Índice de ADRs brasileiros sobe em dia de recuperação em Wall Street após temores sobre recuperação global

Contudo, cautela segue no radar dos investidores com receios sobre impacto da disseminação da variante delta para a recuperação da economia global

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em um movimento de recuperação acompanhando o exterior, o principal índice de ADRs (na prática, as ações de empresas de fora dos EUA negociadas em Nova York) do Brasil, o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, subia 1,12%, a 20.806 pontos, às 10h52 (horário de Brasília) desta sexta-feira (9), em dia sem B3 por conta do feriado de 9 de julho em São Paulo.

O índice brasileiro acompanha o movimento de recuperação em Wall Street e nas bolsas da Europa após o forte sell-off da véspera em meio às preocupações com o ritmo de crescimento da economia global, intensificadas pela disseminação da variante delta do coronavírus.

Na mesma linha, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, registrava alta de 1,23%, a 38,60.

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Os ADRs da Vale (VALE3) sobem cerca de 2%, a US$ 22,20, apesar do dia de queda do contrato futuro do minério em Dalian (China), enquanto o ativo ordinário da Petrobras (ativo=PETR3]) PBR tinha ganhos 1,20%, a US$ 10,90. Após fechar em alta na véspera com a queda dos estoques de petróleo nos EUA, a sessão segue de ganhos para os contratos do WTI e do brent, com variação respectiva positiva de 1,70% e 1,40%.

Em Wall Street, o Dow Jones abriu com avanço de 0,56%, S&P500 subia 0,59% e Nasdaq tinha alta de 0,25%, uma vez que as ações de energia se recuperam de forte liquidação, que colocaram os índices a caminho da maior queda semanal desde meados de junho na véspera. Na quinta, o Dow perdeu 0,75%; o S&P recuou 0,86%; e o Nasdaq perdeu 0,72%. Na semana, o Dow acumula perda de 1,1%; o S&P recua 0,7%; e o Nasdaq perde 0,5%.

Já nesta data, empresas de petróleo como Exxon Mobil registravam ganhos antes da abertura do mercado, acompanhando os preços da commodity.

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Sensíveis aos juros, os bancos Wells Fargo, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Citigroup, Goldman Sachs e Bank of America  subiam entre 0,9% e 2%, uma vez que o rendimento do Treasury de 10 anos também registrava alta, interrompendo oito dias de quedas devido a temores de que a recuperação econômica pós-pandemia está vacilante.

Embora o rendimento do referencial de 10 anos ainda acumule baixa de cerca de 10 pontos básicos na semana, ele era negociado em alta de 4,5 pontos no dia, a 1,33%, acima da mínima de quatro anos e meio de quinta-feira de 1,25%. Operadores ouvidos pela Reuters destacam que 1,25% marcou um nível de suporte técnico para o mercado.

Os mercados acionários da Europa também tiveram recuperação após a queda acentuada do pregão anterior. Preocupações com a covid-19 e seus impactos na atividade seguem em foco, mas hoje não impedem os ganhos das ações, com ajustes para cima em alguns setores, entre eles o de viagens.

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Ao longo de toda a semana, porém, o Stoxx 600 exibiu baixa modesta. O Swissquote menciona em relatório o fato de que, durante a competição de futebol Euro2020, milhares de torcedores têm ido aos jogos “sem máscaras nem medidas visíveis de distanciamento”, o que segundo o banco gera questionamentos sobre a possibilidade de a variante delta se disseminar mais pelo continente.

Na agenda de indicadores, a produção industrial do Reino Unido avançou 0,8% em maio ante abril, abaixo da previsão de alta de 1,3% dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

O premiê Boris Johnson planeja acabar com o distanciamento social e outras medidas de restrição impostas pela pandemia em 19 de julho. Apesar de ainda existir cautela com a variante delta, a notícia apoiava hoje algumas ações ligadas a viagens. O papel da EasyJet subia 1,98% e o da Carnival, 1,87%.

