Ibovespa zera entre vitória do ajuste e preocupação com China e Fitch; dólar bate R$ 4,12

Índice teve alívio com "desarme" de pautas bomba no Congresso, mas China segue preocupante; presidente do BC se encontrará com representantes da Fitch

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após três sessões de expressiva queda, o Ibovespa apontava para uma sessão de maior calmaria, entre um noticiário político mais positivo com a manutenção dos vetos da presidente Dilma Rousseff. Contudo, em meio ao cenário externo de cautela no exterior com os dados do PMI industrial da China surpreendendo negativamente ao atingir o menor patamar em seis anos e meio e o mercado de olho na visita da Fitch Ratings ao Brasil, o cenário segue de baixa. 

 O Ibovespa, que abriu estável, aumentou as perdas e chegou a cair 0,82% logo nos primeiros minutos de negociação. Contudo, guiado por bancos, que oscilam entre leves ganhos e perdas, assim como a virada da Petrobras, o Ibovespa foi diminuindo as perdas e zeraram no final da manhã. Às 11h36 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa tem leve alta de 0,17%, a 46.344 pontos.  

 Enquanto isso, o dólar mudou de direção e virou para alta, com ganhos de 1,84% e chegando a bater os 4,1287 na venda na máxima da sessão, ao mesmo tempo em que as taxas dos principais contratos de juros futuros registram alta, com a taxa para janeiro de 2017 chegando a superar os 16%. 

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O mercado segue de olho ainda na votação sobre o veto reajuste dos servidores do judiciário, que pode chegar até 78%, que ficou por votar. Ainda no radar, o Tesouro disse ter instrumentos para enfrentar a volatilidade e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, encontrará membros da Fitch após o governo enviar a CPMF para o Congresso ontem. 

No cenário internacional, a bolsa de Xangai caiu pelo terceiro dia depois do PMI (Índice Gerente de Compras) industrial da Caixin em setembro ficar pior do que o esperado. O PMI ficou em 47 pontos contra estimativas de 47,3 pontos, depois do indicador marcar 47,3 pontos em agosto. 

Voltando ao Brasil, senadores e deputados reunidos em sessão conjunta mantiveram 26 vetos de Dilma, entre eles o que facilitaria a concessão de aposentadorias ao tornar facultativa a aplicação do “fator previdenciário”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros.

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A sessão foi interrompida às 2h21 desta quarta-feira, quando faltou quórum para votações em separado. O Congresso ainda vai se reunir em data ainda não definida para analisar outros 6 vetos restantes da lista de 32. 

Entre os 2 vetos restantes estão entre os mais importantes: o que dá aumentos de até 78,56% aos servidores do Judiciário, com impacto de R$ 36,2 bi de 2015 a 2019, segundo o Ministério da Fazenda; e o projeto que estendeu aos beneficiários do INSS o mesmo reajuste do salário mínimo, o que elevaria os gastos em R$ 11 bi de 2015 a 2019.

Destaques de ações
Se o dia é de baixa para as ações de empresas do setor de mineração e siderurgia em meio ao noticiário negativo chinês e à queda do preço do minério de ferro de 1,6% no porto de Qingdao, para US$ 55,30, o dia foi de virada para os papéis da Petrobras, seguindo a cotação do petróleo.

Após abrir em queda, as ações da petroleira viraram para alta com o petróleo Brent, usado como referência, registrando alta de 0,75%, a US$ 49,45. No noticiário da companhia, destaque para as notícias do aumento do endividamento com a alta do dólar. Desde junho, a estatal já contabilizou uma alta de cerca de R$ 100 bilhões nas dívidas em moeda estrangeira. Diante do novo patamar do dólar, o endividamento da petroleira pode atingir R$ 513 bilhões ao final de setembro, cifra equivalente a 9,4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2014, segundo dados da Economática. 

As s ações da Vale caem mais de 1% nesta sessão, em meio ao noticiário chinês negativo. A mineradora disse que cortará o custo de produção do minério de ferro para menos de US$ 13,00 a tonelada até 2018 ante cerca de US$ 16,00 atualmente, disse um executivo nesta quarta-feira, tornando a brasileira a produtora com menor custo do mundo. 

“A Vale está progredindo para atingir o menor custo caixa de produção da indústria e será competitiva em qualquer cenário de preços”, disse Claudio Alves, diretor global de marketing e vendas da Vale, em evento do setor. A redução de custo ocorrerá após a conclusão do projeto de expansão de 90 milhões de toneladas conhecido como S11D na Amazônia, disse Alves. Siderúrgicas como CSN (CSNA3, R$ 4,903,78, -4,30%), Usiminas (USIM5, R$ 3,80, -2,81%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,98, -2,29%) registram queda de mais de 2%.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 7,96 +4,19 -48,06 75,02M
 GOLL4 GOL PN N2 3,87 +2,93 -74,51 1,69M
 HGTX3 CIA HERING ON 13,51 +2,66 -31,24 7,94M
 BRKM5 BRASKEM PNA 16,11 +2,55 -3,07 5,74M
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 14,95 +2,19 -16,56 6,79M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSNA3 SID NACIONAL ON 4,80 -6,25 -7,12 12,07M
 GOAU4 GERDAU MET PN 3,36 -4,27 -69,78 5,01M
 USIM5 USIMINAS PNA 3,76 -3,84 -25,13 8,61M
 RUMO3 RUMO LOG ON 6,35 -3,79 -63,63 3,64M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 50,92 -3,47 -47,78 33,00M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.