Ibovespa zera ganhos após renovar máxima histórica com Bolsonaro presidente; dólar sobe

Mercado deve acompanhar com atenção o anúncio da equipe de governo de Bolsonaro e o encaminhamento de pautas como a reforma da previdência

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O Ibovespa mostra desaceleração nos ganhos após a abertura eufórica do mercado doméstico repercutindo a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas urnas. O forte otimismo levou o Ibovespa a bater o recorde intraday logo na abertura ao superar os 88.318 pontos, máxima histórica alcançada em 26 de fevereiro. No entanto, como a eleição do candidato do PSL já estava precificada, o bom humor generalizado durou pouco. 

Às 12h20 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,07%, a 85.662 pontos, após chegar na máxima de 88.377 pontos. O contrato de dólar futuro com vencimento em novembro tinha alta de 0,33%, cotado a R$ 3,655, e o dólar comercial recuava 0,19%, para R$ 3,647.

Para Bruno Marques, gestor da XP, a vitória de Bolsonaro já estava bastante precificada pelo mercado doméstico e destacou que o Ibovespa teve uma performance bem acima das bolsas globais nas últimas semanas, o que também justifica uma alta mais tímida do que na abertura. 

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Com o fim das eleições, Marques explica que o mercado deve acompanhar com atenção o anúncio da equipe de governo de Bolsonaro e o encaminhamento de pautas como a reforma da previdência, o que pode reforçar o tom otimista dos negócios daqui para frente. 

Segundo os analistas ouvidos pelo InfoMoney ainda no domingo de eleição, a bolsa neste momento é o melhor ativo do Brasil, com potencial para o Ibovespa subir 45,8% sobre o nível atual, atingindo 125 mil pontos até o final de 2019 caso as reformas avancem no Congresso.

No cenário-base da XP, a bolsa brasileira deve ficar entre 105 e 115 mil pontos. “Nossa equipe política vê espaço para Bolsonaro unir uma frente de apoio dentro do Congresso, o que possibilitaria o progresso nas tão necessárias reformas. No entanto, priorização é fundamental”, avalia o time da XP Research. 

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No exterior, os índices dos Estados Unidos sobem 1%, se recuperando das perdas na semana passada e a despeito das preocupações com o crescimento das economias globais e o desempenho das empresas no trimestre passado.

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O preço do petróleo recua diante de investidores cautelosos com a desaceleração nas demanda. Há tensão ainda com as sanções que serão impostas pelos Estados Unidos ao Irã a partir de 4 de novembro.

Noticiário político

Após o resultado das urnas, Jair Bolsonaro (PSL) citou Deus, fez uma oração em sua primeira aparição pública e prometeu um governo “constitucional e democrático”. Ele também buscou um tom mais conciliador e ameno do que vinha adotando em suas campanhas eleitorais. Sinalizando para empresários, Bolsonaro prometeu enxugar os gastos públicos e cortar privilégio. Bolsonaro também disse que fará mudanças na política externa brasileira, alegando que “libertará o Itamaraty do viés ideológico”.

A definição da composição de ministérios de Bolsonaro deverá se acelerar nos próximos dias, mas os primeiros nomes já foram confirmados por ele. No poderoso ministério da Fazenda, que poderá ser renomeado para Economia, figura desde o início o economista Paulo Guedes. Para a estratégica Casa Civil, foi escolhido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). E para o Ministério da Defesa, a escolha recaiu sobre o general reformado Augusto Heleno.

Na pasta de Ciência e Tecnologia, o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é tenente-coronel da Aeronáutica, também foi confirmado por Bolsonaro e ele próprio admitiu que aceitaria a missão.

Paulo Guedes garantiu que a prioridade de sua pasta será a retomada do crescimento com o controle dos gastos públicos e a segurança jurídica para atrair investimentos privados e reverter o cenário de desemprego. Guedes afirmou que vai construir um marco regulatório para os investimentos em infraestrutura. Segundo ele, o alto custo no Brasil é resultado da falta de segurança jurídica.

Ao lamentar os resultados que atribuiu ao atual modelo econômico adotado no país, ele citou o endividamento “em bola de neve”, a estagnação do crescimento e os 13 milhões de desempregados atualmente no Brasil.

No rol das medidas a serem adotadas, ele ainda elencou a reforma da Previdência e as privatizações como forma de redução da despesa com juros. O provável ministro da economia de Bolsonaro também prometeu reduzir privilégios e benefícios e simplificar e reduzir impostos e encargos trabalhistas.

Destaques da Bolsa 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 11,19 -3,87 -37,49 60,21M
 VALE3 VALE ON 53,65 -3,51 +38,66 625,78M
 CMIG4 CEMIG PN 11,63 -3,49 +79,93 286,89M
 BRAP4 BRADESPAR PN 32,18 -3,48 +16,14 28,58M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 38,34 -2,94 +106,13 114,67M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CYRE3 CYRELA REALTON 14,25 +4,24 +12,14 65,86M
 SBSP3 SABESP ON 28,80 +3,60 -13,62 149,80M
 TIMP3 TIM PART S/AON 10,99 +3,39 -14,66 22,11M
 VIVT4 TELEF BRASILPN 39,19 +3,21 -13,01 32,20M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,38 +3,18 +14,57 151,45M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)