Índice de ADRs brasileiros cai 1,85% em NY após inflação nos EUA e sinaliza perdas na B3 na volta do feriado; veja destaques

Dado ficou acima do esperado, sinalizando porta aberta para que o Fed suba mais os juros ainda este ano

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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O cenário de juros altos por mais tempo nos EUA e a chance de uma nova alta das taxas ainda em 2023 voltaram a causar um movimento de aversão ao risco no mercado nesta quinta-feira (12), dia de Bolsa fechada no Brasil por conta do feriado de Nossa Senhora Aparecida.

Com isso, o índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, fechou com fortes perdas, sendo mais intensas do que a leve baixa em Wall Street. Já o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, teve baixa mais expressiva.

O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR fechou com baixa de 1,85%, a 17.741 pontos, enquanto o EWZ teve queda de 1,98%, a US$ 30,13 nesta quinta.

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Entre os índices americanos, o índice Dow Jones caiu 0,51%, aos 33.631,21 pontos, o S&P 500 cedeu 0,62%, aos 4.349,61 pontos e o Nasdaq fechou em baixa de 0,63%, aos 13.574,22 pontos.

O grande destaque na sessão ficou com o índice de inflação ao consumidor CPI de setembro nos EUA. O CPI aumentou 0,4% no mês passado ante agosto, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira, ficando acima da projeção Refinitiv de avanço mensal de 0,3%.

Nos 12 meses até setembro, o CPI avançou 3,7%, depois de aumentar pela mesma margem em agosto; a projeção era de alta de 3,6%. Os preços ao consumidor ano a ano caíram de um pico de 9,1% em junho de 2022. O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, registrou alta mensal de 0,3%, enquanto o avanço anual foi de 4,1%, em linha com a projeção Refinitiv.

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Após os dados de inflação, houve ajuste dos operadores de mercado para uma chance maior do Fed realizar outro aumento dos juros em 2023, em dezembro.

“Pensando na abertura do indicador, chama a atenção sempre a questão de moradia. Ficou em [alta de] 7,2% na comparação anual, ainda um patamar bem alto. Acelerou na comparação mensal, subiu 0,6% nesse mês de setembro. Dá para ver que ainda há um trabalho um pouco difícil do Fed a ser feito, derrubando o preço de aluguéis, preços de moradias. Mesmo com outros indicadores do setor imobiliário já mostrando uma desaceleração, na parte de preços isso não tem aparecido ainda”, apontou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

″O CPI foi um pouco mais forte do que prevíamos, embora a tendência descendente do núcleo da inflação tenha persistido. Esperamos que isso continue, [mas] estaremos atentos à transmissão dos preços mais elevados da energia para a inflação mais ampla nos próximos meses, caso persistam”, disse à CNBC o economista sênior da Vanguard, Andrew Patterson.

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Cabe destacar que, na véspera, as bolsas de Nova York tiveram o quarto dia consecutivo de ganhos, com aceleração na reta final do pregão, à medida que o alívio nos juros longos dos Treasuries se manteve após ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Os últimos dias foram de maior ânimo para o mercado em meio às últimas falas mais “dovish” (brandas) de membros do Fed, sinalizando que os juros dos EUA poderiam se manter, movimento em parte revertido nesta sessão.

Entre outros indicadores dos EUA, os pedidos de auxílio desemprego totalizaram 209 mil na semana passada, praticamente em linha com a pesquisa Reuters de 210 mil.

No mercado de commodities, o dia foi de ganhos para o minério; já o petróleo, após abrir em alta. fechou sem direção definida.

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Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela segunda sessão consecutiva  enquanto os investidores avaliavam as perspectivas de medidas adicionais para apoiar a enfraquecida economia da China contra os cortes na produção doméstica de aço e a incerteza sobre o setor imobiliário do país.

O contrato de referência de novembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,8%, a US$ 114,55 por tonelada. Já o contrato futuro de minério de ferro com vencimento em janeiro, mais negociado na bolsa de commodities de Dalian, da China, encerrou as negociações diurnas com alta de 1,6%, a 837 iuanes (US$ 114,71) por tonelada.

Para o petróleo, o WTI para novembro fechou em baixa de 0,69% (US$ 0,58), em US$ 82,91 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro avançou 0,21% (US$ 0,18), a US$ 86,00 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

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A queda foi generalizada para os ADRs das empresas brasileiras. Os recibos de ações da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam em leve baixa, enquanto a Vale (VALE3) caiu cerca de 2% mesmo após a alta do minério.

O destaque de baixa ficou com a Azul (AZUL4), com desvalorização de cerca de 4%.

Ativos de grandes bancos como Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) e Itaú (ITUB4) também tiveram queda.

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Empresa ADR Preço (em US$) Variação
Azul AZUL 7,73 -3,98%
Eletrobras EBR.B 7,88 -3,31%
CSN SID 2,23 -3,25%
Sabesp SBS 11,9 -2,94%
Santander BSBR 5,31 -2,93%
Pão de Açúcar CBD 0,65 -2,92%
Ultrapar UGP 3,78 -2,70%
Gol GOL 2,7 -2,53%
Cemig CIG 2,37 -2,47%
Bradesco BBD 2,85 -2,40%
Telefônica Brasil VIV 8,95 -2,40%
Ambev ABEV 2,54 -2,31%
BRF BRFS 2,12 -2,30%
Gerdau GGB 4,34 -2,25%
Vale VALE 13,1 -2,02%
Itaú Unibanco ITUB 5,41 -1,81%
Embraer ERJ 13,65 -1,37%
TIM TIMB 14,93 -1,13%
Petrobras (equivalente às ONs) PBR 15,02 -0,33%
Petrobras (equivalente às PNs) PBR.A 13,86 -0,29%