ 2 trilhões em ativos, tem visto a sua hegemonia acabar. O Total Return, o maior fundo do mundo, com US$ 232 bilhões em ativos, teve desempenho inferior a 94% dos seus concorrentes em março, de acordo com o MorningStar.
O fundo viu US$ 3,1 bilhões saírem do seu poder em março, o 11º mês seguido de resgates. No acumulado de 2014, o fundo ganhou 1,2%, desempenho pior que o índice de referência Barclays Aggregate, de 1,84% ao ano. Soma-se a isso os conflitos com o seu antes companheiro Mohamed El-Erian, que saiu da Pimco em março. Gross chegou a afirmar que El-Erian fez certas declarações para sabotá-lo.
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Ao ler o ensaio de abril, é difícil discernir a conexão entre as perspectivas de Gross e a morte de sua gata, a salvo esta observação final, bastante enigmática: “valorize seus animais de estimação e todos os seres vivos. Eventualmente, todos nós vamos parar de viver”.