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Na agenda, houve também a publicação da ata da reunião de 10 de junho do Banco Central Europeu (BCE). As autoridades do banco debateram um corte no volume de compra de títulos na reunião de 10 de junho, antes de concordarem em manter o nível elevado de estímulo, destacou o documento.

Enfrentando o aumento dos custos dos empréstimos em meio a uma recuperação ainda incipiente, as autoridades do BCE pareciam preocupadas que um afastamento antecipado do mercado pudesse elevar os rendimentos e sufocar o crescimento econômico, já que alguns setores importantes ainda não estão firmes o suficiente, mesmo que o crescimento esteja agora relativamente rápido.

“Em vista das melhores perspectivas para o crescimento e a inflação, e os riscos altistas associados, foi, no entanto, argumentado que, para fornecer o mesmo grau de acomodação, as compras de ativos deveriam ser reduzidas um pouco”, disse o BCE.

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Ontem, o banco central anunciou um ajuste em sua política, almejando agora uma meta de 2% de inflação, não mais de “quase 2%” como era até então.

Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB subiu 1,67%, aos 25051,82 pontos, enquanto em Madri o Ibex 35 teve alta de 1,46%, aos 8776,60, e o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, ganhou 0,46% aos 5173,04 pontos.

Por outro lado, os principais mercados acionários da Ásia não tiveram sinal único, mas fecharam na grande maioria em baixa, com a cautela por conta da disseminação da variante delta predominando entre os investidores.

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Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em queda de 0,63%, em 27.940,42 pontos. Ações ligadas a maquinário e a eletrônicos puxaram o movimento, influenciado também pelas preocupações com novas medidas de estado de emergência em Tóquio, por causa da covid-19. Foi informado que a Olimpíada, que começa na cidade no dia 23, não contará com público, por causa da crise de saúde. Investidores monitoram com especial atenção agora as tendências dos casos do vírus e também o ritmo de vacinação.

Na China, a Bolsa de Xangai registrou baixa de 0,04%, a 3.524,09 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,07%, a 2.549,74 pontos. Na agenda de indicadores, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China desacelerou, para uma alta de 8,8% em junho, na comparação anual, como previsto pelos analistas.

Na Bolsa de Seul, o índice Kospi fechou em queda de 1,07%, a 3.217,95 pontos. A praça sul-coreana teve dia de queda para ações de bancos, varejo e as ligadas a viagens, diante do quadro na pandemia, com preocupações sobre a variante delta também pesando no mercado local. O governo da Coreia do Sul reforçou regras de distanciamento social para o nível mais alto em duas semanas, a partir do dia 12, após o registro diário de casos da doença atingir novo recorde no país.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng foi na contramão da maioria e registrou alta de 0,70%, a 27.344,54 pontos, interrompendo uma sequência de oito quedas consecutivas. Ações de consumo e tecnologia subiram hoje, mas as de finanças e varejo recuaram. Na Bolsa de Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 1,15%, a 17.661,48 pontos.

Na Oceania, o S&P/ASX 200 fechou em queda de 0,93% na Bolsa de Sydney, em 7.273,30 pontos. A praça australiana foi influenciada por relatos de que restrições à circulação por causa da pandemia podem ser estendidas em Sydney e também por preocupações quanto ao ritmo do crescimento global.

Covid e CPI

Na quinta (8), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.451, queda de 20% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 1.733 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 48.655, queda de 35% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 53.824 novos casos.

Chegou a 81.914.149 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 38,68% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 29.442.320 pessoas, ou 13,9% da população.

Em uma carta protocolada a Jair Bolsonaro (sem partido) na quinta, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) pediram uma resposta à acusação feita pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF), em depoimento à CPI, de que o presidente teria relacionado o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), às supostas irregularidades na compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.

