Ibovespa tem queda com exterior e preocupações com ajuste; dólar já atinge R$ 3,92

Câmbio repercute alívio por manutenção das taxas de juros nos EUA, movimento que não é acompanhado nas bolsas; Lula não quer a saída de Levy, mas não ajudará Dilma com ajuste, dizem jornais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em baixa nesta sexta-feira (18) acompanhando as bolsas mundiais, que sofrem perdas depois do Fomc (Federal Open Market Committee) mostrar receios com o crescimento da economia global e a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, deixar aberta janela para aumento de juros nos EUA até o fim do ano. Por aqui, fica no radar o cenário político, com o PT vendo no STF (Supremo Tribunal Federal), uma “muralha” contra o impeachment. Além disso, segundo o Valor Econômico, Lula não quer a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas também não vai ajudar Dilma com o ajuste fiscal.

Às 13h40 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 1,36%, a 47.891 pontos. Já o dólar comercial vira para alta de 1,01% a R$ 3,9213 na venda, ao passo que o dólar futuro para outubro registrava ganhos de 0,50% a R$ 3,938. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 vira para alta de 22 pontos-base, a 15,41%, enquanto o DI para janeiro de 2021 registrava alta de 33 pbs a 15,64%. 

Vale lembrar que o Ibovespa em dólares já opera nos níveis de setembro de 2005. O índice que é obtido pela divisão da cotação do benchmark pela do dólar comercial no mesmo horário já se aproxima dos 11.837 pontos registrados dez anos atrás.

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Na parte política, Lula teria dito: “se Dilma não mostra convicção por ajuste, vou eu defender a política econômica dela?”. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, se Levy cair, Lula sugerirá Henrique Meirelles como novo ministro da Fazenda. Lula também pediu a Dilma que faça uma reforma ministerial mais ampla para garantir sustentação política no Congresso e evitar o impeachment.

Hoje, sindicatos protestam contra o ajuste fiscal um dia depois da Executiva do PT demonstrar apoio ao “pacotão” anunciado pelo Planalto na segunda-feira.

Mais tarde, a Receita Federal divulgará arrecadação federal de agosto. A estimativa mediana da pesquisa Bloomberg é de queda para R$ 95 bilhões no mês passado, de R$ 104,9 bilhões em julho, e R$ 94,4 bilhões em julho de 2014.

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Destaques da Bolsa
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,96, -3,45%; PETR4, R$ 7,62, -3,05%) caem em um dia de forte cautela nos mercados mundiais em meio às preocupações sobre o tom do Federal Reserve. O dia é de queda para os mercados e também para o preço do petróleo. O brent tem baixa de 0,98%, a US$ 48,60, o que leva a um novo dia de baixa para as ações da Petrobras.

No radar da companhia, outras preocupações. Em meio à ameaças de greve e com necessidade de reduzir custos, a estatal divulgou ontem à noite proposta de reajuste salarial em acordo coletivo dos petroleiros. O reajuste proposto é inferior à inflação acumulada em 2015, que em agosto atingiu o patamar de 9,53% no acumulado em 12 meses. Além disso, segundo notícia de O Globo, a estatal pretende cortar 5 mil funcionários terceirizados, diante da queda do preço do petróleo no mercado internacional, da alta do dólar, dos efeitos da Lava Jato e da perda de grau de investimento pela Standard & Poor’s. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 5,97 -4,94
 KROT3 KROTON ON 8,78 -4,36
 SBSP3 SABESP ON 16,55 -4,28
 BBAS3 BRASIL ON EJ 17,08 -4,21
 MRVE3 MRV ON 6,60 -3,79

Também caem os papéis de bancos como Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,44, -1,90%), Bradesco (BBDC3, R$ 26,02, -3,13%; BBDC4, R$ 23,99, -2,76%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,05, -4,37%). Juntas, as três instituições financeiras respondem por mais de 20% dos pesos da carteira teórica do Ibovespa. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CSNA3 SID NACIONAL ON 5,64 +4,06
 VALE3 VALE ON 20,24 +3,85
 BRKM5 BRASKEM PNA 15,69 +1,88
 HGTX3 CIA HERING ON 13,20 +1,54
 VALE5 VALE PNA 15,80 +1,09

Do lado das altas, a Oi (OIBR4, R$ 3,81, 0,00%) zera ganhos depois de acumular ganhos de 51,2% até o fechamento do último pregão. Operadores de mercado comentam que o movimento é devido a um “short squeeze” com o papel. Isto é, sem doadores no BTC, investidores que estão na ponta vendedora precisam zerar sua posição, destravando esse movimento. Segundo a mesa de BTC da XP Investimentos, o “recall” (quando o doador pede a ação emprestada de volta) tem sido crescente com as ações preferenciais da empresa e não há doadores no mercado.

Cenário externo
As bolsas asiáticas subiram nesta sexta-feira com alívio pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter mantido a taxa de juros, mas os ganhos foram limitados por preocupações renovadas com a saúde da economia global, em particular da China.

O índice japonês Nikkei caiu 1,96%. Operadores em Tóquio disseram que a decisão do Fed deixou os investidores com duas interpretações conflitantes: alguns estão preocupados que a economia norte-americana não está crescendo com força suficiente para suportar aumentos dos juros, mas ao mesmo tempo as condições monetárias frouxas nos Estados Unidos podem agora continuar por um período mais longo de tempo, o que deve sustentar os mercados acionários globais.

Para o Fed elevar os juros, a chair do banco central, Janet Yellen, disse que quer ver mais melhoras no mercado de trabalho norte-americano e expressou preocupações com a inflação fraca.

Yellen destacou explicitamente que o banco central está focado na desaceleração da China e dos mercados emergentes, dizendo que uma das questões mais importantes é se haverá risco de uma desaceleração mais abrupta da China.

Já na Europa, o dia é de queda forte, após boa parte das bolsas abrirem em alta, com os investidores preocupados com a economia global. As baixas de cerca de 1% do FTSE, de mais de 2% do alemão DAX e do francês CAC 40 refletem a maior prudência demonstrada pelos membros do Fomc em meio às pressões negativas na inflação e sinais de desaceleração da economia global – em particular na China.

 

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