Kora Saúde (KRSA3): por que os controladores querem tirar a empresa do Novo Mercado?

Para analistas, mudança sinaliza intenção de melhorar caixa, mas pode gerar desconforto sobre governança corporativa

Felipe Moreira

Profissional de saúde em hospital REUTERS/Diego Vara

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A Kora Saúde (KRSA3) informou no domingo (5) que seus acionistas controladores solicitaram a convocação de assembleia para tratar da saída voluntária da companhia do segmento especial de listagem da B3, Novo Mercado, com dispensa de oferta pública de aquisição, além da reforma e consolidação do estatuto social da companhia, sujeita à aprovação para migração para o Novo Mercado.

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Segundo o controlador HIG, a regulamentação do Novo Mercado a restringe de buscar outros tipos de alternativas de financiamento de capital, como emissão de ações preferenciais (PN) e combinações de negócios com empresas locais e estrangeiras que não fazem parte do Novo Mercado.

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Além disso, o free float mínimo de 25% (atualmente definido em 20% devido a uma renúncia) é uma restrição à captação de capital por meio de seu controlador.

Tendo em vista a elevada posição de alavancagem financeira da companhia, o Itaú BBA comenta que a mudança para um segmento de listagem mais básico e com requisitos diferenciados, como a opção de ter ações preferenciais e um free float menor, poderia ser vista como um sinal da intenção da empresa de melhorar sua posição de caixa por meio de uma oferta pública ou de uma colocação privada.

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Na mesma linha que BBA, o Bradesco BBI avalia que a migração ajudará a empresa a melhorar sua estrutura de capital e reduzir sua alta alavancagem por meio de um potencial aumento de capital.

Para aqueles que não desejam permanecer como acionistas devido ao rebaixamento na governança corporativa, o preço potencial da oferta pública de aquisição de R$ 0,87 por ação tem um desconto de 28% em relação preço-alvo sugerido pelo BBA de R$ 1,20, mas parece razoavelmente justo para o preço de mercado, implicando apenas em um pequeno desconto de 16% em relação ao Mater Dei sobre EV/EBITDA para 2024 (6,4 vezes contra 7,6 vezes), que possui posicionamento de mercado mais premium, menor alavancagem e melhor liquidez de ações.