Impasse sobre saída do Novo Mercado faz ações da Kora (KRSA3) caírem 23,5% em um mês

Empresa busca injeção de capital para reduzir endividamento

Ana Paula Ribeiro

(Fonte: Pixabay/Bru-nO)
(Fonte: Pixabay/Bru-nO)

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O impasse em relação a quem pode votar na assembleia que definirá a saída da Kora Saúde (KRSA3) do Novo Mercado derrubou as ações da empresa nesta terça-feira, que fecharam em queda de 2,99%, a R$ 0,65. O empecilho tem como efeito imediato fazer com que os acionistas aguardem uma nova data para a realização da AGE (Assembleia Geral Extraordinária) e, indiretamente, atrase o plano de injeção de capital na empresa de saúde.

A proposta de saída do Novo Mercado, o nível de maior governança corporativa da Bolsa brasileira, foi anunciado no início de maio. Desde então, a queda do papel atinge 23,5%.

As companhias com esse selo devem ter um mínimo de ações em circulação (free float), não podem emitir ações preferências (PN) e precisam dar acesso ao “tag along” aos minoritários em caso de venda de controle – nesse caso, o minoritário pode vender suas ações por no mínimo 80% do valor por ação pago aos controladores.

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Pelas regras da B3, essa mudança no nível de governança precisa ser feita em assembleia com a presença de ao menos dois terços dos acionistas que fazem parte do free float. E aí começam os problemas para a Kora

A B3 vetou a participação de dois acionistas minoritários. Bruno Moulin Machado e Ivan Lima possuem, juntos, 11% do capital da empresa. O impedimento da participação está ligado ao fato de os dois acionistas terem um acordo com os controladores da empresa.

Sem eles, não é possível atingir o quórum de dois terços e a assembleia não irá ocorrer nesta quarta-feira em primeira convocação. Os acionistas habilitados possuem apenas 35,36% das ações em circulação.

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Em uma segunda convocação, esse quórum não é mais exigido e a aprovação do tema pode ser feita por maioria simples.

Sem estar no Novo Mercado, a Kora teria maior facilidade em fechar acordos que garantissem uma injeção de capital na empresa, que possui um alto endividamento. Em março, a dívida líquida da empresa era de R$ 2,1 bilhões, alta de 6,6% em um ano.
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