Ibovespa tem Marfrig como maior queda e Gafisa como maior alta na semana

Papéis da construtora avançaram 15% enquanto ações do frigorífico recuaram 27%

Publicidade

SÃO PAULO – Enquanto o Ibovespa subiu 1,76% na semana, e terminou aos 58.487 pontos, as ações do Marfrig (MRFG3) se destacaramno lado perdedor, com queda de 27,16%, chegando a atingir os R$ 8,45. No lado comprador, o destaque ficou com a Gafisa (GFSA3) que ganhou 15,91% de valor de mercado, a R$ 4,88.

Os papéis do frigorífico começaram a apresentar pressão vendedora acentuada após o anúncio da precificação., que ocorreu na quarta. Geralmente, os investidores tentam derrubar as ações na Bovespa com o intuito de deixar o preço da oferta mais baixo – tendo em vista que a precificação é feita em cima da média das cotações do ativo na bolsa.

Com a expressiva depreciação, os papéis agora estão no vermelho no acumulado do ano, com declínio de 1,05%. Depois da divulgação, o BTG Pactual ressaltou os riscos que a operação poderá oferecer, por meio de relatório. Entre os possíveis riscos, o banco o processo de integração de aquisições e mudanças na gestão, o que poderia ser algo prejudicial, dado que a companhia tem restrição de dinheiro, por conta da sua elevada alavancagem. Isso poderia acarretar em mais gasto do que em retorno, reforça a equipe de análise.

Continua depois da publicidade

O banco mantém recomendação de “neutra” para as ações, e reduziu o preço-alvo de R$ 10,00 para R$ 9,50, o que sugere um potencial teórico de 12,43% de alta. “Vemos que o Marfrig poderá enfrentar risco de refinanciamento, especialmente se continuar a ‘queimar caixa’, como fez no trimetre passado, no qual gastou R$ 430 milhões.”

Por fim, o impasse envolvendo o frigorífico e o governo também apareceram no radar dos investidores. Recentemente, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados pediu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que explicasse sua relação com o Marfrig. 

Gafisa
Do outro lado, os papéis da construtora ganharam ímpeto depois de o Bank of America divulgar um relatório otimista sobre a empresa. A opinião do banco é fundamentada por dois pilares: o potencial da Alphaville de liberar valor para a Gafisa, tendo em vista que 46% dos lançamentos da empresa nos nove primeiros meses de 2012 foram do segmento de alta renda; e a contínua recuperação por meio da geração de caixa e da expansão das margens.

Continua depois da publicidade

O BofA reiterou a recomendação de compra para GFSA3 e aumentou o preço-alvo para as ações de R$ 5,10 para R$ 5,75 – o que representa potencial de ganhos de 17,83% em relação ao último fechamento. Os papéis lideraram os ganhos no índice na segunda (3) e nesta sexta-feira (7), e só fecharam em baixa na terça-feira (4). No ano, as ações avançam 18,45%.

Outra notícia que impulsionou os papéis da Gafisa e de outras construtoras foi sobre o possível aumento do limite do valor de compra de imóvel usando o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), de R$ 500 mil para R$ 750 mil. A empresa pode ser beneficiada, porque tem maior exposição a empreendimentos de média e alta renda. 

“Isso vem sendo discutido há cinco anos e, de tempos em tempos, é publicado na imprensa. A percepção pode ser de que agora a decisão saia, uma vez que o governo vem mexendo em vários setores importantes”, disse o BofA.