À CPI, Miranda afirmou ter apresentado pessoalmente a Bolsonaro no Palácio da Alvorada indícios de irregularidades no contrato para a compra da Covaxin. Ele disse que o presidente respondeu que o caso seria “coisa do Ricardo Barros”. Bolsonaro ainda não comentou a declaração de Miranda sobre Barros, ocorrida em 25 de junho.

Em sua live semanal pelas redes sociais da noite de quinta-feira, Bolsonaro afirmou que irá ignorar a carta. O presidente recomendou que Aziz, Rodrigues e Calheiros “deitem” para esperar uma resposta à carta assinada por eles, que foi protocolada na tarde desta quinta-feira no Palácio do Planalto. “Vocês sabem qual a minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada”, acrescentou.

O presidente voltou a negar qualquer irregularidade no processo de compra da Covaxin, argumentando que nenhuma dose da vacina foi recebida. O governo federal chegou a empenhar recursos para a compra, mas o contrato foi suspenso na semana passada após as denúncias.

Em entrevista publicada nesta sexta-feira no jornal O Globo, o tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Batista Junior, comandante da Aeronáutica, afirmou que as Forças Armadas não são “lenientes com desvios, nem administrativos nem de comportamento”, e defendeu a nota publicada na quarta-feira, em que o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas repudiaram declarações de Omar Aziz do mesmo dia.

Durante depoimento realizado na quarta à CPI da Covid do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, Aziz havia afirmado que “as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”.

Ele fazia, aparentemente, menção a Dias, que é ex-sargento da Aeronáutica, e é acusado de ter pedido propina de US$ 1 por dose de imunizante, e a outros quadros militares da ativa ou da reserva ligados ao governo, e que são apontados como participantes das supostas irregularidades. Dias recebeu ordem de prisão de Aziz por supostamente mentir à CPI, e foi liberado no mesmo dia sob fiança.

Em sua carta, os ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas afirmaram que as falas desrespeitam os militares e generalizam “esquemas de corrupção“. “As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”, diz a nota.

Na entrevista desta sexta, o brigadeiro Baptista Junior afirmou que a carta foi dura e de “alerta às instituições” contra o que chamou de generalização de suspeitas de corrupção. Questionado sobre a possibilidade de que o gesto dos chefes militares seja encarado como risco de golpe, afirmou: “Homem armado não ameaça. Não vamos ficar aqui ameaçando”.

Reportagem da edição de quinta do Jornal Nacional da Rede Globo teve acesso a documentos que mostram que, na gestão do sargento da reserva Roberto Dias, o Departamento de Logística do Ministério da Saúde aceitou pagar a uma empresa valor 1.800% maior do que o recomendado em um parecer técnico.

Nesta sexta, a CPI da Covid ouve o servidor William Santana. Ele atuou no processo de aquisição da vacina indiana Covaxin, e foi apontado pela fiscal do contrato, a servidora Regina Célia Oliveira, como um dos supostos responsáveis por “pressões atípicas” a favor da importação do imunizante.

Mercosul, aprovação do presidente e crise hídrica

Na quinta, o Brasil assumiu a presidência do Mercosul, que ocupará até o final de 2021. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil tem sede por resultados, pretende lançar novas negociações e concluir acordos comerciais pendentes. Ele disse que vai trabalhar pela redução de tarifas comerciais e “eliminar outros entraves ao fluxo comercial entre nós e com o mundo”.

A fala de Bolsonaro ocorreu em encontro virtual da LVIII Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. A Argentina, sob a presidência do desafeto do presidente brasileiro, Alberto Fernández, deixa o comando do bloco.
Um dos acordos pendentes é o de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que não foi citado nominalmente por Bolsonaro. Ele tem sido alvo de ressalvas por governos europeus em razão da gestão ambiental do governo Bolsonaro, principalmente por desmatamento e queimadas da Amazônia.

