Índice do medo sobe 25% e entra em nível do “pânico”; ameaça do FMI e Fed em foco

A tendência é que o movimento continue se a situação na Grécia não for resolvida até o final de junho, quando o FMI deve tirar os estímulos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O FMI (Fundo Monetário Internacional) ameaçou de suspender o pagamento da Grécia, disse o Financial Times nesta quinta-feira (20). Com isso, as bolsas norte-americanas despencaram: o Dow Jones fechou em queda de 2,34%, aos 14.758 pontos, o Nasdaq teve perdas de 2,27% e o S&P 500 teve recuo de 2,51%. As bolsas europeias já haviam fechado em forte queda, com o alemão DAX 30 fechando com perdas de 3,28% e o CAC 40 recuando 3,66%.

Com isso, o  VIX, chamado popularmente de “índice do medo”, teve uma de suas maiores altas diárias nesta quinta, saltando 24,76% só nesta sessão, atingindo os 20,76 pontos – entrando no chamado “território de pânico”, acima dos 20 pontos, mas ainda longe da máxima de 2012, aos 27,73 pontos. O índice já estava pressionado após o presidente do Fed, Ben Bernanke, sinalizar a retirada gradual dos estímulos monetários.

O índice mede a volatilidade das opções sobre ações do S&P 500 negociadas na bolsa de Chicago, e indica momentos de grande nervosismo do mercado. As opções são naturalmente voláteis, mas costumam ganhar ainda mais volatilidade em momentos de dificuldade – quando o mercado entra em fortes quedas.

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A tendência é que o movimento continue se a situação na Grécia não for resolvida até o final de junho, embora a questão do Fed deva ter uma duração mais prolongada. O FMI não pagará mais a sua parcela do pacote de resgate se os líderes da zona do euro não resolverem um buraco de € 3 bilhões a € 4 bilhões. Os oficiais destacam que a culpa não é do governo de Atenas, mas sim da zona do euro e dos bancos centrais da região, que se recusam a alongar o endividamento grego. Para o FMI, é necessário que os ministros da região discutam “novas fontes de financiamento”.