Índices futuros dos EUA reagem com queda ao fim da guerra de preços do petróleo

Mercados monitoram capacidade do acordo de efetivamente acabar com as quedas nos preços da commodity

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os futuros do Índice Dow Jones abriram alta mas logo viraram para queda neste domingo (12), negociados a -1,39% às 22h01 após uma semana de 12% de ganhos e seguindo um acordo sem precedentes de cortes na produção mundial no petróleo que levou a movimentos mistos no preço do barril. Os futuros do WTI, petróleo negociado em Wall Street, abriram em disparada de 9%, chegaram a cair 2% no início dos negócios do premarket e subiam sólidos 7,56% às 22h01.

O futuro do S&P 500 cai 1,48% após o índice ter apresentado sua melhor semana desde 1974, com alta acumulada de 12,1%. Já o índice Nasdaq, que teve o maior ganho desde 2009, com alta de 10,6%, perde nesta noite 1,44%. Os movimentos da semana seguiram anúncios de programas de estímulo do Fed contra os efeitos da pandemia de coronavírus e a expectativa do acordo alcançado hoje.

Em uma teleconferência emergencial poucas horas antes da reabertura dos mercados, os países da OPEP+ e um grupo de aliados finalizaram acordo sem precedentes para cortar a produção global de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia, ou praticamente um décimo, após uma resistência do México quase colocar tudo a perder. O presidente americano Donald Trump chegou a intervir pessoalmente em um final de semana turbulento na diplomacia mundial.

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O acordo vem sendo classificado como o fim da guerra de preços do petróleo, que levou o Brent, benchmark global, ao patamar de US$ 20 por barril – queda de 71% ante o pico de US$ 70 por barril no início deste ano.

Agora, os mercados questionam se os cortes serão suficientes para limitar as quedas nos preços enquanto a demanda desaba em meio à pandemia de coronavírus. Na quinta-feira (9), quando os termos do acordo vieram a público inicialmente, os preços do petróleo negociado em Nova York caíram mais de 9% com um sentimento de que os cortes não foram ousados o suficiente.

“A demanda caiu mais que o dobro dos 9,7 milhões de barris por dia acordados”, disse à Bloomberg Amrita Sen, analista-chefe de petróleo na consultoria Energy Aspects. “E a demora da resolução com o México foi um baque para a credibilidade do grupo”, completou.

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Analistas políticos classificaram Trump como um vencedor da disputa diplomática. Foi ele quem, pessoalmente, conseguiu acordo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o rei Salman da Arábia Saudita e presidente do México, Andres Manual Lopex Obrador, que se comprometeu com um corte mais modesto em comparação com sua capacidade produtiva: 100 mil barris por dia (ante pedido de 350 mil pelos sauditas).

Além disso, os EUA se recusaram a divulgar como será o corte da produção local de petróleo: o país, junto com Canadá e Brasil, deve diminuir a oferta em 3,7 milhões de barris, mas muito por conta de um ajuste da produção à demanda.

As restrições acordadas pelos 23 países envolvidos durarão dois anos, iniciando em 1º de maio, com um plano de redução dos cortes com o passar do tempo. Depois de junho, o corte de 10 milhões cai para 7,6 milhões por dia até o final deste ano. Entre 2021 e abril de 2022, o compromisso é produzir 5,6 milhões de barris ao dia.

Ao longo do final de semana, os casos de coronavírus nos EUA mostraram sinais de estabilização, com a taxa de crescimento nos casos locais caindo pelo segundo dia seguido no domingo, de acordo com a John Hopkings. Os casos chegaram a 542 mil no domingo, um aumento de 5,4%, ante 5,6% no sábado e 7,9% na sexta.

Com as aparentes boas notícias, oficiais dos EUA começam a mencionar um alívio do distanciamento social no país. O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, disse à CNN que medidas mais frouxas podem começar “ao menos de certa forma no mês que vem”.

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