O presidente voltou a criticar o uso da regra do consenso entre os parceiros do Mercosul para a adoção de medidas por países, dizendo que ela funciona como um instrumento de veto que só consolida o “ceticismo” do bloco.

No mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia criticado a Argentina por se opor a acordos comerciais do Brasil com outros países e alertou que poderia haver um problema “seriíssimo” se o governo vizinho não revisse suas posturas em relação ao Mercosul.

Além disso, pesquisa divulgada na quinta pelo Instituto Datafolha indica que a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro subiu e atingiu 51% em julho, o maior índice registrado pelo instituto desde o início de seu mandato. Em maio, o governo Bolsonaro era avaliado como ruim e péssimo por 45% dos entrevistados.

O levantamento também apontou estabilidade na avaliação positiva do presidente, que se manteve nos 24% registrados em maio. Aqueles que o consideram regular passaram de 30% para 24%.

A pesquisa Datafolha entrevistou presencialmente 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios e tem margem de erro de 2 pontos percentuais entre os dias 7 e 8 de julho. Ela já captou possíveis repercussões das denúncias de suposta corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19, no âmbito da CPI do Senado, e ainda os protestos contra o governo em diversas cidades do país.

Divulgada também na quinta, pesquisa XP/Ipespe, aponta que a avaliação negativa do governo Bolsonaro atingiu 52%, um aumento de 2 pontos percentuais ante ao levantamento anterior, e a pior avaliação desde o início do mandato. A pesquisa realizou 1.000 entrevistas entre segunda e quarta-feira desta semana, com margem de erro de 3,2 pontos percentuais.

A sondagem apontou que 25% dos entrevistados tiveram uma avaliação positiva do governo, apontando-o como bom ou ótimo, ante 26% na pesquisa anterior. O percentual dos que avaliam a gestão Bolsonaro como regular é de 21%, ante 22% no levantamento anterior.

A pesquisa registrou ainda que a desaprovação ao governo também foi recorde desde o início do mandato, de 63%, três pontos percentuais a mais que na pesquisa anterior. O percentual dos que desaprovam a maneira de Bolsonaro governar é mais que o dobro do que aqueles que aprovam, que somam 31%, queda de três pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

Além disso, 50% dos entrevistados disseram ter expectativa negativa para o restante do mandato de Bolsonaro. Eram 47% na pesquisa anterior. E 30% informaram ter expectativa positiva, ante 29% na pesquisa anterior. Outros 17% citaram que seria regular, contra 19% na pesquisa anterior.

O levantamento do instituto Ipespe para a XP Investimento também indagou os entrevistados sobre um eventual impeachment de Bolsonaro. O percentual dos favoráveis superou o dos contrários por 49% a 45%. Na pesquisa anterior, os favoráveis eram 46% e os contrários 47%.

O levantamento apontou que 59% consideram a atuação de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia de Covid-19 ruim ou péssima, contra 58% na sondagem anterior. Além disso, 22% julgaram-na boa ou ótima, o mesmo patamar da pesquisa anterior. Outros 18% consideram regular ante 17% na pesquisa anterior.

Pela primeira vez, a pesquisa indagou sobre as suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas, que vem sendo investigada pela CPI da Covid no Senado. Para 63% as suspeitas são provavelmente verdadeiras, ao passo que 26% apontam que são provavelmente falsas.

Para 41%, membros do governo estão envolvidos nas suspeitas, enquanto 15% acreditam no envolvimento do presidente, 28% acham que membros do governo e Bolsonaro estão envolvidos e 5% acreditam que nenhum dos dois tem envolvimento.

Além disso, na quinta o ministro de Minas e Energia do Brasil, almirante de esquadra Bento Albuquerque, disse a jornalistas que a atual crise hídrica do país é parte de extrema seca vista também em vários lugares do mundo, incluindo a Costa Oeste dos Estados Unidos, e está ligada às mudanças climáticas mundiais.

“A crise hídrica não ocorre só aqui no Brasil, ela ocorre no oeste, noroeste dos Estados Unidos. A Califórnia está vivendo por exemplo uma das maiores secas já vividas, como outras regiões também dos Estados Unidos, como regiões da Ásia. E isso evidentemente é um processo da mudança climática”, afirmou.

Apesar do baixo fluxo de água prejudicar as operações nas instalações hidrelétricas, que oferecem a maior parte da eletricidade do Brasil, Albuquerque disse que o governo mantém o seu plano atual de construir mais instalações hidrelétricas na região da Amazônia.

Radar corporativo

Mesmo em dia de B3 fechada, o noticiário corporativo é movimentado.   Na véspera, em live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou os altos preços dos combustíveis nos pontos de venda e culpou os governadores por cobrarem taxas elevadas no ICMS. Ele voltou a defender que postos de gasolina sejam obrigados a mostrar o preço pelo qual adquiriram os produtos das refinarias. “Pedi ao presidente da Petrobras que bote o preço da refinaria na página da estatal”, afirmou.

Ainda no radar da empresa, as companhias de transporte de gás natural TBG, NTS e TAG, partes da recente onda de desinvestimentos da Petrobras, anunciaram na quinta-feira uma parceria para compartilhamento do marketplace Portal de Oferta de Capacidade (POC), que possuirá gestão rotativa com o comando de uma das empresas a cada cinco anos. O acordo entre Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia–Brasil, Nova Transportadora do Sudeste e Transportadora Associada de Gás prevê coparticipação administrativa, de desenvolvimento, manutenção e operação da plataforma digital, que também poderá ser acessada por outros agentes da cadeia.

A estatal informou ainda em comunicado que iniciou a etapa de divulgação do teaser para a venda, em conjunto com a Sonangol Hidrocarbonetos Brasil, da totalidade da participação de ambas as empresas no bloco exploratório terrestre POT-T-794, pertencente à concessão BT-POT-55A, localizada na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte. A Petrobras detém 70% de participação e a Sonangol é a operadora, com 30% de participação no bloco.

Ela também comunicou que José Franco Medeiros de Morais apresentou carta de renúncia ao cargo de membro titular do Conselho Fiscal da companhia, por razões pessoais, com efeitos a partir do dia 5 de agosto de 2021. Adicionalmente, a companhia recebeu ofício do Ministério da Economia com indicação de Jeferson Luís Bittencourt para substituição, mantendo Gildenora Dantas Milhomem como sua suplente.

Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou contrato com o consórcio Genial – Tauil e Chequer para prestação dos serviços de estruturação financeira e jurídica no processo de estruturação e implementação da desestatização da Eletrobras. O contrato, visto pela Reuters, terá duração de 36 meses a contar da data de sua assinatura, podendo ser prorrogado.

O conselho de administração do Banco do Brasil aprovou a adequação da sua estrutura organizacional com a extinção da unidade Negócios PF, MPE e Agro e de Negócios Varejo e Setor Público, além da criação da diretoria Comercial Alto Varejo.

A PetroRio informou que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a cessão da participação de 28,6% no Bloco BM-C-30, Campo de Wahoo, da Total E&P do Brasil para a companhia.

A Rede D’Or anunciou a compra de 51% do Hospital Proncor, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O valor de firma (firm value) para 100% do Proncor é de R$ 290 milhões; deste valor, será deduzido o endividamento líquido.

A GPS Participações e Empreendimentos concluiu a aquisição da empresa de logística Loghis, por R$ 23 milhões. Segundo a empresa, pode ser pago um valor adicional, condicional e limitado, caso a Loghis apresente o desempenho acordado em contrato, a ser apurado no período compreendido entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro de 2022.

A Espaçolaser vai emitir R$ 250 milhões em debêntures. Os recursos serão utilizados para alongamento da dívida e aquisição de franqueados. A emissão terá prazo de três a cinco anos.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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